quarta-feira, 24 de junho de 2009

NOTICIAS DA SEMANA



A MOSCA AZUL DE OBAMA

José Ewerton Neto, membro da AML, autor de Ei, você conhece Alexander Guaracy?

ewerton.neto@hotmail.com



A semana correu, mais uma vez, plena de campeonatos, de estilos e de moscas. A de Obama que, nem era tão azul assim, como a de Machado de Assis, teve um fim trágico e fica para o final.


1. Ramires, o acelerado. O novo fenômeno da seleção do Dunga que
deu de 4 no Uruguai e de 3 na Itália é o meio-campo Ramires que se sobressai pela velocidade. Ele explica que corre tanto assim porque aprendeu, desde criança, a correr para não apanhar da sua avó. ( Eta avó patriota!)
Por falar nisso, o que andava fazendo a avó do Barichello, que não agiu assim, quando ele era criança?

2. Tragédia no ar. Mais um piloto morreu, em pleno ar, semana passada, dirigindo um avião. Nada aconteceu, felizmente, com tripulantes e passageiros, ao contrário do que ocorreu com as vítimas do fatídico vôo da da Air-France. Tudo indica que a tão decantada tecnologia moderna aplicada a aviação obedece à seguinte lei: “Ser humano pode dar pane que ninguém morre, já computador; se romper um fiozinho....”

3. Manzuá em ação. E a operação Manzuá (?) continua em ação fechando bares e mais bares, além de quiosques, nesta capital. Ao mesmo tempo, os jornais denunciam que ninguém pode mais ficar tranqüilo no retorno mais agitado da cidade que é o de São Francisco, sem o risco de ser assaltado. Se existe irregularidade tudo bem, mas uma primeira explicação que os mentores dessas operações poderiam dar à comunidade é a que se refere ao título das mesmas. Satiagrahas, manzuá, o que significam? Puxa vida, para quê tanto nome complicado? Se não explicarem logo muita gente vai acabar pensando que manzuá quer dizer o seguinte: policial para fechar bar sempre tem aos montes, mas não para prender bandido.

4. Boa de torpedo. Uma adolescente de 15 anos, Kate Moore, ganhou, nos USA, 50 mil dólares, num campeonato para enviar torpedos, com olhos fechados. Como se sabe, americano, mesmo em crise, a coisa que mais aprecia é premiar competições estúpidas. Temos de reconhecer, no entanto que, essa não prejudica ninguém, ao contrário do Brasil, em que a única competição possível relativa a celular nessa faixa de idade é a de quem teve o seu celular roubado mais vezes. Que tal enviar a idéia para o Faustão? Se fosse oficializada, muita gatinha da ilha estaria prestes a ganhar cinquentão.

5. Bom de avião Um pesquisador Cosme Degenear deu-se ao trabalho de pesquisar e publicar um livro apenas para provar que Santos Dumont, o pai da aviação, não era homossexual, ao contrário do que insistem em propagar. A grande dificuldade (não relatada) da pesquisa, certamente foi a de tentar identificar Santos Dumont numa parada gay, já que nessa época elas não existiam. Quanto às provas, ele afirma categoricamente que Santos Dumont sobrevoava muitas vezes a casa da dançarina Cléo Merode, que foi amante do rei da Bélgica. Pelo retrato da moça, como se vê na reportagem, de uma coisa a gente pode ficar certo: Santos Dumont em cima ou em baixo, não conseguia ficar longe de um avião.

6. De 90 para 150 milhões. E, de repente, não mais que de repente os afrodescendentes (que agora não são mais negros nem pretos) passarão de 90 para 150 milhões. Nada a ver com o aumento desenfreado da atividade sexual, mas com a mudança dos questionários que serão utilizados nos próximos censos sobre a raça. Donde se deduz que um bom questionário e um bom sistema de cotas faz mais pela mudança de raça do que a evolução das espécies. Pobre Darwin! Com toda sua genialidade, jamais teria previsto isso, coitado!

