domingo, 28 de maio de 2017

A BUNDA TAMBÉM TEM HISTÓRIA





Artigo publicado no jornal o Estado do Maranhão,



Difícil precisar quando a bunda começou, justamente porque os seres humanos até hoje não sabem exatamente quando começaram. O fato é que ela veio logo a seguir, ou seja,  atrás , já que não lhe deram outra alternativa.

            Dizem os evolucionistas que bundas arredondadas são causadas pelo estrógeno, o que torna o traseiro das fêmeas  tão desejável para o sexo oposto. O fato é que esse tal de estrógeno fez com que, desde o princípio, a bunda feminina causasse sempre maior reboliço na mente dos  homens que o inverso, e isso durou por séculos e séculos até cerca de dez anos atrás quando,  pela primeira vez, um homem deu-se ao luxo de assombrar-se com a bunda de outro: Caetano Veloso, o baiano que , empolgadíssimo  com o traseiro do cantor, Shandy,  lá  de suas bandas ( eu disse banda?), proclamou que esse era o bumbum mais bonito do universo.

            Como ia dizendo, embora machos e fêmeas sejam dotados de nádegas, fica claro que o ornamento cai muito melhor nelas. Embora a quantidade de bunda seja a mesma nos dois sexos sempre se imagina que a mulher, pelo deslumbramento em torno,  a possua mais em abundância . Na verdade, algumas chegam a parecer que têm até mais de vinte (como a Mulher Maravilha,  a Mulher  Melancia e outras frutas). 






                                                               




À história:

            1.26 mil anos atrás um escultor desconhecido fez uma boneca de 11 cm, dotada de um enorme traseiro, batizada em 1904 de  Vênus de Willendorf. A peça, veio comprovar que o ideal feminino – peitos grandes e ancas largas –  já era o mesmo do atual e as bundas disputadíssimas. 




                                                           




4 mil anos atrás, Ló foi  visitado por anjos disfarçados, para salvá-lo da destruição de Sodoma, a terra da perdição. Ao descobrirem que anjo pode até não ter sexo, mas tem bumbum sedutor, sodomitas tarados resolveram abusar dos mesmos. Revoltado Deus  mandou destruir Sodoma , a cidade onde Ló morava, donde nasceu o termo sodomizar, com suas variadas interpretações.  Portanto,  quando alguém no auge da sodomia, hoje diz para sua parceira “Meu anjo, você tem uma bunda diabólica”,  isso tem raízes históricas muito profundas e bote  profundeza nisso.

            2. A bunda não poderia deixar de ser parte íntima das grandes batalhas humanas.  A disputa bunda versus bunda,  hoje tão comum nas praias, nos bailes funk e nos concursos de miss bumbum, parece ter começado em Sira-cu-sa, 200 a.c. quando duas gêmeas de traseiros invejáveis acabaram dando origem ao termo Vênus Calipígia, uma estátua esculpida no museu de Nápoles, em homenagem à vitoriosa. 





                                                    






Igualmente, a bunda teve participação tanto na Guerra de Cem Anos, quando soldados franceses exibiram os seus aos ingleses (sem muito sucesso, como era de se esperar), como quando anos depois, a lavadeira francesa  Catherine Ségurane exibiu a sua para os turcos e fez com que a batalha fosse ganha. Se alguém perguntar se isso foi causado pelo horror ou pela sedução, basta lembrar os filmes com a mais famosa bunda francesa, a de Brigite Bardot, para intuir que a segunda hipótese deve ter sido a verdadeira. 





                                                     







            3. Ao mesmo tempo, as bundas influenciaram os gênios. Jean Jaques Rousseau publicou em suas memórias que seu hobby predileto era ser espancado no traseiro. Mozart, por sua vez escreveu Leck mir den Arsch Fein Recht Schon Sauber que em tradução livre significa “Lambe meu rabo bem limpo e legalzinho”. Não é de espantar que em 1830, na Inglaterra durante a Era Vitoriana o tapa na bunda tenha virado moda (Imagina se eles já conhecessem o funk, suas dançarinas e o fundo musical “um tapinha não dói’!”). Foi por essa época, por volta de 1820, que  Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI  oficializou no Brasil, bem antes de Sandy, a história de que era possível, sim, ter prazer anal.  Tanto prazer tinha a mulher que os cadetes do palácio faziam fila para serem incluídos no cardápio principal do Palácio: “Imperatriz, de pé, e de costas, ao molho Madeira, ou melhor, da madeira”

