A MULHER CÔNICA
MULHER cuja altura dela foge
Toda vez que em círculos de prazer
se deita
a acariciar às escondidas
o mais profundo poço de si mesma
Altura que dela foge e, de repente
às ribaltas, aos voos, às asas
quase lhe leva junto
num momento de ternura e rosas
Porém, ao bater com a cabeça no céu
sua altura para num ponto, uma cruz
Mas não ela, que pacientemente faz
do novelo desse sonho, seu capuz.
A MULHER ESFÉRICA
é um coração que vibra
em todas as direções
como um pião girando
em torno do próprio espanto
longe de seu lugar e hora.
Como um ponteiro que
descompassado cai da abóbada
do tempo
é logo capturada pela dança
da ilusão e do sonho...
E roda ribanceira abaixo ou acima
ao sabor dos impulsos de amor e dor.
Do livro Cidade Aritmética,
edições FUNC, 1996
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