segunda-feira, 13 de junho de 2011

PARA QUE SERVE UM NAMORADO

artigo publicado no jornal O Estado do Maranhão,
seção Hoje é dia de...Caderno Alternativo, sábado



PARA QUE SERVE UM NAMORADO



ewerton.neto@hotmail.com




Quando perguntada sobre porque preferiu ficar solteira, uma famosa atriz norte-americana respondeu que a razão era muito simples: tinha três animais em casa que faziam tudo o que um homem faz e muito melhor: “um papagaio que só falava palavrão, um cachorro que só vivia latindo e um gato que só chegava em casa de madrugada”.
Ironias à parte, causa estranheza que, diante de suas mais recentes conquistas, as mulheres continuem tão carentes da ostentação de um namorado, e estabeleçam disputas veladas entre si, desfavoráveis para aquelas que não os possuem. Recente matéria neste jornal chega a ponto de sugerir conselhos para aquelas que estão solteiras como se ficar sozinha no Dia dos Namorados fosse um suplício pior do que o de namorar parceiros tão chatos e execráveis como Suzana Vieira - no caso deles, ou Dado Dolabela - no caso delas.
Ainda bem , para nós homens, que elas nunca se deram ao trabalho de perguntar para que serve, afinal de contas, um namorado?

1. Durante muito tempo, um namorado teve alguma utilidade para uma dama. A principal era como protetor, já que, nessa época, era essencial se juntar aos mais fortes. Afinal de contas, eram eles que, espertamente, ficavam com as armas. Crédulas, elas acreditavam até nas histórias de capa e espada – que eles mesmos inventavam – onde um valente e idealizado guerreiro era capaz de batalhar mundos e fundos por amor à sua donzela. (No fundo, eles podiam batalhar mundos, mas estavam mais preocupados era mesmo com o “fundo” delas).
Só depois da proteção vinham o sexo, o amor e a procriação. Lembremos que, nessa época, um namorado era a única alternativa possível já que não havia vibradores, concepção em laboratório e cenas de sexo explícito nas novelas e no BBBrasil. (Nem lesbianismo aplaudido, nem transexuais, nem drags, nem as mais de cinqüenta variações sexuais que hoje existem por aí). O único vibrador que elas conheciam, era o clitóris, mas nele não podiam mexer sob pena de apanhar dos próprios namorados que faziam questão de ignorar esse dispositivo tão natural ( Aliás, até hoje elas se queixam que não são tantos assim aqueles que o conhecem).
Assim, elas se diziam prontas para o amor embora não soubessem exatamente o que significava isso. O namorado, muito menos, mas todos faziam de conta que sim até que chegava o casamento quando a mulher, tão solidária quando sonhadora, tão romântica quanto dedicada, mas, principalmente, com medo de apanhar dizia para aquele que um dia foi seu namorado: “ Senhor, estou pronta para o amor, pode servir-se à vontade” O amor, portanto, durante séculos nunca passou disso e até hoje não se entende como ainda tenha tanta fama neste século. Deve ser por causa das músicas sertanejas.
O desenvolvimento tecnológico trouxe novas “luzes” para a relação amorosa e uma nova vantagem em ter namorado: alguém para trocar lâmpadas. Como todo mundo sabe as mulheres sempre foram inábeis para isso, já que em matéria de luz elas eram mais especialistas em dar à luz do que em acendê-las.. Além disso, por terem estatura mais baixa que os homens, não tinham acesso a lâmpadas, telhados e sótãos ( onde os maridos escondiam os presentinhos das amantes) etc . Hoje, mesmo essa vantagem acabou já que as mulheres cresceram e estão quase da mesma altura dos homens. Tanto subiram que já existe mulher até na presidência da república. Sem namorado, diga-se de passagem.

2. Restou, ao fim, a única e derradeira vantagem: como objeto de ostentação. Um namorado hoje não passa disso, para a nova mulher, a Lady Gaga do século XXI: um adorno como qualquer outro, com a desvantagem comparativa em relação a uma fitinha do senhor do Bonfim – por exemplo - que da fitinha se espera um milagre, enquanto que, de um namorado, sabe-se de antemão que jamais vai sair nada. As poucas que se iludiram um dia acreditando que um namorado servia, também, para leva-las a show de forró já desistiram de acreditar nisso: quando elas conseguem suportar o show é difícil suportar o namorado, e vice-versa
Sem contar último e definitivo risco: o de que, contrariamente a todas as previsões, um dia ele possa se tornar um marido. Nada como um marido do lado, no futuro, para mostrar o quanto pode sair tão trágica essa história de contar vantagem, no dia dos namorados, por estar ao lado de um.

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