7. O dicionário de Gilmar Mendes. “Temos no Brasil um dicionário de abusos de autoridades que vai de A a Z”, disse Gilmar Mendes comentando a mobilização de promotores que discordam do projeto de Paulo Maluf, que propõe sanções a autores de ações públicas ineptas. Portanto, a acreditar em Gilmar, o abuso das autoridades não é maior não só porque o dia só tem 24 horas, mas porque o nosso alfabeto só tem (por enquanto) vinte e três letras.

8. O estilo de Obama Barack Obama provou mesmo que é o homem mais estiloso do mundo, ao ser escolhido numa pesquisa em que desbancou gente fina como Brad Pitt. Dias depois, em plena entrevista à rede CNBC da Casa Branca, pediu silêncio ao entrevistador e fez a palma direita de sua mão desabar sobre a esquerda , fulminando a pobre mosca que o perturbava. (Isso é que é ter estilo!) Dizem que o que tem de perua deslumbrada nesta cidade, treinando na cozinha de sua casa para poder matar pelo menos uma mosca na próxima festa de “gente bonita”, não está escrito.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

PRECAVENHAM-SE, GAROTAS



Cronica publicada em O Estado do Maranhão, seção Hoje é dia de, há um mes atras


FIQUEM ESPERTAS, GAROTAS!

Jose Ewerton Neto, engenheiro, membro da AML, autor de Ei, você conhece Alexander Guaracy?
ewerton.neto@hotmail.com




Para as garotas que gostam de curtir a vida adoidado é sempre bom lembrar que por mais especialistas que sejam em fazer um bom uso dos seus buracos, o buraco é mais embaixo. E, infelizmente, pode ser aquele que é para sempre.
Mais um caso aconteceu semana passada, agora em Imperatriz, somando-se aos tantos que já vêm ocorrendo, na Ilha, de alguns anos para cá. Normalmente, a coisa se dá assim: a garota conhece um coroa e vai para um motel. Ele, interessado em provar que ainda está mais vivo do que nunca, e ela em demonstrar que já é muito viva. De repente, pimba! O coração do velho ( nessa hora qualquer coroa é promovido a velho e velho a defunto) não agüenta e ele cai para sempre. Bote sufoco nisso! Se explicar todos os detalhes para a polícia já é constrangedor, imagine para os netos do dito cujo!
Seguem algumas recomendações, sempre oportunas:
1. Exija o check-up antes. Isso mesmo, além da camisinha, radiografias;
além de presentinhos, documentos que possam comprovar a idade certa do indivíduo - eles costumam mentir. Desconfie de qualquer palavreado romântico. Se o sujeito vier com o papo de que “Meu coração bate mais forte quando te vê” desconfie. Isso pode ser muito, muito perigoso.
2. Fuja dos grupos de risco. Entenda-se, homens com mais de quarenta anos. A
partir dessa idade suas chances de copular com um cadáver aumentam na razão direta das tentativas em vão do pobre coitado. Não se impressione com a aparência. Hoje qualquer injeçãozinha de botox faz misérias no rosto de um homem “maduro”. É muito mais seguro avaliar pela papada do pescoço.
3. Seja pragmática. Se seu problema for simplesmente a busca de prazer e o tempo para chegar até ele, faça então como Suzana Vieira: troque um de cinqüenta por dois de vinte e cinco. Ou então como Madonna, fique com três, de dezessete. Se os rapazes não derem conta do recado, o que é muito comum, não se envergonhe e aceite o assédio daquela sua antiga colega, de jaqueta, da qual há muito você desconfia. Ainda que você não se considere piranha, supõe-se que seu conhecimento do ramo aquático seja mais do que suficiente para saber que um peixe pode até morrer pela boca, mas ela não.
4. Nunca dê mais de uma. Contenha-se, fique fria, assista a um filme pornô, dê asas à imaginação e procure satisfazer-se com apenas uma. A partir da segunda suas chances de alcançar um inesquecível orgasmo avançam na mesma proporção que as dele de tornar-se um olvidado cadáver. Mesmo que este se anuncie de “morte” na cama, nada compensa um morto instalado entre suas pernas, já que a sua primeira providência, pós-morte, será a de fazer de conta que sua nova cama é você. Se ele insistir, tente faze-lo perceber que um caixão de defunto custa muito mais caro do que uma cama de motel.
5. Fique de olho bem aberto. Embora os olhos fechados possam estimular as fantasias, a partir de agora, mantê-los bem abertos, passa a ser uma questão de segurança. Não bastam os ouvidos atentos, porque os gritos e sussurros que sinalizam o prazer são também, por uma cruel ironia, os mesmos sons que denunciam a morte próxima. Somente os olhos bem abertos poderão lhe avisar quando os do parceiro estão prestes a passar de uma breve fantasia no céu para uma longa estadia no inferno – ou purgatório.
5. Não vá de carro pequeno. Evite carrinhos pequenos tipo corsa, gol etc. De moto, nem pensar. Um carro desse tamanho jamais dará para ocultar um defunto estirado no banco traseiro. É sempre bom lembrar de que o ex-parceiro, agora cadáver, estará mais duro do que esteve o seu órgão há poucos minutos. (Não será por causa disso que tem tanto coroa rodando por aí, de carro grande, em ruas tão estreitas?) Se você tiver chances de adentrar o motel numa ambulância isso seria o ideal, pela segurança , conforto e praticidade. Além do mais, se o pior acontecer, será muito melhor dar uma de enfermeira do que de tarada.
6. Seja uma enfermeira em potencial. Mesmo que você jamais vá se especializar em enfermaria, conheça, pelo menos, os rudimentos da profissão. Controle de pressão, de batimentos cardíacos, de palidez no rosto e de efeitos colaterais de viagra, são itens agora essenciais para sua sobrevivência. Especialize-se em primeiros socorros Use de toda a experiência que você já tem com o uso da boca para aprimorar-se também num boca-a-boca salvador . Aprimore-se sempre, tendo sempre em mente que a diferença de uma amante para uma enfermeira pode ser menor do que você pensa: uma ganha para aplicar injeção, a outra para receber.
Claro que existem, além destas, muitas outras precauções, que uma garota big-brother e antenada como você ( só ambição e prazer ) deve estar “careca” de saber, mas, acreditamos que estas sejam as essenciais para o seu futuro. Nada como adaptar para si um famoso slogan do passado: “Não faça do seu parceiro uma vítima, a arma poderá ser você.”

