sábado, 26 de julho de 2014

A ORIGEM DO NOME DO SAMPAIO CORRÊA




artigo publicado no Caderno Alternativo,
jornal o Estado do Maranhão

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO NOME DO SAMPAIO

“O original é um indivíduo que se coloca à parte.” Fiódor Dostoiévski.

            1.Corria o ano de 1922 em São Luís. Quer dizer, nem corria tanto assim. As notícias do resto mundo chegavam atrasadas, o dinheiro no bolso era lerdo, rapidez só mesmo em se falar mal da vida alheia. Avião, por exemplo, era novidade maior do que foi, há duas semanas, Seleção Brasileira de Futebol apanhar de sete.

            Pois foi por essa época que Pinto Martins, cearense e Walter Hinton, norte-americano, se uniram numa empreitada. (Normalmente, mistura de cearense com norte-americano ou dá Estátua da Liberdade libertando-se e fazendo ponto na praia de Iracema, ou cabeça-chata fazendo exibição de forró no East Village). Mas, Pinto e Walter, surpreendentemente, estavam era cruzando os céus das Américas, pela primeira vez,  em um hidroavião, com escala prevista em São Luís. Ora, se o primeiro voo do mais pesado que o ar   havia sido feito somente há 16 anos por Santos Dumont, em seu 14 Bis, e, muito longe, em Paris, imagine-se o alvoroço da cidade para participar também da brincadeira e ver de perto que raios de troço era esse tal de avião. Os comentários só podiam ser dessa ordem:




                                                     



                                                               Pinto Martins

            “Já vi muito pinto voar, mas nessa altura, não. Ainda mais cabeça-chata!”, ou

            “Por que será que o aparelho pilotado pelo cearense se chama hidroavião? O que podem ter em comum avião , cearense e água se água é coisa rara no Ceará?)

            2.O certo é que tudo era mesmo extraordinário e jamais visto. Ainda mais que o avião tinha nome,  e se chamava Sampaio Correia, ou melhor Sampaio Correia II.  A explicação para um nome de gente no aparelho é que o avião foi doado aos pilotos aventureiros pelo presidente do Aero Clube Brasileiro, o senador José Matoso Sampaio Correia, carioca, sendo bastante normal, já  nessa época,  que os pilotos retribuíssem a gentileza botando no avião o nome do doador. Não se diga, porém, baseado no que fazem os senadores  hoje em dia , que o senador Sampaio Correia doou o avião em troca da  propaganda de seu nome. Não havia IBOPE e televisão muito menos. Talvez quisesse mesmo era se  eternizar, coisa que de outra forma jamais conseguiria.

            3.Foi então que no dia previsto, 7 de dezembro de 1922 uma multidão de quinze mil pessoas (grande parte da população da cidade) se acotovelou para ver o show da chegada do dito cujo, mais ou menos como se acotovelam hoje as pessoas para saudar celebridades da música como Ivete Sangalo, Claudia Leite etc.. Como toda celebridade que se preze Sampaio Correia, o avião, também não compareceu no dia do show. Ficou retido em Belém, não por jogada de marketing, mas por razão mais vulgar: falta de combustível, o que só fez aumentar a ansiedade do povo. Quando aqui aterrissou dois dias depois  dá para imaginar a festa: discurso de político, homenagens, passeios em clubes, etc. 




                                                          






 Quando os pilotos se despediram da Ilha do Amor, só uma semana depois, Pinto estava definitivamente consagrado. Se seu outro pinto (o de baixo) trabalhou enquanto  seu  dono tirava férias, já que mulher pra isso não deve ter faltado, nunca se soube. A herança principal deixada foi justamente o nome do avião.

            4.Nome por nome, o time de São Pantaleão  até que , já tinha um : se chamava Remo. Mas, quer coisa melhor do que um nome de gente e,  ao mesmo tempo, de avião? Pois foi essa brilhante ideia que ocorreu ao taberneiro Almir Vasconcelos ao colocar na pequena agremiação o nome do avião:  quem simpatizasse com o time lembrava logo do avião e quem sabe, depois dessa  ele começasse a decolar. E foi o que, definitivamente, aconteceu.
            A partir daí todos sabem da história. Às vezes esquecem é que o time é um dos mais originais do mundo, não só pelo nome como por muitos outros motivos. Entre eles:

            1.O único no mundo que tem nome de um avião.

            2.O único que no seu uniforme, inicialmente visava as cores do Maranhão e dos Estados Unidos e acabou  dando na Bolívia. Ou seja, o único que tem as cores de três países.
            3.O único cujo distintivo foi de autoria de um sapateiro.