            4. Até que veio o século 20, o poder das nádegas crescente, agora devidamente estimulado por uma descoberta de 1904, por acaso: o KY, que era  destinado apenas para lubrificação em cirurgias. Assim como o Viagra, anos depois também descoberto por acaso,  há de se acreditar que tudo veio depois apenas por acaso: Marilyn Monroe na primeira capa da Playboy motivando o comentário de Grouxo Marx : “





                                                






Essa garota tem um baita futuro pelas costas”; as duas polegadas a mais de Marta Rocha; a carreira solo da bunda de Gretchen; até culminar no grupo musical é o Tchan, cuja única melodia lembrada até hoje  é a do traseiro de Carla Peres rebolando. Por acaso, por acaso...
            As bundas continuam atrás nas necessidades, mas colocaram-se à frente, nos desejos.            

                                                                                              Jose Ewerton Neto

terça-feira, 23 de maio de 2017

PORQUE CHOVEM SAPOS





artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

José Ewerton Neto, é autor de O oficio de matar suicidas

Existem mais mistérios entre a terra e o céu do que sonha a vã inteligência humana? Sim, quanto a isso a ciência não tem a menor dúvida, embora o homem que disse a frase, o dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare, nem tenha se dado  ao trabalho de provar.
            Tanta ignorância e desconhecimento das coisas elementares do Universo por parte do gênero humano  leva a outra lei, mais absoluta ainda e mais dolorosamente aceitável: a de que existem menos mistérios entre o homem e sua incapacidade de desvendar os segredos do Universo do que sonha a vã Ciência.
            Isso soaria definitivo, irrefutável e conclusivo caso não houvesse nascido neste planeta um  ser humano, tão peculiar como indecifrável ,  intitulado JUCA POLINCÓ, pronto para ter sempre respostas para todas as questões irrespondíveis que nos afligem. 
            Juca Polincó ( cujo sobrenome significa  filósofo Politicamente Incorreto da Periferia), sempre teve respostas para tudo, especialmente para aquilo o que as pessoas não querem que alguém saiba. Quem é ele? Nada mais justo que o leitor  deseje conhecer .







            Direi dele, contudo,  apenas o suficiente, já que um homem sem mistério, segundo ele, vale menos que um “não sei” de político nestes tempos de lava-jato. Acrescento que é meu amigo e que me permite reproduzir, semanalmente em meus blogs,   suas verdades  a respeito das coisas e das frases do dia ( ao lado)  o que dá noção  de sua generosidade, pois nunca me cobrou por isso. Verdades, por exemplo, como as  que oferece abaixo, para as  questões irrespondíveis da ciência:

            1.Pode haver vida inteligente fora da Terra? Mesmo com os recursos que a Ciência dispõe hoje, os cientistas não conseguem responder.

            Resposta de Juca: Se não existe inteligência fora da terra, aqui mesmo é que não há. Como chamar de inteligente uma raça que depois de 1,5 milhões de anos não conseguiu inventar um equipamento de proteção contra a chuva melhor do que o guarda-chuva? Ou que ainda não conseguiu erradicar baratas  muriçocas e corruptos?

            2. Não é só na Bíblia que chove sapos. Em 2007, esse fenômeno ocorreu em Odzaci, na Sérvia. Depois, em 2009, choveu girinos no Japão, e tem aparecido outros relatos, sobre chuva de aves e peixes. Existem algumas teorias em relação a esses fenômenos, mas nenhuma é cientificamente comprovada.

         Resposta de Juca: O fenômeno só surpreende cientistas incautos, pois aqui no Brasil não só caem sapos das chuvas, como a população é obrigada a engoli-los. Muito mais grave é a chuva de animais que caem sobre os telhados das repartições onde legislam políticos corruptos. Neste caso, chegam a cair répteis e cascavéis. Ratos, de vez em quando, mas são engolidos pelas cobras.  

         3. O zumbido. Por que algumas pessoas ouvem este som particularmente incômodo, enquanto outras não? Se ele se origina dentro ou fora da pessoa que o escuta, é um problema sem explicação científica até o momento.









         Resposta de Juca: Não há zumbido mais insuportável que o de alguém que escuta um Luan Santana até o fim. Portanto, neste caso, o zumbido ao invés de vir de fora nasce dentro da própria pessoa. Quem sabe, de um cérebro atrofiado.



domingo, 21 de maio de 2017

CHEIRINHO SÓ O DO CACETE!






