domingo, 15 de janeiro de 2017

A VERDADEIRA HISTÓRIA DOS GATOS



artigo publicado no jornal O estado do Maranhão


Pode-se dizer que os gatos só apareceram na história dos homens por causa da Minha casa, Minha vida!
            Como????
            Calma, leitores, nada a ver, felizmente, com o programa de Dilma Roussef, mas sim com o sonho da casa própria.  Como todos  sabem sonhos e realidades, embora não sejam a mesma coisa, as vezes se confundem. Pois bem, o sonho da casa própria cutucou o cérebro dos homens por 150 mil anos, mas só começou a realizar-se há cerca de 13 mil anos, quando, então,  chegaram os gatos. Pode-se dizer que o fenômeno da aproximação aconteceu com base em determinada lei da Teoria da Evolução (não muito conhecida) que diz: casa atrai alimento, assim como alimento atrai rato, e rato atrai gato.
            Quando dizemos gatos, queremos dizer minitigres, os ancestrais dos gatos. 



                                                




A estas alturas o leitor inteligente já terá percebido que esses mini  tigres da época estão para os gatos atuais, assim como os lobos estavam para os atuais cachorros.
            Em troca de alimento eles foram ficando por perto, matando os ratos e, se aperfeiçoando, o que vale dizer: diminuindo de cérebro, de focinho, de fome e de vontade de voltar pra selva. Tinham que aturar os humanos, mas o sacrifício teve compensações.
            Tanto assim que os gatos selvagens, que eram uma espécie de primo pobre dos leões deram a volta por cima e se tornaram gatos domésticos, mais precisamente, Felis Catus, seu nome científico. (Se alguém confundir o nome científico com o termo Feliz com z não estaria de todo errado, pois, como todo mundo sabe, não há como ter sombra, água fresca e  comida de graça sem se tornar muito feliz).




                                         




            2.A coisa continuou a ir tão bem nessa aproximação/evolução iniciada no Egito,  que os gatos, depois de domesticados,  por volta de 2 mil a.c. já apareciam em uma pintura egípcia que mostrava um dos primeiros registros desse congraçamento: um gato se deliciando com um peixe sob a cadeira da esposa de um nobre. Até chegarem a deuses por volta de 600 a.c, foi um pulo, (de gato literalmente) coisa que nem o mais otimista dos gatos selvagens poderia ter imaginado. A deusa egípcia Bastet tinha a cabeça de gato, em vez da do Leão, demonstrando que o rei dos animais tinha ficado pra trás e mais vale estar na cabeça de um deus do que ter um deus na cabeça. Certo, leões?



                                              

                                              





            Quando Alexandre, o Grande (sempre ele) conquistou o Egito por volta de 300 a.c., os egípcios, que eram tão bons de pirâmides como de gatos,  influenciaram os gregos, que depois disseminaram a gataria pelo mundo. Isso aconteceu porque os gregos,  que entre outras coisas colecionavam divindades, se encantaram com Isis a deusa-mãe dos  egípcios.
            Ou porque não achassem justo sequestra-la (deuses não se sequestram assim com essa facilidade), ou porque a deusa tenha se recusado partir sem mais nem menos os gregos acabaram reescrevendo o mito com suas próprias palavras: fizeram uma mistura e adotaram a Bubastis, mistura de Isis com Bastet. O gato, claro, continuou confortavelmente instalado, em cima do pescoço da deusa. Haja amor divino!
            Na época, jamais ocorreria aos gregos se perguntarem se estavam se presenteando com um presente de ‘grego’. Mas a igreja católica, muitos anos mais tarde, sim. E foi então que começaram os anos negros de felinicídeo.
            Sabe o que é isso, leitor? 
            Obs. A aventura continua na próxima,  por falta de espaço nesta.

José Ewerton Neto, autor de O entrevistador de lendas




                                                                                              ewerton.neto@hotmail.com

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