            4.O único time que já foi campeão da terceira divisão , da segunda e da quarta. (E que em breve vai ser da primeira).

            5. O único que tem o calção cáqui.


                                                                  
                                                             




            Sei que algum leitor já está contestando: calção cáqui, cadê o calção cáqui? O calção cáqui, senhores está na história do clube e jamais devia ter sido conspurcado. Esse calção verde de hoje não passa de uma aberração e um acinte à originalidade do clube. Que figurinistas, torcedores, diretoria, políticos, embaixadores e presidentes do Brasil ou da Bolívia se unam contra a corrupção de um de seus símbolos, que tornam o time de São Pantaleão o mais original do mundo, enfim, “aquele que se coloca à parte”.

            Pela volta imediata do calção cáqui!

            p.s Algumas dessas Informações foram colhidas no livro Terra, Grama e Paralelepípedos (imprescindível para quem gosta de História e nosso Futebol) de Claunísio Amorim Carvalho.

                                                                       ewerton.neto@hotmail.com                                                                                 http://www.joseewertonneto.blogspot.com

sábado, 19 de julho de 2014

CELULAR-GENTE OU GENTE-CELULAR?



artigo publicado na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal o Estado do Maranhão, hoje, sábado



DE TELEVIGENTE A GENTE-CELULAR



Primeiro foi a televisão, mas ainda éramos seres humanos a uns 70 %, talvez. Nosso cérebro já vivia dominado pelo que vinha do tubo de imagem, mas ainda havia resquícios de outra vida; aquela, que se convencionou chamar de existência.  Claro, porque então não era possível levar um aparelho de tevê enfiado em nossa cabeça, embora vontade para isso não faltasse.

            Então surgiu o celular, coisa de trinta anos atrás e a  existência , aquela de que falamos acima  e que estávamos acostumados a viver, começou a minguar. Sim, porque telefonar andando na rua agora era possível. Mas não só andando, como também comendo, bebendo e  mijando. Foi aí que  algum sabido teve a ideia de botar,  simultaneamente, a fotografia  no celular, tornando possível também tirar foto - ou recebe-la - comendo, bebendo e mijando. A seguir, tão naturalmente quanto o ato de acordar, chegou a vez de botarem a televisão no celular, tornando possível, a qualquer um, carrega-la de um lado para o outro, sem se queixar do peso ou da  coluna. E pronto, eis que tudo o que um homem pode fazer, de bom - ou de ruim -  na vida passou a caber num aparelhinho menor que 10 x 10 cm: falar, ver, tirar foto, fazer fofoca, compartilhar  sacanagens, roubar, pagar conta , rir, chorar, gemer etc. etc. Ora, com tudo isso numa caixinha ambulante, quem precisa ainda de existência?



                                      





            Os exemplos estão aí para comprovar que cada vez mais deixamos de viver para virar celulares. Nem precisa falar das doenças obsessivas ( e incuráveis ) de quem não pode despregar de um aparelho desses. Para ilustrar como a coisa anda, basta lembrar uma fila de consultório médico, por exemplo. Ninguém lê uma revista ou livro, conversa com o vizinho, ou dirige o olhar à direita ou à esquerda. Todos estão concentrados em suas maquininhas. Até aí tudo bem, o problema é quando chega finalmente a sua vez de ser atendido e  você percebe que o médico está deixando de lhe escutar para praticar selfies, mensagens, joguinhos  ou sabe-se lá o quê. Ficam tão concentrados e indiferentes que, sem alternativa,  você arrisca:




                                           





            - Doutor,  acho que meu negócio é pneumonia brava.
            - Hum, Hum – diz o médico iniciando a consulta, mas  sem conseguir despegar os olhos do aparelho.
            - Mas já estou tomando Redoxon. Seria suficiente?
            - Tava só terminando uma selfie para meus filhinhos e já ia procurar aqui mesmo no google  uma solução para o seu caso, mas já que você se adiantou...Tá aqui o Redoxon carimbado, não é isso o que você queria?  – E volta para o celular.

            Existência transportada para o tal aparelho o que será que ainda falta  um celular fazer pela gente? Até poucos dias atrás pensei que fosse evitar ou fazer  filho, mas não é que este fim de semana li que acabaram de criar um chip que, colocado pro dentro da pele da mulher, vai fazer com que ela evite a concepção? Ou seja, estamos diante de um processo evolutivo muito acelerado, ao inverso: ao invés de adaptarmos um celular às nossas necessidades,  nós é que estamos nos tornando celulares. Escravos de sua tecnologia mais dia menos dia,  como tudo o que acontece na vida,    logo estaremos comandados pelo controle remoto de um celular de alguém mais poderoso que a gente (isso é o que não falta).




