sábado, 28 de setembro de 2013

O TORCEDOR-COMEMORAÇÃO



artigo publicado na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal o Estado do Maranhão

Para Mauro César Pereira, do ESPN,  um dos mais lúcidos jornalistas esportivos deste país,  a maioria dos que se dizem torcedores no Brasil não são verdadeiros torcedores, ou seja, não gostam, de fato, de seus times. Do que eles gostam é comemoração. Assim, quando percebem a chance de comemorar se mandam para os estádios, quando seus  times vão mal, deles fogem.
Esse é um dos mitos do futebol brasileiro – o de que o brasileiro gosta tanto assim de futebol. Se isso fosse verdade os estádios não estariam vazios, enquanto shows  de músicas de baixa qualidade, forró e sertanejo universitário,  estão sempre cheios.  Outro mito que por aqui predominou durante longo tempo é o de que temos os melhores jogadores do mundo. Ora, nem vamos longe, a grande quantidade de craques que nascem ali bem perto, na Argentina já é um desmentido disso, desde que consideremos a comparação proporcional  à população. Ou   seja,  na terra dos ‘hermanos’, - que já deu Di Stefano, Maradona e , agora, Messi -  a quantidade de gênios de futebol,  per capita,  infelizmente, é maior que a nossa.
Mas o tal Torcedor-Comemoração do Mauro César não é o único a predominar  nessa imensa variedade de tipos . Existem outros:

1.O Torcedor “Joana vai com as Marias que vão com as outras”.


                                         


É aquele que ao distinguir em campo 22 pessoas correndo atrás de uma bola, não sabe direito para que é aquilo, mas se empolga além da conta com a camisa de um dos times,  desde que a tal camisa seja a mais vista em todo lugar. Ou seja, o cara não conhece futebol , mas conhece a camisa, e é com essa que ele vai. Admira não o time, mas a torcida, não o futebol, mas a sensação, para ele empolgante,  de ser uma “Joana vai com a Maria que vai com as outras”. De algum tempo para cá passou a depender fundamentalmente da direção que a Rede Globo dá às suas preferências. Como a rede privilegia os times de maior torcida, o torcedor Joana...   dentro de sua camisa e da frente da tevê não se arreda,  jurando para todo mundo que gosta mais do seu  time do que da própria mãe. Coitada , só sofre menos do que mãe de juiz!

2.O torcedor irado.

É aquele fanático por futebol, cujo humor não muda, quer o time ganhe ou perca. Na verdade,  os filhos desconfiam de que o que ele quer mesmo é um motivo para bater na mãe deles quando chega em casa. Se o time perde fica puto, se o time empata fica alucinado, e se o time ganha é porque o ladrão do juiz fez com  que seu time ganhasse só de cinco a um, ao invés de cinco a zero, como queria.
É por isso que sua sofrida esposa já  tem vizinhas aconselhando-a  a voltar a lhe botar uns chifres enquanto ele vai para o futebol. Num instante, dizem, volta a sorrir.

                                              

3.O Torcedor flutuante.


É aquele que torce sempre pelo time que estiver  ganhando sem se preocupar com qual  seja a tradição do time ou suas realizações. Porém, se o time escolhido  se dana para  perder corre logo a fim de outro.  O torcedor flutuante, por definição, circula por vários times deste Brasil, mas, se aninha melhor com a camisa do São Paulo. A razão, óbvia,  é o fato de o time ter ganho, na  década de noventa,  a fama de time vencedor e, de quebra, a de que  é o mais rico. Como dinheiro compra tudo neste país até torcedor verdadeiro, o torcedor-flutuante, sempre calculista,  raciocina, com alguma razão,  que time que tem mais dinheiro para comprar jogadores tem muito mais chance de sair vencedor ,  portanto, corre para as enquetes  para proclamar sua preferência . Dá para acreditar no que as pesquisas dizem por aí: que o São Paulo tenha hoje mais torcedores em todo o Brasil do que Vasco e Palmeiras? Pode até ser, mas,  pode-se confiar no que diz um  torcedor-flutuante?


                                     

4.O torcedor Exterminador do Futuro - do Futebol.


É aquele para quem não  basta sentir-se um exterminador do futuro, como o personagem de Arnold Shwarzenegger , mas que almeja ainda mais: exterminar  o futebol , o futuro do futebol e o que vier. Na verdade, não torce por time algum, mas pela perspectiva de trucidar o outro, desde este que seja mais fraco. Valentão? Na verdade trata-se de um covardão que apenas torce por um time para que, se escorando num grupo de bestalhões, possa  compor sua própria fantasia de valente. Adora que  digam que é gavião, fanático, louco, fiel, e dedicadíssimo ao seu time e assim comporta-se para que a mídia, ao exaltar de forma dúbia o seu tresloucado amor,  esconda dos outros o que de fato é.

