domingo, 26 de setembro de 2010

MINHA TRILHA

texto publicado no jornal O estado do Maranhão, seção
Hoje é dia de...sábado passado


MINHA TRILHA MUSICAL


Jose Ewerton Neto, membro da AML

ewerton.neto@hotmail.com



Aos sábados, o jornal o Estado de São Paulo no seu caderno de arte, reproduz seleções musicais de profissionais de diferentes expressões artísticas. É fácil perceber que elas não se referem a um juízo pessoal de valor musical, mas sim a como uma determinada canção veio a tocar a sensibilidade de cada um, por diferentes motivos. Meio por diletantismo comecei a fazer a minha lista, que acabou dando na que segue. Se não gostarem, perdoem-me. É que, depois de pronta fiquei com dó de deixa-la na gaveta.

1. Gracias a la vida. Estava nas ruas de Belo Horizonte nos idos dos anos oitenta quando chamou-me a atenção, um elepê de música chilena tendo na capa uma mulher pouco graciosa, mas de rosto e expressão marcantes. Até hoje dou “Gracias a Dios por Gracias a la vida ter entrado em minha vida”. Prefiro-a não nas interpretações mais executadas de Mercedez Soza, ou de Joan Baez, mas dela, Violeta Parra, - a autora da música, cuja fotografia emoldurava a capa do disco. Lendo depois sobre sua vida soube que ela se suicidou. Na sua interpretação, esse pungente hino à vida, ressoa, por vezes irônico, triste e eternamente belo.

2. Besame Mucho. Acho que todo mundo já escutou mais de trinta interpretações desta música sem nunca ter enjoado. Lembro, em especial, de uma com os Beatles, não a melhor, mais uma das mais memoráveis (do filme Let it be). Li em algum lugar e há algum tempo atrás, que essa música ( junto com Yesterday , dos Beatles) era a canção mais executada de todos os tempos. Como Yesterday hoje pouco se escuta, deve reinar sozinha, o que é muito justo.

3. The fool on the Hill – Beatles. É a que mais gosto dessa “melhor banda musical de todos os tempos” que dispõe de um caminhão de músicas para fazer parte de qualquer lista de bom gosto musical. Acho-a mais bonita até do que A day on the life que todo crítico musical cita. O motivo porque a aprecio tanto não sei explicar, mas com certeza não é pela letra, bastante boba. Já escutei várias versões dessa música, inclusive com Sergio Mendes – que prefiro à dos próprios Beatles - e também com Zé Ramalho; muito, muito pior.

4. Oh, Carol! Com Neil Sedaka ou qualquer outro. Como se não bastasse ser a mais bela balada de rock da juventude-fugaz de todo mundo veio a ser também a da minha infância , porque a associo à minha mãe. Quando vinha de férias para São Luis, na infância, a música me recordava Guimarães, onde a música tocava indefectivelmente, à noitinha, num alto-falante, o que me dava saudades dela.

5. Ai Mouraria. Quase todo fado é bonito, mas esse é o mais bonito, o creme do creme. A primeira vez que o escutei foi na voz de Alcione, quando esta começava a carreira, em São Luis. Nessa época, portanto, ela também cantava lindamente fados e – acreditem! - era magra.

6. A noite do meu bem, Dolores Duran. Existem muitas formas de dizer meu bem, dentro da noite. Mas a única voz capaz de fazer isso oferecendo a própria noite foi a da magistral Dolores Duran, nessa sua música, impiedosamente terna. Para sorrir – ou chorar- suavemente, de tanta emoção. Poética, meiga, única!

7. Três Apitos, Noel Rosa. Só o talento de Noel Rosa para conseguir fazer um apito de fábrica soar bonito, como nesse samba-canção: “Quando o apito, da fábrica de tecidos vem ferir os meus ouvidos, eu me lembro de você”. Onde se reúnem coisas que só Noel Rosa consegue reunir numa canção, às vezes, tão curta: poesia, paixão, ironia, o riso de si mesmo.

8. Camisa Listrada, Assis Valente. O samba mais verdadeiro do carnaval mais puro, ou o samba mais puro de um a época que o carnaval era verdadeiro, tanto faz. De um tempo em que um folião saía para brincar (eu disse para brincar ) dizendo “mamãe eu quero mamar. Mamãe eu quero mamar!”, gíria da época. E levava ainda um canivete no cinto e um pandeiro na mão... Mas aí eu já estaria contando a história.
Com Carmem Miranda cantando é covardia! Gente, essa obra-prima encontra-se meio esquecida, nem lembro de quando ouvi sua ultima regravação. Fiquem vivos, Zeca Baleiro e Marina de la Riva!