CHEIRINHO É O CACETE!

notícias do dia comentadas por Juca Polincó 

Zico , maior ídolo da história do Flamengo, parece que não estar gostando muito dessa história de cheirinho e desabafou em entrevista ao Correio Brasiliense. Gritou em alto e bom som  que o time do Flamengo não tem nada de grande time. Disse: “ Venderam que o Fla tem um p...plantel, um p...time, excepcional e não é nada disso!

Bem, Zico é Zico , e Juca Polincó ( o filósofo politicamente incorreto da Periferia ) perdeu um pouco do seu precioso tempo  para analisar o que o Galinho disse:








1.Zico não disse Cheirinho é o cacete!, mas sim o cheirinho ( que estão cheirando) é o do cacete! Com a palavra Guerrero que custa 400 mil reais por mês e não faz nada. O que será que anda cheirando?

2.As piadas com cheirinho devem acabar. O presidente Bandeira deverá fazer um curso de cachorro para apurar o olfato. ( Já não está ficando parecido com um cachorrinho?)









Outro dia disse que estava sentindo o cheiro de hepta. Ora, pra ser hepta precisa ser primeiro hexa. E o Flamengo é hexa. Não foi isso o que o Tribunal Superior decidiu a pedido da própria diretoria do Flamengo?

3.A Diretoria vai entregar a Guerrero um livro de História sobre os Libertadores da América. Para que conheça Simon Bolívar,  Bernardo Ó Higgs e outros... Enfim, pra ele aprender o que é ser Guerreiro de verdade.

4. Bandeira vai levantar a Bandeira de que o Flamengo precisa urgentemente se libertar de muitas coisas. Principalmente da...Libertadores da América.

José Ewerton Neto, é autor de O oficio de matar suicidasistória



sexta-feira, 12 de maio de 2017

BELCHIOR CAMINHA PARA ONDE?





Artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

Onde andará Belchior?

            7 anos atrás escrevi uma crônica neste jornal com esse título. Era a pergunta do momento, dado o sumiço do cantor que,  em fase de ostracismo, desaparecera misteriosamente.

(José Ewerton Neto é autor de O oficio de matar suicidas )



Parecia algo meio bizarro, (o sumiço), mas, de alguma forma, uma atitude  não desgarrada do estilo do cantor e de suas composições peculiares: melodias com letras filosófico-existenciais, num ritmo indefinido que ficava a meio caminho entre balada rock e MPB, sob a batuta  de uma voz anasalada e melancólica.
            A estranheza do contexto policial (já que  alguém famoso desaparecera), fazia girar, novamente, como num disco antigo em 78 rotações sempre as mesmas questões  que desde suas primeiras canções mais conhecidas pareciam dançar em torno de um eixo que eram as questões existenciais irresolvíveis de todo mundo: “O que fez Belchior de si mesmo? Por onde andará sua música? E a juventude? E  os sonhos da juventude? (Os seus e os nossos?)”
            A solução detetivesca foi até fácil,  sobrepondo-se às especulações que a mídia carreava para valorizar o mistério: estava quebrado financeiramente? Envolvera-se com uma mulher possessiva que o  mantinha afastado da sociedade? Ou simplesmente estava cagando e andando para tudo (esse tudo que, para facilitar, mais uma vez,  estava cheio de nadas)? .
            E foi assim: apenas um rapaz (coroa) latino americano sem dinheiro no bolso, prosaicamente instalado em uma fazenda de interior, que a reportagem da televisão encontrou no interior do Uruguai onde deu sua última entrevista conhecida. O mesmo Belchior, o mesmo bigodão que, como o sorriso da Mona Lisa, parecia estar ali apenas para garantir um  mistério.  Talvez porque,  a essas alturas, isso fosse a única coisa que agora lhe restava.  Foi então que ele, como se desculpasse, disse que estava recolhido para traduzir a Divina Comédia, de Dante.
            Semana passada, após o anúncio de sua morte,  em um grupo de whats app um de seus fãs,  comentou: “Mais um que não soube lidar com o sucesso, mergulhou-se em dívidas e se desestruturou”. Será que isso é verdade?
            Sabe-se que lidar com o sucesso não é próprio de artistas muitos talentosos. Estão aí, só para citar o rock,  vários: Amy Winehouse, Renato Russo, Janis Joplin, Jimmy Hendrix  etc. (O bom livro A vida louca da MPB tem uma fortuna, só com os brasileiros). Na contramão disso, lidar com o sucesso à custa da própria mediocridade ostensiva é muito mais fácil e faz a festa de uma penca, da qual são exemplos caricaturas musicais (e de personalidade) do tipo Luan Santana e Wesley Safadão.
            Por essa abordagem Belchior estaria no altar dos  talentosos, pois ligava tão pouco para  a grana que recusou uma oferta milionária, de uma marca de carro muito famosa para reaparecer fazendo propaganda do veículo. Não se pode garantir, porém, que essa condição seja necessária, ou suficiente, para a “grande memória”. E Então, haverá um lugar para ele reservado no panteão dos grandes artistas da MPB?