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DOS PORCOS

Cronica publicada no jornal O Estado do Maranhão, seção Hoje é dia de

sábado retrasado

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DOS PORCOS

José Ewerton Neto, membro da AML, autor de Ei, você conhece Alexander Guaracy?

ewerton.neto@hotmail.com


Logo depois da proliferação da gripe suína, surgiu em diversos locais da grande imprensa uma Declaração dos Direitos dos Porcos. Alguém viu? Quem conseguiu ler percebeu que esse manifesto, muito mais que uma declaração, é um libelo contra a injustiça sofrida, ao longo dos anos, por essa raça . (Para os que não conseguiram encontra-la e gostariam de conhecer o conteúdo da mesma aconselha-se observar com bastante atenção - e algum carinho - para o olhar de um humilde porco.) Eis um breve resumo:


1. Todo porco tem o direito de não ter sua raça associada à doenças contagiosas, epidemias, pandemias e quantas mias pela frente os humanos inventarem, lembrando que a única espécie de animal que deve gostar disso, porque mia, é gato e não porco.

2. Todo porco gostaria que, em definitivo, evitassem usar sua raça como símbolo de tudo quanto é porcaria que existe no mundo, lembrando que por mais sujo que um porco possa vir a ser nenhum deles jamais gostou de imundícies como o Big-Brother.

3. Todo porco gostaria de lembrar que não chafurda na lama porque gosta, mas por uma imposição da natureza, para refrescar suas glândulas, ao contrário dos homens, que chafurdam nas lamas da corrupção, à troco de qualquer centavo.

4. Desde que já é tratado e destratado como porco, ignorado como porco e assassinado por ser porco, todo porco gostaria de pedir aos seres humanos que façam o mesmo com seus restos mortais, não se permitindo regalarem-se com sua carne em churrascos e recepções, lembrando que se um porco é sujo e desprezível, suas carnes assim deveriam ser consideradas também.

