GILMAR DOS SANTOS NEVES . O GILMAR DE ANTES OU
O ANTI-GILMAR MENDES
artigo publicado no jornal O estado do Maranhão
Gilmar dos
Santos Neves e Gilmar Mendes. Dois
indivíduos que, nomeados com a alcunha de Gilmar, se tornaram célebres neste
Brasil. Que possuem em comum ( além do nome) estes dois brasileiros para serem tão
comentados, celebrizados e...execrados,
cada um à sua época?
1.Gilmar dos Santos Neves, o do passado, foi goleiro da Seleção
Brasileira e do Santos F.C. e considerado um dos melhores de todos os tempos. Bem
apessoado, mais de 1,85m, disputava com
o capitão BellinI, o posto de galã da seleção bicampeã de 1958 e 1962, embora,
claro, não precisasse desses atributos para ter sido admirado na profissão que
escolheu. Gilmar tinha um estilo sóbrio, de interceptar as bolas arremessadas ao seu gol,
que caracteriza os grandes goleiros. Sem acrobacias desnecessárias.
Outra característica que o destacava
era a frieza com que sobrepujava os
revezes. Se engolia um frango, apanhava
a bola no fundo do gol e retornava naturalmente, com a fleuma necessária . Dentro e fora do
ambiente de trabalho foi, sobretudo, um profissional de conduta irrepreensível,
jamais tendo sido expulso de campo, ou participado de campanhas com o fim de derrubar técnicos. Desprovido
de interesses mesquinhos tratava a todos, do roupeiro ao maior jogador de
futebol de todos os tempos, Pelé, com a mesma distinção. Um verdadeiro líder.
2.Gilmar Mendes, o atual, é um
jurista que participa também de uma seleção, pois fazendo parte da confraria
dos ilustres membros do STF pode-se dizer que participa da seleção dos melhores
do país, na Justiça. Fisicamente, e aí
começam as diferenças, o Gilmar atual é o oposto do antigo. Estatura mediana,
barriga proeminente e aspecto de batráquio tem o beiço escandalosamente
avançado em franca disposição de combate, como se estivesse o tempo todo
confrontando sabe-se lá o quê. Gilmar Mendes não é um modelo de celebridade
esteticamente sedutor, longe disso, mas, claro, essa aparência constrangedora
em nada deveria afetar o seu desempenho profissional. O importante deveria ser sua
sabedoria e a capacidade de interpretar as leis com imparcialidade, mas, a
partir daqui as diferenças se acentuam.
Enquanto o primeiro defendia com
unhas e dentes (e mãos), suas redes dos goleadores adversários, Gilmar Mendes tornou-se
também um grande defensor, mas de corruptos: com unhas, dentes e canetadas.
Aprouve-lhe, não por dever de ofício, mas por opção, defender corruptos
e poderosos. Não hesita, para isso, em executar defesas milagrosas (fora do
padrão da ética e da honestidade) como também não se peja em digladiar com seus
próprios companheiros de time, para salvar a pele de ladrões e destilar seu ódio a quem os combate.
Seu estilo de atuação também difere
do Gilmar do passado. É raivoso, confuso
e atabalhoado, no afã de acobertar mal feitos perpetrados por bandidos
poderosos. Sua atuação sempre direcionada
e viciada, já salvou da cadeia Michel Temer, Aécio Neves, Fernando Collor
etc. denunciados como corruptos, como também
se destina a aliviar da cadeia Sérgio
Cabral e quantos mais corruptos existirem no Brasil baseando-se na recente lei
de Luislinda ministra dos Direitos Humanos de Temer: “ Humano, no Brasil, só quem ganha acima de 60 mil. São esses que defendemos.
O resto é o resto: se não for bicho, é escravo!”
Qual dos dois Gilmar você prefere, caro leitor?
José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas
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