                                      

5.O torcedor multi-time.


É aquele que torce por uma saraivada  de times mais um. Um em São Luis, outro em São Paulo, um no Rio, um em BH,  e outro no Recife. Antes mesmo da recente transmissão  dos jogos europeus na tevê fechada já torcia por times da Espanha, Itália e Inglaterra.  Agora, com a vitória recente do Bayern de Munique na Champions League ,  se impôs a obrigação de ter que escolher também um na Alemanha, o Bayern, claro. Pois o negócio dele é permanecer com a empolgação de torcer por um time vitorioso em algum lugar deste planeta. 
Com a confirmação do Qatar como sede da próxima Copa do Mundo, tá doido para ‘Qatar’ um por lá. Será que  antes disso não vai acabar torcendo por um de Marte?

                                                                              ewerton.neto@hotmail.com
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sábado, 21 de setembro de 2013

MASTURBAÇÃO: PELA LEGALIZAÇÃO URGENTE!


artigo publicado na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal o Estado do Maranhão, hoje,
sábado

Quando se pensa que tudo já estava resolvido sobre o projeto de legalização da profissão de domésticas  eis que, volta e meia, o assunto volta à tona nos  telejornais: desemprego para um lado , custos impraticáveis para o outro, o que faz surgir a indagação: se é tão complicado assim, porque não deixar as partes se entenderem, como sempre? Para que tanta lei em cima de lei?
Já que a sanha regulatória do governo PT é tão atuante ‘em defesa dos  direitos dos mais fracos e oprimidos’ que tal lembrar-lhes  de mais algumas profissões marginalizadas,  para que tenham mais com o que se preocupar?
                                  

1.Masturbação profissional.
Recente notícia divulgada esta semana dá conta de que a China acaba de regulamentar a profissão de masturbadora profissional para obtenção de sêmen (vulgo punheteira). Ou seja, enquanto em outros países dá-se uma revista pornográfica para que o cliente se excite, na China, as mulheres têm de encarar  o batente , ao que parece, suando muito para obter o ‘produto’. Antecipando-se à insatisfação das trabalhadoras  o governo regularizou-lhes  a atividade oficializando  um salário equivalente a três mil e quinhentos reais.  Levou em consideração:
 O salário. Uma mulher  tem eficiência  reconhecida muito maior do que uma revista pornográfica ( já pensou se o cliente recebe a edição da Hortênsia?),  portanto a profissional não pode  depender da boa-vontade do marmanjo para receber o que tem direito. Ora, se os homens ( No Brasil,  na China, ou em Alfa Centauro)  são tão caras-de-pau a ponto de relutarem em pagar por uma transa consumada , que dirá por uma masturbação. Nada mais justo que o Governo tome a si essa tarefa.
O grau de risco. O grau de risco foi considerado, por lá,  de nível 4  ( o máximo é cinco) levando-se em consideração a repetição cansativa do gesto, o  que pode causar danos irreversíveis . (obs. Nem foi considerada  a hipótese de a mulher ficar cega em decorrência da força do jato, como aconteceu recentemente nos USA, após uma relação de sexo oral). No Brasil, além desse, há de se considerar outros riscos como os de que o sujeito - prestes a gozar – queira estuprar a profissional,  bater na mesma ou xingá-la de vagabunda , como é tão corriqueiro por aqui e faz tanto sucesso nos bailes funk.  Ou seja, o grau de risco no Brasil é mais elevado, o que implica em dizer que o salário deveria  ser três vezes maior.

                                      


2.A profissão de ex-BBB.
Já são mais de dez mil os ex-BBB  que vagam por aí, sem rumo definido e sem carteira assinada. Impõe-se a regulamentação imediata da profissão  para que estes profissionais  (embora vagabundos por talento e vocação) não se confundam com os mesmos,  e não  se tornem mais prejudiciais ainda à sociedade.  
O salário. O salário terá que ser digno, afinal de contas não é fácil ter ficado  enjaulado numa casa,  ou ter de agüentar o Pedro Bial , além de outros sacrifícios. È sempre bom lembrar que para alguém ser escolhido para o programa e conseqüentemente para  ser, no futuro, em ex BBB,  não basta ser burro, tem que parecer burro. E, quanto às mulheres, caso não consigam posar nuas para as revistas, de que vão viver?                                    