5. Todo porco avisa que nenhum deles jamais deixou de gostar de suas fêmeas por causa de suas gorduras, ao contrário do que fazem os homens com suas mulheres. Lembrando que, se Deus as dotou de gorduras para melhor cumprirem sua função reprodutiva, isso é que deveria ser levado em conta como referência para a beleza, e não a magreza, que as escraviza para que alguns espertalhões enriqueçam, vendendo ilusão em nome da beleza.

6. Todo porco gostaria de saber a razão de estar tão definitivamente excluído da vida moderna e das poucas coisas boas que esta pode proporcionar a um animal. Também gostaria de saber porque a raça humana tem direcionado seus escassos afetos para outros tipos de animais como cães, gatos, cavalos e papagaios. E, gostaria de pleitear já que está tão na moda, que fossem instituídas cotas em favor de sua raça também, possibilitando-lhe o acesso a avenidas, parques, praias e parques de diversão. (Aliás, por que será mesmo que nenhum ser humano jamais perguntou a um porco se ele prefere, de verdade, um chiqueiro a um salão de cabeleireiro?)

7. Todo porco gostaria de lembrar em definitivo que pança não é pecado, banha não é doença e gordura não é crime. E que embora viva e chafurde no lixo um porco jamais seria capaz de se “lixar para seus semelhantes” como disse publicamente um certo deputado defensor do código de ética, mais porco do que todo porco e muito humano, demasiadamente humano, como diria o mais famoso dos seus filósofos: Nietzche.

8. Todo porco gostaria de saber por que nunca se fazem romances e filmes tendo como tema um porco como herói. Pois se cães são temas de best-sellers e gatos aparecem em programas de televisão com tanto sucesso, qual a razão de tanta discriminação contra os porcos? Por que um cachorro pode ter nome de gente, se chamar Marley e ser herói de filme, enquanto só sobra para um porco ser chamado de porco o resto de sua vida?

9. Para finalizar, todo porco gostaria de lembrar da frase definitiva de Winston Churchill (que era, aliás, saudável, inteligente, gordo e sincero, como um porco):
“Os gatos olham para o ser humano de cima para baixo, os cães de baixo para cima, só os porcos nos olham diretamente, fixos nos olhos.”
E de enfatizar que isso só acontece porque – (e todo porco espera que de hoje em diante nenhum ser humano jamais tenha dúvidas disso) - um porco sabe, e conhece perfeitamente, aquele que é seu igual.

O DEUS INTERNET

O DEUS INTERNET ( artigo do jornal O Estado do Maranhão, seção Hoje é dia de ( aos sábados)


Jose Ewerton Neto, membro da AML, autor de Ei, você conhece Alexander Guaracy?