                                          





            E se já é possível colocar um chip dentro de uma mulher para evitar que tenha filho, é sensato acreditar que muito em breve haverá chip também para fazer o filho. Podemos até imaginar a situação: uma atônita mãe diante de sua filha de 12 anos, grávida.
            - É verdade, mãe. Não tenho mais como esconder. Estou grávida!
            - Quem foi:   o jogador de futebol ou o traficante?
            - Nenhum dos dois. Faz mais de nove meses que não vejo esses.
            - Ah, não? Então foi o marido de sua irmã, aquele traste!
            - Também não.
            - Alguém do bumba-boi, do time de vôlei, do grupo de jovens da Igreja? Terá sido aquele  padre que canta música sertaneja?
            - Juro que não.
            - Bem, da tua colega, Valeska que de algum tempo pra cá você não larga o pé, é que não pode ser. Por  enquanto,  ela ainda não faz filho. Ou faz?
            - Mãe, foi um chip.
            - Chip? Tem certeza? E De que celular,  Martinha. Não vá me dizer...
            - Desse mesmo.
            - Desgraçado, você não puxou prá mim mesmo. Tinha de engravidar logo de um chip imprestável,  de um celular vagabundo. Fosse ao menos, de um  Samsung Galaxy S5. ..
            E assim por diante.

                                                                                  ewerton.neto@hotmail.com

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sábado, 12 de julho de 2014

COPA EM LIQUIDAÇÃO ( RECUERDOS)



artigo publicado na seção Hoje é dia de...Caderno Alternativo,
jornal o Estado do Maranhão, hoje, sábado


Que maracanazzo, que nada, o que aconteceu depois dos 7 a 1 é que acordamos  todos Felipados, como já estávamos há algum tempo, atordoados pela mídia Global, de exaltação a um personagem tosco, arrogante e pouco convincente. (O que, aliás, foi aqui denunciado neste espaço, na crônica intitulada Tem Deus na Copa, escrita antes do início da disputa). Teria o patriotismo obscurecido a visão dos jornalistas ‘especializados’ para não verem que estávamos embarcando numa canoa furada? Ora, “O patriotismo é o último refúgio dos canalhas”, no dizer do escritor Samuel  Johnson e, por tudo que se vê há muito tempo neste país, não dá para  duvidar disso.

            Mas não se trata aqui de exagerar uma tragédia, que não houve, se dermos ao espetáculo do futebol, a medida do que de fato é: um belo esporte, sem dúvida o mais sedutor entre eles, porém apenas um esporte. Mas sim de  extrair, com bom-humor, as melhores pérolas de uma bela Copa,   a par de pequenos tropeços (como a derrota de nossa seleção) ou gigantescos, como a queda de um viaduto ceifando vidas humanas –quem se lembra disso?)

RECUERDOS DA COPA - A PREÇO DE OCASIÃO:

1.Dois dentes, legítimos, de vampiro. Deixados por Luis Suárez, atacante uruguaio nos ombros do zagueiro italiano Chiellini, os dentes foram sacados com muita dificuldade por sua esposa e podem  ser encontrados na mansão do jogador, na Itália. Obs. Devido à grande procura desse item por adoradores e apreciadores de vampiros pós-filmes baseados na série Crepúsculo, o preço permanecerá com desconto  só durante uma semana.



                                                 





2. Quatro elefantes brancos  enormes.  Procurar junto aos governadores do Amazonas, Rio Grande do Norte,  Mato Grosso e Paraná. Do tamanho de estádios de futebol e com diferentes aplicações os animais são domesticados, mas os torcedores que terão acesso a eles, nem sempre. Todo cuidado é pouco!

3.Um assento de sanitário tamanho super G. Usado pelo jogador Hulk, foi montado especialmente na concentração para se amoldar ao seu bundão, a pedido de Felipão (outro bundão, por diferente motivo). Chegou  a ser usado simultaneamente por Murtosa e Bernard, quando a fila estava grande demais  (depois do jogo contra a Alemanha quando todos se borraram  de medo).  Em completo desuso na sede de Teresópolis faz-se desconto se o eventual comprador(a) tiver carteirinha de fã de Hulk. Pede-se agilidade na proposta.