9. Fado Tropical, Chico Buarque. Do tempo em que o talento musical de Chico Buarque era tanto que sobrava para fados. Nessa época, ele não precisava suar para ser o escritor medíocre que hoje busca, obsessivamente, ser. .“Ai esta terra ainda vai tornar-se um imenso Portugal” “Ah, esse Chico um dia vai voltar a ser o Chico Buarque!”

10. Na asa do vento, João do Vale. “Deu meia noite, a lua faz o claro, eu assubo nos aro, vou voltar pro vento leste. A aranha tece puxando o fio da teia...” Precisa dizer mais quando a poesia nem precisava da música e vice-versa? Mas, aqui, elas se juntaram seduzidas pelo talento espontâneo deste João do Vale tão lapidar. Para mim uma das melhores músicas populares feitas por esses lados e nem estou falando do Maranhão, mas, (sem patriotada de maranhense) do Nordeste inteiro.

sábado, 18 de setembro de 2010

NOVOS MANÍACOS DO VOLANTE

Texto publicado em O Estado do Maranhão,
caderno Alternativo, seção Hoje é dia de...hoje, sábado


NOVOS MANÍACOS DO VOLANTE

José Ewerton Neto, membro da AML

ewerton.neto@hotmail.com




Coisa de 7 anos atrás, baseado numa seleção de um amigo psiquiatra, descrevi, numa crônica, os tipos de desajustados mais comuns que se viam – e ouviam – pelas ruas e avenidas das capitais brasileiras. Nessa ocasião foram listados alguns desses maníacos crônicos, ao qual se adicionou o título mais apropriado a cada patologia. Complexo de Ayrton Sena ( ao obsessivo por velocidade) ; Complexo de Imperador da Avenida ( ao viciado em obstruir avenidas) ; Complexo de Mike Tysson ( ao xingador do motorista vizinho) etc. etc.
Mas a insanidade, por incrível que pareça, evoluiu mais ainda nestes últimos anos e - pasmem! - novos maníacos surgiram. Vamos a eles:

1. Complexo de Raposa do Deserto.
Dias atrás, o cronista Ruy Castro lamentou , numa crônica, que as avenidas e ruas das cidades tenham deixado de ser vias de acesso para se transformarem em desfiles de tanques de guerra. É isso! De alguns anos para cá, uma horda de maníacos, quase sempre sozinhos, passaram a dirigir veículos que mais parecem tanques de guerra: enormes, incômodos, horríveis e pouco práticos, tornando o ato de locomoção automotora , agora sim, uma verdadeira batalha. Por que razão um ser humano, se prestaria a tanto constrangimento, num trânsito tão congestionado?
Para o amigo psiquiatra tais seres são desprovidos do mínimo senso de apreço ao bem-estar comunitário. Por um desvio de personalidade, carecem se impor a qualquer custo, acreditando piamente que dirigir um veículo imponente o tornará alguém digno de ser admirado. O título de Raposa do Deserto (como era cognominado Rommel, o general alemão) lhes é apropriado, ironicamente, primeiro porque assumem a pose de generais e, segundo, porque agem com seus “tanques de guerra” como se estivessem num deserto, ao invés de numa via pública.
Uma segunda razão, menos psicológica, é a da falta de dinheiro, mesmo. Só a penúria financeira explica que um sujeito se sacrifique com uma picape enorme pelas ruas estreitas da cidade quando o mais viável – se tivesse dinheiro – seria possuir, além desse, um carro menor e confortável, para melhor se locomover pelas ruas apertadas de sua cidade.

2. Complexo de Fantasma das Avenidas.
É o sujeito que acredita que basta tomar posse do volante do seu carro para se transformar num fantasma. Vidros totalmente obscurecidos, a meta principal desse novo tipo de maníaco é agir como se, a salvo de olhares, ninguém desse conta de sua presença. Estacionam nos locais mais improváveis e incômodos e param para conversar, desde com o carona do lado até com cachorro que late ao longe ou com a pulga que o está incomodando. Enquanto isso...
O pior desse tipo de mania é que ela tornou-se epidemia e, contagiados, os guardas de trânsito deram também para agir como se fossem fantasmas. Se um sinal enguiça, ou acontece um acidente, eles, viram fantasmas e nunca aparecem. Só deixam de serem visagens, na hora de bater papo ou de multar carros nos raros estacionamentos. É quando surgem, de cinco a seis, aos trambolhões.