3.Gigolô de Perua.
A profissão de gigolô de perua jamais foi regulamentada neste país, embora sejam  muitos os que vivem disso. Das periferias às telas da tevê, na vida real das celebridades ou na ficção,  é só que se vê. A regulamentação imediata dessa profissão se faz, portanto,  impositiva para que se evite, assim como acontece com a droga,  as distorções oriundas do submundo dessas relações.
Salário. Embora a maioria dos profissionais ganhe rios de dinheiro diretamente das contratantes (as peruas) a profissão ainda não é regulamentada, o que faz com que estas tenham que recorrer a artifícios para justificar que o trabalho exercido pelos gigolôs sejam tão bem remunerados. Assim elas dizem  que um é mágico, outro jogador de futebol e outro analista de mercado, sem tornar explícito - para o imposto de renda - que mágica e que mercado são esses  e com que bola (talvez duas ?) jogam.
O grau de risco. Embora muita gente considere o contrário, por conta da sombra e água fresca que são o principal ambiente  de trabalho desses empregados, o grau de risco é alto. Quer desespero maior do que acordar de madrugada e ter que encarar uma perua  da Globo, sem photoshop? E ainda por cima ser intimado a cumprir suas obrigações profissionais?

                                           


Sem contar a imponderabilidade do futuro incerto. Afinal de contas, como elas mesmas dizem umas da outras; “Fulana de tal? Essa já morreu e não sabe.”      

                                                               ewerton.neto@hotmail.com                                                                                                   http://www.joseewertonneto.blogspot.comMASTURBAÇÃO: pela legalização urgente!

sábado, 14 de setembro de 2013

SÃO LUIS 400 + 1: PEQUENO GUIA DE ESCOLHAS




Artigo publicado domingo , dia 8, no suplemento especial
do jornal o Estado do Maranhão em homenagem aos 401 anos
da cidade de São Luis


                                             
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1.Shopping-center  x  Centro.
Prefira o centro: maltratado, cheio de flanelinhas e camelôs, esburacado ou não, prefira o centro. Shopping-centers se dão bem com patricinhas, peruas sem rumo e buxudões sem destino. Uma hora no centro histórico da cidade vale por vinte anos em qualquer shopping-center  - esse condomínio de prisioneiros do ar-condicionado e do vazio comunitário.   (Sei que o IPHAN está anunciando a doação de milhões para melhorar o centro da cidade. OK, mas que ninguém esqueça que o centro da cidade sempre valeu e valerá muito mais que uma fotografia para turista) .
2.Sampaio Correia x Flamengo.
Prefira o Sampaio Correia.  Lembre-se de que o Sampaio foi o único time  do mundo campeão de três divisões nacionais. E, se ainda faltarem razões, além do fato de ser um time da terra,  lembre-se de que  a todo-poderosa Rede Globo, a entidade que controla o futebol brasileiro ( e, conseqüentemente, os juízes de futebol, a CBF  e a exaltação comprada) não está nem aí para o Sampaio Correia, o glorioso time do calção cáqui com nome de um avião - para poder vencer “e voar” como os pássaros.  


                                        


                3.Carroça x Hilux.
Tenha paciência, incomode-se com a lerdeza do trânsito, mas jamais  xingue  o carroceiro, muito menos um animal tão humilde e paciente como o  jumento. Se tiver que xingar,  xingue  as jamantas importadas  que no trânsito complicado da cidade se movem – que vergonha! - mais devagar ainda que as carroças E, por outra, lembre-se de que  o jumento que dirige a carroça é menos burro do que o jumento que dirige a Hilux , pois o que dirige a camioneta não tem  inteligência sequer suficiente para perceber que carrões desse porte não são apropriados para as ruelas estreitas desta cidade e seus pequenos estacionamentos, mas  sim para auto-estradas.
                4.Cupuaçu x Craviola.
Difícil escolha porque ambas as frutas são uma delícia:  misture ambas no suco:, seu prazer aumentará. Mas, se você for um inovador  vá mais adiante: acrescente bacuri.


                              

5.Juçara x Açaí.
Juçara, sempre juçara, mas não com tapioca de Pará,  mas com farinha d’água. Acrescente camarão seco, peixe- frito, ou o que mais for. A juçara ( embora seja a mesma coisa ) é muito melhor do que o açaí porque já vem com fundo musical de nome de mulher.
6.Estátua de poeta x estátua de político (ou de heróis).
Fique com as estátuas de poetas: o risco é menor de se perder tempo  admirando  o que não deve. Prefira, entre todas,  a de Gonçalves Dias, altaneira, na aprazível Praça dos Remédios. Montado no mar dá de dez a zero na do Duque de Caxias, montado num cavalo, no bairro do João Paulo.