                                              




4. Três bujões de lágrimas tipo 1, 2 e 3, À disposição de colecionadores a preço de ocasião na sede da FIFA, pois nunca houve uma copa em que tenha se chorado tanto. As lágrimas são oriundas de brasileiros, colombianos,  chilenos e costa-riquenhos etc. com a seguinte classificação: Lágrima tipo 1 – extraídas logo depois que um time leva de sete -  de exclusividade brasileira, de David Luis, Júlio César etc. Tipo 2 - quando o jogador é craque e jovem – ex.  colombiana, de James Rodrigues. Lágrima tipo 3, a de terceira categoria, que ninguém viu e que portanto não se pode comprovar. Como  as vertidas por Felipão depois da derrota, não porque estivesse sensibilizado com isso , mas porque nunca vai mais vai faturar os milhões que recebia.

5. Um churrasqueiro. Tratar com Murtosa, churrasqueiro particular de Felipão que além de preparar e servir o churrasco,  tem especialidade também em puxamento de saco.

6.Um pé de Parreira.  Tratar no quintal de Teresópolis. Quem tiver interesse que se apresse porque caso não haja interesse imediato as mudas já estão com  endereço certo: o lixo.  

7.Uma mesa-redonda com quatro enfeites de mesa. Tratar na rede Globo. Os quatro enfeites são bonecos de decoração chamados Ronaldo Fenômeno, Galvão Bueno, Casagrande e Arnaldo Cesar Coelho. Obs.  o preço solicitado refere-se apenas ao custo da mesa. Os acompanhantes podem ser levados de graça.



                                                 




8. Um gaúcho de bigode. O personagem principal de uma propaganda da Caixa Econômica, tendo como ator o jogador William, está sendo repassado pela C.B.F. Tratar com o vice-presidente da mesma. Para os eventuais interessados avisa-se que a pressa de se livrar do gaúcho de bigode é tanta que se aceita cambiar um gaúcho de bigode (completo)  por qualquer cabelo e barba de camelô paraguaio que estiver dando sopa por aí.


                                       




9.Um maracanaço.  Tragédia épica ( registrada em filmes, reportagens, livros etc.) referindo-se, como todos sabem,  ao desastre final da seleção brasileira em 1950. Está sendo vendida a preço módico devido ao completo desuso que se anuncia a partir de agora. É que foi substituída em matéria de memória melancólica pelo Mineiraço, tragédia que, a partir de agora, passará a ocupar os anais históricos das decepções brasileiras , desde quando o Brasil foi trucidado pela Alemanha por 7 a 1. Obs. Favor apressar-se antes que o Maracanaço  suma de vez das prateleiras e da memória.

                                                                                  ewerton.neto@hotmail.com                                                    http://www.joseewertonneto.blogspot.com

quinta-feira, 10 de julho de 2014

MISCELÂNEA VALIOSA DA SEMANA




AGORA TODA QUINTA, NESTE BLOG, UMA PEQUENA
MISCELÃNEA VALIOSA DA SEMANA

1. DE UMA BOA ENTREVISTA  ( à revista Isto é, da psicóloga
esportiva Katia Rubio ), antes do 7 a 1


O que estaria acontecendo com esse grupo da seleção?

São atletas que muito cedo passaram a atuar na Europa e aprenderam a ser profissionais
em um grande negócio chamado futebol. Essa experiência ninguém tira deles. Só que Copa não é
campeonato europeu ou de clubes. Ela envolve algo denominado identidade nacional
e para isso não foram preparados emocionalmente. o tipo de embate de uma seleção
é diferente  do que acontece entre times que não são mais do que empresas. Jogar com
a camisa da seleção é levar adiante algo de que eles não têm consciência porque não foram
preparados para isso. Por isso o choro do hino! Ali, não é um salário que está em jogo.
Mesmo que não tenham ideia disso, ocorre um processo inconsciente de entendimento de
que aquele jogo é completamente diferente de todos os que fizeram na vida. É uma novidade,
eles não tem preparo para isso porque a Seleção se reúne apenas dois meses antes da Copa.
E, portanto, dá-se o descontrole emocional.

( para quem ainda não havia entendido essa parte do drama)

2. LIVRO QUE LI, GOSTEI E RECOMENDO 


SÓ GAROTOS - Patti Smith

Escrito pela cantora e poeta norte-americana Patti Smith ( de quem pouco
conhecia)  o livro de memórias, que recebeu vários prêmios literários trata
dessa única eternidade possível ao ser humano: se e quando jovem em busca
de seu ideal artístico. Especialmente, no caso, quando esses anos coincidem
com a formidável efervescência cultural dos anos 70/80, quando tudo era permitido:
até mesmo tentar ser, de fato, eterno.  Pós Beatles, Rolling Stones, etc.