ewerton.neto@hotmail.com




Você pode fazer o que quiser na Internet, a Internet pode fazer o que quiser de você. Décadas atrás, quando Deus ainda não era tão execrado pelos cientistas, dizia-se o mesmo em relação a ele. Tudo indica que o mundo atual move-se em direção a preferir a Internet como o novo Deus, ou pelo menos uma nova espécie de deus.
No começo, usava-se a Internet apenas como um tipo de pombo-correio da vida moderna até que ela se tornou, pouco a pouco, a referência para tudo e mais alguma coisa. Desnecessário listar o que já pode se fazer nela: sexo, pedofilia, música, fuxico, exposição, operação bancária, jogos e..Semana passada, no entanto, surpreendi-me com mais algumas. A primeira delas: a venda de hóstia pela Internet. Ou seja, o corpo de Deus já pode ser adquirido pela rede, como não mais o Deus total, absoluto, mas em pedacinhos, para consumo.
Na mesma edição do jornal, deparei-me com outra, um
concurso de poesia cujo premio é de nove mil reais. Nada tão corriqueiro, não é mesmo? De fato, mas em se tratando de poesia, trazendo uma bizarra surpresa: a decisão do concurso não dependerá de uma análise de escritores ou especialistas, mas de um julgamento baseado na avaliação dos internautas. Dos internautas? Isso mesmo, as coitadas das poesias ficarão à mercê dos mesmos julgadores que outro dia chegaram à brilhante conclusão de que Ronaldo Fenômeno foi melhor do que Pelé. O que seria de Gonçalves Dias, se ele vivesse hoje? Finalmente, ainda na mesma edição do jornal, a informação de que a partir de agora você pode ter a sua própria televisão na Internet. Como se fosse um Silvio Santos.
Mais do que surpreendente, há algo de patético na percepção de
que, se antigamente você não podia se desgarrar da frente de uma televisão, a partir de agora você vai poder tira-la de si . Pois é, você é uma televisão e não sabia. Refletindo bem, nada mais natural: a Internet e a televisão são irmãs siamesas em seus propósitos de produzirem ilusão em benefício do maior prazer de todo ser humano, que é o de fugir, a qualquer custo, de sua própria realidade. Não é de estranhar que se entrelacem no objetivo comum de promoverem o escapismo diante da fragilidade mental da maioria dos espectadores. Como Susan Boyle.
Todos lembram do episódio: a moça inglesa, pobre, desengonçada e feia, de repente foi alçada, através de um programa de calouros, à condição de celebridade. O mundo inteiro se deslumbrou com a moça, num frenesi que só encerrou quando os mentores do programa decidiram que dela não mais precisavam, porque o objetivo maior do programa, que era a audiência, havia sido atingido. Tendo cumprido o seu pungente - e grotesco papel – Susan podia agora ser reduzida ao que sempre fora: uma caçadora de sonhos, só que, a partir de agora, premiada com uma psicopatia, decorrente da frustração de ter tido seu sonho massacrado, justamente por aqueles que o venderam.
Fato equivalente aconteceu anos atrás, aqui mesmo, em São Luis. Para participar do programa Se vira nos trinta um pobre homem da periferia de São Luis, esforçou-se tanto em praticar estripulias que acabou se matando. Desta vez, o causador virtual de sua morte, o apresentador Faustão, idealizador domingueiro de patacoadas para deleite de pobres de espírito, sequer tomou conhecimento do caso. Ora, para quê? A vida perdida do rapaz pertencia a um mundo diferente do seu, cuja ocupação mais salutar em benefício da sociedade é a de contar as cédulas do seu salário astronômico de 5 milhões de reais.
Em recente artigo a respeito da menina Maysa e do efeito
transgressor (em sua infância) dos manipuladores de imagem escreveu Ivana Bentes ao caderno Mais, da Folha de São Paulo: “ Nós, telespectadores somos a matéria-prima em diferentes sentidos.... Somos nós que emprestamos nosso tempo, nossa subjetividade e nosso imaginário para criar valor na tevê. Ou seja, o que a mídia vende não é a publicidade – somos nós mesmos.” Sabendo-se que todo ser humano é indefeso diante de um elogio, o elogio da mediocridade como se vê em tantos programas como o Big-Brother, Faustão e tantos outros, faz parte de um jogo previamente inserido no que poderia se chamar de religião midiática para que seres humanos sejam cada vez mais e continuamente iludidos por gente boçal, porém muito esperta.
Deus é pop, exibe a capa da Época, e tenta comprovar isso
com frases com as da diaconisa Julia: “Deus está bombando”, ou da existência de redes de relacionamentos como a intitulada “ Mais Deus, menos religião” que, criada por Rafael Lins, de 19 anos, já tem mais de seis mil participantes. Isso sugere que já não existem mais divindades absolutas, e o Deus atual depende, para sua sobrevivência, menos da fé do que das elucubrações à solta na rede, onde cada um pode, a qualquer instante, inventar o seu próprio Deus.
Os cientistas atuais vociferam contra a existência de Deus e ao proclamarem: “Não existe mais Deus”, devem estar com a razão. O céu e o inferno já não estão além . O inferno, que para Jean Paul Sartre era os outros, agora é você mesmo, seu medo de ficar só, sua incapacidade de gostar de si, de ler seus livros ou cultivar seu talento pessoal. Já o céu, ora, o céu são quinze segundos de fama e poder.
Corramos, pois, para o paraíso: a Internet e a televisão nos esperam e a corrida nem é tão longa assim!