                                         





            Sei não. Imagino que desprovido do mistério que lhe serviu  de veste, Belchior agora caminha errante, entre outras boas almas da música brasileira, em algum lugar dessa nova vida espiritual,  (como talvez tenha desejado),  carregando seu alforje;  bigodão bizarro, nome comprido,  versos   filosófico- existenciais, canções sinceras e  muito bonitas, para muitos! 

domingo, 7 de maio de 2017

PALAVRAS DERROTADAS PELO HOMEM



artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas




O que dizer de alguém que, de si mesma,  diz que tem um talento absurdo? ( Suzana Vieira, atriz, durante o Carnaval referindo-se à Ivete Sangalo e a si própria: “ Entra ano sai ano e Ivete continua com aquela voz incrível e eu com meu talento absurdo”). 








Tanta pretensão torna difícil encontrar uma palavra que expresse o exagero do que foi dito em relação à cantora baiana e o “absurdíssimo”  em relação a si mesma. Qual a palavra mais apropriada, então, para esse tipo de  fala/atitude: Arrogante, Iludida, Tola ou...?
            Óbvio  que não há termo adequado - o buraco é mais embaixo -, mas alguém poderia tentar explicar tanto descalabro argumentando que as pessoas perderam o senso e,  na ânsia de promoverem o ego em polvorosa,  elogiam-se antes que outros o façam,   mas isso não vem ao caso. O que acontece é que, se pensarmos bem, de repente, faltaram as palavras. Ou, por outra, as palavras  existem, mas já não são suficientes, como se estivessem cansadas das pessoas, que se tornaram cada vez mais risíveis, grotescas e distantes da semântica original  que introduziram nos símbolos para classificarem a si próprios. Teriam as palavras se enfraquecido a ponto de perder o significado diante da hipocrisia com que os seres humanos  investem em si mesmos?
            Isso fica evidente quando se tenta encontrar um termo que classifique os políticos que, diante de uma acusação comprovada (na lava-jato, por exemplo) negam a acusação apesar das provas cabais. Dizem “Não sei” com a mesma facilidade com que disseram sim à ambição desmedida, chegando ao cúmulo de, no caso de Henrique Eduardo Alves, insistir em falar que não sabe de onde surgiram  800 mil dólares depositados em sua conta. E, como fingem não se dar conta da realidade, fingem  também não ter consciência do crime que praticaram ( que é da mesma envergadura que a de assassinos cruéis porque, metendo a mão no dinheiro que seria usado para salvar vidas (saúde) ou solucionar futuros (educação), igualam-se  a eles). Diante de tanta negação alguém exclamaria: É muita cara de pau!
            Mas, cara de pau, apenas? A expressão, agora débil em sua representação, surge inesperadamente vã diante do cinismo da atitude. Como encontrar um termo capaz de dimensionar um tipo que age assim? Insensível! Torpe! Corrupto? Qualquer um, vá  lá!. Por insuficiência um deles poderia até quase se encaixar, mas uma coisa é certa: a palavra CORRUPTO!, essa  eles tiram de letra!.








             A julgar pela reação de alguns dos acusados da lava-jato, poucos se constrangem com isso, pelo contrário, para eles tanto faz serem acusados de Corruptos como ganharem apelidos degradantes e pouco sutis da Odebrecht. No submundo de seus desejos inconfessáveis vai ver que Corrupto lhes soa até bem, como um cognome afetuoso. Talvez se cumprimentem assim, convivam assim, quem sabe de noite na cama suas mulheres os tratem por COCÓ (abreviação carinhosa de corrupto) e, em meio ao êxtase por haverem chegado a esse ponto,  do alto de suas canalhices  deem até  gargalhadas de desprezo aos que querem prendê-los, como Sérgio Moro.
            Suas o quê? Canalhices?! Ora, canalhice também soa amena e insuficiente. Pobres das palavras! Perderam para a desfaçatez humana.




                                                                       ewerton.neto@hotmail.com