Trata, em primeiro plano, da relação artístico-afetiva de Patti com Robert
Mapplethorpe, (ele por sua vez, fulgurante fotógrafo bissexual que morreu cedo, tendo
a vida interrompida pela AIDS) e tudo que girava ao redor dessa relação
formidavelmente bem escrita: música, literatura, poetas beatniks, esperanças, sonhos,
sobrevivência, fama etc.



                                         

sábado, 5 de julho de 2014

COPA QUE SEGUE, ENTRE MARIAS E CHUTEIRAS





artigo publicado na seção Hoje é dia de...Caderno Alternativo,
jornal o Estado do Maranhão, hoje, sábado

Não há como fugir, o assunto é Copa, dia após dia, funk após hino, pênalti após pênalti, belas após belas. Mudaram as copas, as chuteiras, as Marias ou as Marias-Chuteiras? O certo é que cada vez mais as plateias e as comemorações da Copa estão repletas de mulheres, cada vez  mais entendidas em futebol  e oferecendo um espetáculo, na torcida, de mesma sedução do que se vê em campo.
            Teriam elas se tornado também Marias - Chuteiras? Mas, o que é mesmo uma Maria-Chuteira? Algum tempo atrás, dizia-se da mulher que dava em cima de jogador de futebol, a ponto de namorar  de goleiro a ponta-esquerda, casar com o técnico e ter como amante todo o time reserva. 



                                              




Ora, como as Marias-Chuteiras só começaram a aparecer  depois que  o jogador de futebol começou a ganhar muito dinheiro , parece que a coisa está mais relacionada com a grana dos craques do que com uma obsessão irresistível e incontrolável por machos de chuteiras ou – modernamente – pelo bumbum de Hulk ( por mais que essa parte avantajada do jogador seja incrível, na opinião da maioria  delas).

            O mais lógico é aceitar que não existam mais Marias-Chuteiras, e que o  termo tenha caído  em desuso.  Se duvidar, pergunte à Bruna Marquesine, namorada de Neymar, se ela assim se considera. ‘Maria –Chuteira’, parece, ficou apenas para as pobres que não chegaram a atrizes e que se prostituem longe das telenovelas e dos BBBrasil , como    Elisa Samúdio ( alguém se lembra dela?) 



                                         





esquartejada pelo goleiro do Flamengo Bruno que, a essas alturas, deve estar vibrando na cadeia com as peripécias do seu colega e herói  Júlio César,  provavelmente, pensando: “ Eu podia estar no seu lugar amigo, Júlio, que teve mais sorte com a sua Maria-Chuteira.  Que crueldade a minha fez comigo!”

            A julgar pela memória brasileira e pelas leis  deste país  ( aí estão os mensaleiros que, na surdina da Copa,  saíram da cadeia feito ratos nem bem Joaquim Barbosa deu as costas), ainda há tempo. “Pois é,  Bruno, por ter sido ídolo da maior torcida do Brasil, em breve você também estará solto e, quem sabe na próxima Copa, tenha chances de ser  o goleiro da seleção,  sendo idolatrado, de novo, como herói”.  Quando às Marias-Chuteiras, enquanto a grana dos craques não chega, é sempre bom lembrar que:

1.Toda Maria-Chuteira tem um conhecimento impressionante de futebol. O suficiente para gritar gol num jogo de basquete.

2. A diferença de uma celebridade (namorada oficial do craque)  para uma Maria-Chuteira depende apenas do acesso ao cartão de crédito do jogador. É quando deixa de ser Maria-Chuteira para ser esposa.



                                           




3.Todo homem antes de se casar deveria perguntar à sua futura esposa se ela gosta de futebol. Se ela gostar será um problema. Já, se entender, será muito pior.  ( se mesa-redonda já é chato na tevê, imagina em cima da cama).

4.Se o momento do gol, como diz Romário, é um orgasmo, as mulheres chorando e vibrando na plateia ou arredores parecem dizer “ Quanto orgasmo desperdiçado, e nós aqui esperando, para passar logo da copa para o quarto”.



                                           




5. Toda mulher cujo companheiro diz que vai ao estádio de futebol deixando-a, carente, em casa, deveria ter direito a um amante. E, se, ele de fato tiver dito a verdade e ido ao campo de futebol, ao invés de aproveitar a chance, ela deveria ter direito a quatro ou cinco.


6. Se você tem uma mulher ou namorada que é capaz de  saber de cor e salteado a escalação do seu time de preferência e mais o nome do técnico, desconfie. Tem artilheiro por perto rondando a área. E fazendo gol.
                                                                       ewerton.neto@hotmail.com

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