sábado, 15 de fevereiro de 2020

OSCAR 2020 E OS VENCEDORES BRASILEIROS







Findas as festividades de premiação do Oscar hollywoodiano de 2020, pouca gente se deu conta que corria em paralelo a premiação do Oscar Brasileiro. Salvo poucas exceções o desempenho brasileiro pouco teve a dever aos seus equivalentes hollywoodianos.

1.Melhor filme, Parasitas.
Na versão brasileira o filme vencedor foi também Os Parasitas, com os 4 filhos de Bolsonaro. Os protagonistas, (como acontece com alguma frequência com a linhagem descendente de políticos  brasileiros) se destacaram em aprimorar ao longo da vida o desempenho de sanguessugas , o que significa  viver à sombra do pai.  A produção brasileira também levou 4 estatuetas. Coincidentemente, uma para cada filho.







2. Melhor atriz Renée Zellweger, por Judy – Muito além do Arco-Íris.
Na versão brasileira o Oscar foi vencido pela atriz principal do filme Muito além da política, que foi protagonizado por Janja, namorada de Lula. No filme,  Janja saiu-se muito bem mostrando destreza ao dar visibilidade à sua obsessão em conquistar um ex-presidente,  entre quatro paredes e um sol quadrado, muito além da política.

3.Melhor ator, Joaquin Phoenix, por Coringa.
O Oscar da  versão nacional foi vencido por Dias Toffoli, um Coringa por excelência, apresentando para consumo do público uma neutralidade olímpica, mas capaz de extremos, ao sabor de suas conveniências pessoais. Ter chegado a ministro do STF por indicação política, sem trajetória jurídica digna, foi um de seus trunfos para,  finalmente, ser reconhecido como o grande ator que é,  para não dizer farsante.   

4.Melhor ator coadjuvante, Brad Pitt por Era uma vez em Hollywood.
O Melhor ator coadjuvante na versão nacional foi Sérgio Moro, no filme Era uma vez em Curitiba, sobre a lava jato,  chegando a provocar  ciúmes no ator principal Jair Bolsonaro.  

 5.Melhor atriz coadjuvante, Laura Dern, por A história de um Casamento.
A versão brasileira do Oscar ficou com a atriz Regina Duarte pelo filme de mesmo título A história de um Casamento. O filme conta como a atriz passou de Namoradinha do Brasil para Namorada de Bolsonaro, e daí, para seu casamento, de desfecho imprevisível. 

6.Melhor direção de Arte. Era uma vez em Hollywood
O Oscar brasileiro ficou com o presidente do Flamengo Ricardo Landin em Era uma vez no ninho do Urubu, no qual atrocidades foram cometidas contra crianças tendo por contrapartida a monumental farsa comandada por Landim para não assumir responsabilidades. As cenas das entrevistas dadas por ele sem o mínimo pudor e sentimento humano, permeiam uma construção artística macabra, na qual ele se conduz como um ator perfeito em sua perversidade e indignidade.

7.Melhor Figurino. Adoráveis Mulheres.
A versão nacional também foi premiada com o filme Adoráveis Mulheres protagonizados por Thammy, a filha de Gretchen,  e Pablo Vittar . Os figurinos das mesmas (ou dos mesmos, tanto faz)  depois que Pablo virou mulher e Thammy virou homem foram considerados perto da perfeição.

8.Melhor Montagem. Ford x Ferrari
Na versão nacional a melhor montagem aconteceu também em uma disputa, no caso  Moro x Rodrigo Maia. A montagem do Juiz de Garantias por Rodrigo Maia presidente do Congresso,  para postergar e dificultar a punição de corruptos foi considerada uma montagem perfeita,  de concepção tão bizarra quanto ardilosa.




josé Ewerton Neto é autor de Pequeno Dicionário de Paixões Cruzadas
livro de contos a ser lançado em breve .

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

CERVEJA, DOS PRIMÓRDIOS ATÉ HOJE





Os primeiros vestígios da cerveja datam de 7 mil anos atrás, na região onde é hoje o Irã. Tanta beligerância que se vê por lá nos dias de hoje sugere que os iranianos já não fazem jus a esse fato histórico. Tivessem mais orgulho dessa ancestralidade estariam se embriagando com cerveja e brincando carnaval ao invés de viverem em pé de guerra (como fazem, aliás, os brasileiros).  
A bebida surgiu acidentalmente: cereais deixados ao relento,  tomaram chuva e fermentaram. Populações nômades que dependiam da caça e da coleta aprenderam a cultivar os grãos, fixando-se junto aos campos de cereal. Nascia assim o embrião das cidades e das civilizações.

1.Mais tarde a Mesopotâmia e o egípcios tiveram a economia dependente da cerveja. Os operários que ergueram as pirâmides do Egito, por exemplo, recebiam parte do seu salário em cerveja, explicando-se assim, quem sabe, tanta perfeição arquitetônica que assombra até osespecialistas, que até hoje não conseguem explicar tanta perfeição. Vai ver que certa dose de embriaguez fez bem às pedras. Será que estas não absorveram o teor alcóolico ao redor, resultando, daí, o clima de sonho monumental, que perdura até hoje?  
A elite do império romano, porém, preferia o vinho à cerveja. Cerveja para eles era coisa de bárbaro, mas, com a queda do império, foi a vez de a Igreja e seus padres adaptarem-se aos modos bárbaros, aparentemente para catequizá-los. Era uma boa desculpa, e, portanto, mãos à obra. A igreja se tornou a organização mais poderosa do mundo ocidental e a maior produtora de cerveja. Não é exagero supor que para catequizarem os bárbaros recalcitrantes, os padres tivessem usado cerveja benta ao invés de água benta - o que, convenhamos,  tinha tudo para ser mais convincente do que sermões.

2.Em meados do século 18 a cerveja passou a ser produzida em grande escala. Era a revolução Industrial, a cerveja levada a sério como parte da dieta do trabalhador, em paralelo ao avanço da Ciência. 







 A guerra Franco-Prussiana (1870-1971) perdida pela França despertou no gênio do jovem francês Louis Pasteur a vontade de superar os alemães na especialidade deles, a cerveja, e foi então que o cientista se dedicou a estudar a bebida. Não demorou muito saiu o seu primeiro trabalho importante da microbiologia, decifrando a ação de microrganismos na fermentação, abrindo caminhos para a invenção de mais remédios e vacinas.
Resumindo: França x Alemanha, deu em Pasteur, que deu em cerveja, que deu em ciência, que deu em remédio, que deu em mais felicidade sobre a Terra. Só não se sabe se Pasteur bebia cerveja com pastel, para fazer jus ao nome e ao trocadilho.

3.Até descambar na geladeira que, como era de se esperar, também se deve, em parte, à cerveja. Carl von Linden, físico e engenheiro alemão, foi o inventor do primeiro sistema de refrigeração ao trabalhar para o setor cervejeiro, sendo contratado por cervejarias para manter baixa a temperatura das fábricas com o objetivo de produzir cerveja de boa qualidade o ano todo. Surgiu a refrigeração artificial, incluindo a geladeira.
E foi assim que, como não podia deixar de ser, a história da cerveja tinha que acabar na geladeira.


José Ewerton Neto é autor de Pequeno Dicionário de Paixões Cruzadas,
livro de contos a ser lançado em breve