artigo publicado no jornal O estado do Maranhão
Todo mundo
mente em todo lugar do mundo, mas o que distingue a mentiroso brasileiro é que,
por ser tão desonesto, consegue enganar a si próprio, passando a acreditar na
mentira que ele próprio inventa. E o pior para a verdade é que o mentiroso
brasileiro tem uma obsessão: deseja que os outros também acreditem na sua
mentira.
Ora, como todo poderoso tende para a arrogância, deriva-se, como evidente,
que a mentira há de imperar neste país: por vocação, por talento e, se isso
ainda não for suficiente, por imposição. Haja mentira pra todo lado!, este País
se dando ao luxo de se aprimorar nas ‘mentiras fora de série’, ou seja, as brasileiríssimas: que todos
acabam aceitando como se fossem
verdades.
1.Deus é brasileiro.
Pode até ser, mas qual deles? Tem
deus que se presta pra tudo neste país, desde para fazer papel de gaiato em
discurso de Michel Temer até a aparecer feito guru, um tanto a
contragosto, em música de Roberto
Carlos. Já o Deus único , exclusivo e
onipotente esse parece ter corrido há algum tempo desta terra depois que tanta
gente não quis mais ser rei e preferiu ser Deus. Primeiro foi Pelé, depois FHC,
Lula, e agora, Neymar que vai fazer
vestibular para ser deus na próxima Copa, na boca de Galvão Bueno.
Aparentemente, foram dois os sinais
evidentes de que o Deus verdadeiro não queria mais nada com esta Terra:
primeiro o 7 a 1 da Alemanha, depois
quando um raio cortou a mão do Cristo Redentor, logo depois. Os vários sinais
de sua debandada seguiram, sendo o mais eloquente a presença de um sujeito como
Gilmar Mendes no Supremo Tribunal deste país ( outro que se considera Deus).
Hoje já não resta mais dúvida: Deus nos disse Adeus.
2. O brasileiro não é preconceituoso
Durante muito tempo acreditou=se que
o Brasil era um país em que não havia preconceito racial. Tudo ia relativamente
bem até que inventaram o tal sistema de cotas, para despertar o “monstro”.
Hoje, além do preconceito racial surgiram à tona vários outros, sendo o mais
intolerante o que se pratica contra gente honesta. Honesto é mal visto, na
escola ( onde sofre bullyng por causa disso); nas reuniões sociais (rejeitado quando
pretendente ao sexo oposto, por não ter futuro) nas blitzes da lei seca ( ser
honesto é o primeiro passo para ser tratado como bandido) e, principalmente, na
política, onde simplesmente não tem vez.
É tanto o preconceito que a ideia de
um sistema de cotas para o honesto chegou a ser
idealizado, para evitar tanta discriminação. O problema passou a ser a formação da banca julgadora. Como encontrar
um honesto para descobrir quem seja honesto?
3. Brasileiro é bom naquilo.
Durante muitos anos o macho brasileiro
acreditou piamente nisso, mas parece que se esquecia de perguntar à sua mulher.
Novas pesquisas denunciaram que a coisa não é tão boa assim a julgar pelas
caixas de pílulas azuis e similares que são consumidas neste país (segundo
lugar no mundo) . Como afrodisíaco natural é o que não falta: guaraná, catuaba,
açaí, samba, praia, e carnaval, cada vez mais fica evidente que bom nisso é
mesmo a fêmea brasileira até mesmo
porque dentro e fora do país ela dá verdadeiro baile, dançando lambada e funk em pé,
deitada, e em todas as posições do kama-sutra ( vide Anitta). E ainda sobra
para quem quer ser mulher na marra, como o Pablo Vittar.
José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis
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