                                     


7.Praia do Olho DÁgua x Ponta D’areia.
A outrora belíssima praia da Ponta D’areia , por culpa da especulação imobiliária – sob o aval do Poder Público - virou uma pequena porção de água salgada cercada de edifícios por todos os lados. Por sua vez,  a pequena porção de água salgada, agora está cercada de dejetos por todos os lados ( vindo dos edifícios). Quanto ao Olho D´`Agua...
Quer saber? Prefira a Praia Grande: tem mulher, tem bebida, comida, pouca roupa  - a depender do que você deseja -,   e tem a vantagem de que não tem praia. E nem edifícios horrorosos para enfear  a paisagem.  
8.João Paulo x Felipinho.
Os dois são gente boa. Eles e mais o Sampaio Correia são os caras mais conhecidos desta cidade. E as gentes que moram neles, idem.
9.Atenas Brasileira x Jamaica Brasileira.
Que me perdoe o Bob Marley (de quem gosto muito), mas prefira a Atenas.  A Atenas Brasileira tinha Aluisio Azevedo e Gonçalves Dias e agora tem Ferreira Gullar, José Chagas, Nauro Machado, Cassas e Ronaldo Costa Fernandes. A Jamaica Brasileira, por sua vez: muito passado, pouco presente, pouco futuro  Até a Tribo de Jah, ‘jah’ se mandou.
10.Academias de samba x Academias de Letras
São Luis já foi, nos anos setenta, para cada doze maranhenses, uma academia de letras, não é mesmo,  Pasquim?  Vá lá, a coisa não era bem assim ( o jornal estava ironizando) , mas o samba jamais fez por esta terra o que fizeram as letras. “Podem me prender, podem me bater, que eu não mudo de opinião”, de cima de um livro eu não saio não – como já dizia o samba carioca.
11.Ribamar x Cauã. Prefira o nome do seu do seu  avô ou do seu bisavô para colocar no seu filho, senhora, não vá atrás de nome de artista da  Globo. Nem se deixe influenciar por humoristas de segunda categoria como Tom Cavalcanti, que, estupidamente, deu ao nome uma conotação ‘racista’ de nordestino porque ele próprio não dá valor a sua origem e a si mesmo.  Ribamar é um belo nome, antes de nordestino,  maranhense, o último que nos sobrou. E  que para ser bonito nem precisa do milagre do santo.
12.Arroz de Cuxá x Arroz de Parida x Arroz de Codorna x Arroz de Capote. Prefira sempre o que tiver Arroz, o Arroz, o Arroz! Comida  de maranhense sem arroz é como um outro tipo de comida, sem carinho preliminar. Se o grande poeta pernambucano  Manoel Bandeira dizia: “ Se perguntares que mais queres, além de versos e mulheres: Vinho, vinho é que é meu fraco, acrescente o arroz na festa e nos versos. Se fica menos poético,  porém, fica muito mais gostoso.  


                                             


13.Sol x Chuva.
Sol, muito sol. De manhã, de tarde e, se possível, de noite. Agradeça todo o dia a Deus por morar numa terra onde  o sol não cobra aluguel e nem precisa de decreto da presidente para oferecer desconto de sua luz. E tenha pena, muita pena, dos bobalhões desta terra que, ao visitar o exterior,  ou mesmo o Sul do país, não podem olhar um floco de neve que começam a chorar de emoção. Coitados! Quando vão descobrir que não há beleza de neve ( que para os europeus não passa de uma incômoda lama) que se compare a um minúsculo raio de sol do crepúsculo, visto da ponte do São Francisco ou da Bandeira Tribuzzi?
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sábado, 7 de setembro de 2013

IMITAÇÃO PARA DAR, VENDER E USAR





artigo publicado na seção Hoje é dia de...Caderno Alternativo, jornal
o Estado do Maranhão, hoje, sábado


Tudo que se faz e se vê no mundo não passa de uma grande imitação (satélite imitando satélite, planeta imitando planeta e gente imitando gente), o que faz desconfiar que o nosso universo  começou tentando imitar um outro, não foi muito feliz e deu no que deu. Daí essa imensa paciência de Deus com os que tentam imitá-lo: primeiro FHC, depois Lula e agora Dilma. O todo-poderoso deve pensar assim: “ Deixa que me imitem, pior fui eu que nem tive essa chance.”