3. Complexo de Motoqueiro Kamikaze.
Acredite ou não em espiritismo, tudo leva a crer que os trágicos japoneses, que se mataram na ultima grande guerra, estão reencarnando no Brasil, na forma de motoqueiros kamikases. Sobre suas motos eles se jogam de frente, de lado e de costas. Às vezes, tem-se a impressão de que eles querem atravessar a carcaça do automóvel, do ônibus ou do trem que se atravessar no caminho já que não existe, para eles, quebra-mola impossível, calçada intransponível, jardim a ser respeitado. Têm especial predileção por valas e crateras o que indica que já estariam enxergando, provavelmente, o próprio túmulo.
Com tanta vocação suicida à solta, o cuidado de todo motorista tem de ser redobrado para não tornar-se, ele também, o ator coadjuvante de mais um “haraquiri”, sem direito à segunda sessão. Como todos sabem, quando um suicida morre sempre sobra para um culpado vivo.


4. Complexo de Masturbador de Buzina
Trata-se do psicopata que não pode ver uma buzina de carro à sua frente que já começa a aperta-la freneticamente, como se estivesse querendo ter um orgasmo com a mesma. Tudo é motivo para esse tresloucado apertar a buzina do seu veículo: uma mosca no pára-brisa do carro, o sinal de uma barreira eletrônica, o berro de um cantor, no som do carro. Quando retido num sinal, por mais de dois segundos, o maníaco fica em polvorosa e, antes mesmo de o sinal abrir já está ele, apitando feito um desesperado como se o carro à sua frente, não estivesse submetido também à lei física da inércia, que o impede de sair voando como o maníaco gostaria.
Tanta obsessão da parte do Masturbador... pode provocar danos irreversíveis nas suas esposas ou namoradas que, por precaução, devem procurar manter o bico dos seus seios a salvo das mãos inquietas do psicopata. A solução psiquiátrica para essas pobres mulheres, segundo o meu amigo é simples: dar-lhe uma vuvuzela de presente, ou, melhor ainda, um chifre, para que ele pense duas vezes, antes de ser tão estúpido.

domingo, 12 de setembro de 2010

A ARTE FEMININA DE FAZER UNHAS

Artigo publicado no jornal O Estado do Maranhão,
seção Hoje é dia de...Caderno Alternativo