                                   


1.Ao longo da evolução humana, na luta pela sobrevivência, o macaco foi imitando o seu parceiro mais inteligente até chegar ao ser humano atual. Tudo deveria caminhar nessa seqüência positiva entre marchas e contramarchas, até que, provavelmente, lá pelo ano  2500 ( os números são imprecisos) tivéssemos uma raça quase perfeita. Acontece que o pior se deu e,  de algum tempo para cá ( mais ou menos uns trinta anos) ao invés de os seres humanos continuarem  imitando os mais inteligentes, deram para imitar os mais burros – e o pior é que passaram a se considerar  felizes com isso.
                É um tal de  tanto se imitar coisa ruim que,  no Brasil, Roberto Justus, o homem do cabelo engomado e casamenteiro oficial da revista Caras,  virou objeto de aspiração da maioria dos estudantes universitários, conforme recente pesquisa;  e Anitta ( com dois t) virou referência das mulheres por esse Brasil afora. ( Dizem que já tem mãe botando três t no nome da filha para esta ficar mais parecida com a funkeira e três vezes mais periguete).

                                                               

   
Causa estranheza que, apesar disso, os cientistas, sempre atentos aos fenômenos que causem desequilíbrio na ordem  natural da evolução humana, ainda não tenham atentado para pensar nessa  situação limitante e catastrófica. Aonde iremos parar? Seguramente, um retrocesso civilizatório já se anuncia quando vemos gente do BBBrasil agindo como primitivos macacos em jaulas postas para visitação nos shopping-centers. Ou quando torcedores da  Gaviões da Fiel estão  sempre prontos a atacar seus semelhantes a qualquer hora e em qualquer lugar,  como uma horda de chimpanzés enfurecidos.
Tanto livro de auto-ajuda  para despertar a auto-estima, tanta procura do eu...Para que isso adiantou? O eu de todo mundo parece estar mais perdido do que virgindade em baile funk, doido para encontrar outro eu onde escapar de si, nem que seja através da  imitação mais paupérrima e  vil. .  Tempos atrás a revista Veja publicou uma reportagem em que as mulheres queriam porque queriam se parecer com Angelina Jolie, incluindo nessa leva até atrizes consagradas com Megan Fox. Esta semana vários  jornais da ilha publicaram a reportagem de um simpático garoto muito talentoso, que mora no bairro da Liberdade, cuja imitação de um repórter da Globo, o fez “bombar” na Internet. Ou seja, ao invés de se estimular o talento do garoto, se privilegia  e se propaga , principalmente,  seu dom de imitar.
Não seria por isso que os rostos das mulheres globais estão ficando cada vez mais padronizados, sendo cada vez mais raro encontrar entre as celebridades de quinze segundos um rosto marcante, como havia no passado, em cima do pescoço de  Sofia Loren, ou Ava Gardner, por exemplo?  Provavelmente porque, na ânsia de imitação,  o que se procura são rostos semelhantes  onde esconder  uma  potencial beleza constrangida, e não a personalidade ( essa que não se consegue imitar ) e que dá brilho e formosura  à imagem do rosto. 


                                       
     


IMITAÇÃO PARA DAR, VENDER E USAR
2.É o flanelinha tentando imitar o motorista do carrão, este tentando imitar o dono da mansão e  este, por sua vez,  tentando imitar o pseudo- intelectual Gabriel Chalita ( a maior vontade do intelectual é ser rico e a do rico é ser intelectual, como dizia Millor). Nessa obsessão de imitar, imita-se tanto e tão mal, que se imita até a si mesmo ( a face mais corrompida de si) como fazem aberrações pobres de talento como Gusttavo Lima, Luan Santana etc.  Já vai muito longe o tempo em que houve um homem como São Francisco de Assis, que se propôs a imitar Jesus Cristo e se realizou com isso. Claro, isso dá muito trabalho e a cruz deve doer  pra caramba!

                                          


Imitar Jesus Cristo e sua lição de humildade virou nos dias atuais coisa para santo. Vale mais a pena imitar o Donadon,  e o futuro da humanidade que se exploda.  Quando vejo uma deslumbrada mãe levando sua filha para um concurso de modelos infantis, forçando-a a simular precocemente a magreza, os trejeitos e o sorriso de quem chupou limão de modelos robotizadas e sem rosto, pouca alternativa resta a não lhe estimular mais ainda dizendo:
- Vá fundo,  ela é meio feinha, mas isso não será obstáculo pelo que vejo das modelos profissionais. Um dia ela  conseguirá. Afinal de contas, os esqueletos se parecem  todos,  ao final.  

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