A ARTE FEMININA DE FAZER UNHAS


José Ewerton Neto, membro da AML

ewerton.neto@hotmail.com




O ser humano, se desenvolveu inteligência suficiente para criar invenções que facilitam sua vida, não as desenvolveu suficientemente a ponto de não deixa-las à mercê dos seus primitivos instintos de fera boçal, o que nos faz duvidar de que, afinal de contas, estas tenham lhe trazido tanto lucro assim.
Se inventou a televisão, inventou também o Faustão e o Big-Brother. Se inventou o carro, inventou também a barreira eletrônica e o maníaco do volante. Se inventou o avião, inventou a fila de espera da bagagem. Se inventou o som eletrônico, inventou também o som automotivo e o estúpido que o propaga. Enfim, será que valeu a pena?
De todas as invenções, contudo, uma existe que, de tão singular e rotineira, nem se sabe mesmo se foi invenção: a arte (se é que podemos chamar assim ) feminina de fazer unhas.
“Será arte, será arte?” pergunta-se o poeta Ferreira Gullar em um dos seus poemas. Não consigo responder precisamente, o que sei é que até agora não surgiu nenhum especialista para explicar a razão pela qual mulheres e mais mulheres se dedicam com tanto afinco, emoção, regozijo, fidelidade, paciência, perseverança etc a uma tarefa que para os homens não passaria – se a executassem com a mesma galhardia - de uma aporrinhação inútil e incompreensível.
E olha que, recentemente uma enxurrada de livros se dedicaram a explicar as diferenças, nem sempre contornáveis, entre o macho e a fêmea, desenvolvidas ao longo de milhares de anos de evolução. Através desses livros “Os homens são de Marte, As mulheres são de Vênus”, “Porque as mulheres fazem amor e os homens fazem Sexo”, etc. conseguimos descobrir que a imposição evolutiva explica porque as mulheres são interesseiras e os homens infiéis; porque as mulheres conseguem fazer duas ou três coisas ao mesmo tempo e o homem apenas uma (no mais das vezes, nenhuma); porque as mães são mais apegadas aos filhos do que os pais e por aí vai.
Só não explica é porque a mulher desenvolveu com tanto carinho e dedicação a esquizofrênica (pelo menos, para nós) arte de fazer unhas. Calma, não estou dizendo que não possa haver por trás uma razão bastante compreensível, se observada pelo ângulo da higiene e da estética, mas, sobretudo – e aí é que se inaugura a dificuldade em entender – o que não se explica é o porquê da necessidade de fazer desse ato um ritual quase religioso, uma obrigação tão primordial e imprescindível.
Sim, porque para a maioria das mulheres fazer unha é mais importante do que ler um livro, ir ao cinema ou à missa e levar o filho ao colégio. Muitas mulheres deixam de comer para fazer unhas, sendo capazes até de perder um bom programa com o parceiro por causa disso. Pode-se dizer que fazer unha está para uma mulher como discutir futebol está para um homem com a diferença que, de uns cinco anos para cá, muitas mulheres se imbuíram da mesma fascinação que os homens têm pelo futebol ao passo que, nenhum homem, apesar da velocidade do processo evolutivo que os unifica cada vez mais (infelizmente, diga-se de passagem) , passou a se extasiar com o ato de fazer unhas.
Podemos até nos dar ao direito de especular, recorrendo à imaginação, a uma potencial visão familiar nos tempos ancestrais: os machos ao longe, no meio da mata, atrás de caça, enquanto as fêmeas, famintas e prenhas, os aguardavam numa caverna, cansadas, estressadas, aporrinhadas e sem ter o que fazer... E as unhas, enormes, ali, em frente, à disposição. Se elas fossem machos poderiam coçar o saco, talvez, para se distraírem, mas...elas não tem saco. Heureca! Como ninguém antes havia pensado nisso? Será que essa não seria a grande explicação? Será que não foi daí que tudo começou? Milhares e milhares de anos coçando as unhas, esperando nervosas por comida e sexo, escutando apenas a música dos ganidos estridentes dos macaquitos, até que...
A sensibilidade feminina teria feito o resto. Lentamente, elas teriam aprimorado a primitiva e instintiva coçação até chegar a... Pouco a pouco, passando a toldar suas unhas proeminentes, acariciando-as, confinando-as e moldando-as. Bote o tempo disponível de uma infinidade de anos, bote uma religiosidade latente, quase sagrada, um conformismo atávico, um poder de concentração especial e a compunção peculiar do sexo feminino pelas coisas menores bem feitas e... Pronto! Estaríamos diante da grande explicação. A falta de saco para coçar, talvez...
Talvez? Que me perdoem as mulheres por esta especulação ingênua e sem base científica. O paralelo disso seria admitir que caso os machos fossem tão sensíveis quanto suas fêmeas, hoje eles estariam se dedicando à arte de “fazer sacos”, dourando-os, enfeitando-os, mostrando-os uns para os outros e dizendo : “Cara, já viu que enfeite cor-de-rosa com formato de lua coloquei no saco?” E ficariam ofendidos caso suas esposas e namoradas nada percebessem. Haveria revistas e mais revistas intituladas “Fazer Saco” para os homens (assim como as centenas que se vendem dedicadas às unhas femininas - e que a maioria dos homens sequer imagina que existem) e estes passariam suas duas mais preciosas horas de folga semanais enfeitando sacos, ao invés de ficarem discutindo futebol.
Dá para aceitar isso? Tem lógica? Antes que seja tarde, façamos urgentemente de conta que não. Nada de nada. Não resta dúvida, o apressado cronista, como um inconseqüente, invadiu um terreno que não é de sua competência. Ele que vá fazer crônica sobre assuntos de sua alçada como futebol, que vá especular sobre o humor de Dunga ou de Felipão, que vá caçar problemas e que deixe a mulher e sua arte de fazer unhas em paz.
Melhor recorrer, para solucionar de vez essa questão em má hora levantada, mais uma vez ao bardo inglês Shakespeare, e tomando sua frase como alegoria, aceitar que existem mais mistérios entre o a mulher e o que fazem do que sonha a vã inteligência humana. Incompreensíveis ao coitado do Darwin! Ininteligíveis a Deus.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

EU NOSTRADAMUS?

Artigo publicado no jornal O estado do Maranhão,
seção Hoje é dia de...Caderno Alternativo, ultimo sábado

EU NOSTRADAMUS ?


ewerton.neto@hotmail.com




Pois é, no dia 18 de Junho de 2006 este cronista deu uma de Nostradamus. Quem poderia supor, essa época, que um país, como o nosso, que não dá a mínima condição à sua população para gozar de boa saúde e se prevenir das costumeiras catástrofes invernais fosse se dar ao luxo de gastar dinheiro a rodo com estádios suntuosos e com acomodações para turistas durante uma Copa?
Mas a coisa aconteceu ano passado, todo mundo ficou feliz e este cronista, iluminado provavelmente por Nostradamus escreveu há quatro anos o que segue abaixo. Não é que quase tudo que foi previsto está acontecendo?
Na ocasião leu-se a crônica: Se a Copa do Mundo acontecesse no Brasil:

1. Muita polêmica acontecerá por conta da escolha das cidades-sede dos jogos da Copa. Até o prefeito de Quixeramobim, no Ceará , entrará na disputa, construindo em tempo recorde um estádio de futebol com capacidade para cinqüenta mil pessoas em pé, quinze sentadas ( a família do prefeito ) , e cinqüenta montadas em jegue. Depois de o prefeito entrar em greve de fome e do trágico episódio do suicídio de um vira-lata com a camisa da seleção, Lula concederá à cidade o direito de ver uma partida com os jogadores reservas do escrete canarinho, garantindo com sua presença, a inauguração do referido estádio, antes da Copa.
Como todos sabem as coisas já estão acontecendo nesse rumo. Com a desculpa da Copa, os governantes anunciaram a doação, esta semana ( com nosso dinheiro) de um estádio para o Coríntians sob a alegação de que a cidade de São Paulo não pode ficar de fora da Copa. Por quê será, hein? Quantos milhões morrerão se acontecer isso? Por que o resto do Brasil pode assistir à copa pela televisão e os paulistas não podem?
O mais interessante é que fazendo parte do plano “carne- e- unha” arquitetado por Andrés Sanches, (presidente do Coríntians) e Ricardo Teixeira, (presidente da CBF), o estádio do Morumbi, do São Paulo, com capacidade para oitenta mil torcedores e um dos melhores do Brasil foi preterido na história. Talvez consiga o “privilégio” de sediar os treinamentos da seleção.
Ao mesmo tempo a imprensa está anunciando que várias cidades descartadas como sede , estão se candidatando a sub-sedes da Copa. Preteridas no filé, se satisfarão em roer o osso. São as Quixeramobins da previsão.

2. O Maracanã será totalmente reformado, porém, suspeitas de evasão de dinheiro e superfaturamento das empreiteiras embargarão a obra. O escândalo, agora denominado, Copalão, inspirado no Mensalão, ganhará divulgação internacional e a FIFA pensará em transferir a Copa para outro país. Hugo Chávez, fiel a Lula, o socorrerá com Petrodólares, em troca, exigindo que uma miss venezuelana ( tradicional vencedora desse tipo de competição) seja escolhida a musa da Copa.
Ainda não se chegou lá, mas sussurros e insinuações na grande imprensa já ocorrem aqui e ali. Os orçamentos são extraordinariamente disparatados de lugar para lugar, sem explicação técnica. Empreiteiras com mínima experiência estão sendo escolhidas, como já denunciado, no caso do Ceará.
O que leva a crer que, desta vez, uma venezuelana ficará com o lugar da paraguaia Larissa Riquelme.

3. Acordo de cooperação será feito entre os governos do Rio, São Paulo e o comando da bandidagem para garantia da segurança durante a realização do evento. Marcola, o chefe dos marginais, acabará aceitando como contrapartida do seu apoio uma exibição da seleção nos pátios das penitenciárias de segurança máxima. O acordo será lido por Galvão Bueno, com a presença de Marcola e de Lula em rede nacional.
Dito e feito. Ou será que alguém tem dúvidas de que somente uma forte motivação faria Galvão Bueno anunciar sua despedida para logo depois da copa 2014? Será que já não é de vergonha? E, por outro lado - que coincidência! - o goleiro Bruno, do Flamengo, a caminho da penitenciária, não é o elo que faltava do referido acordo?

4. As forças armadas farão reuniões secretas para elaborar um plano de emergência relativo à possibilidade de a Argentina ganhar a Copa. Serão consideradas duas hipóteses:
Caso a Argentina derrote o Brasil numa partida normal, os sem-terra estarão de prontidão para invadir o estádio, invalidar a partida, ganhando o direito de ali se instalarem para sempre. Caso a Argentina ganhe a Copa os soldados farão vista-grossa para que a torcida organizada do Coríntians possa entrar em campo e baixar o “sarrafo” nos portenhos
.
Só um ingênuo não percebe que a doação recente de um estádio, de graça, para o Coríntians, faz parte da compensação prevista no plano. Por outro lado, quem tem dúvida de que, toda a arruaça da mesma torcida, esta semana no centenário do clube, inclusive matando uma torcedora, sob a vista grossa de imprensa, torcedores, jogadores e opinião pública, não faça parte apenas de um treinamento para a Copa, sob a coordenação de “forças ocultas”?

Obs. Houve, porém, uma pequena falha na premonição. Onde se lia Lula, favor substituir por Dilma Roussef.