sábado, 27 de fevereiro de 2010

AS ULTIMAS PALAVRAS DE ALGUÉM

Texto publicado em O estado do Maranhão, hoje
sábado, seção Hoje é dida de...


AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE ALGUÉM


José Ewerton Neto, membro da AML

ewerton.neto@hotmail.com



A última frase dita por alguém jamais deve ser confundida com a de um epitáfio, eis que não são frases elaboradas, mas espontâneas. Diante do ignoto e do inominável, muitas vezes o ser humano expõe sua verdade mais íntima, sem artifícios. Ela pode ter sido:

Inexorável, como a de Jean Cocteau: “O gosto da morte está vindo. Sinto o sabor de algo que não é deste mundo.”

Filosófica, como a de Galois: “ Não fique triste meu irmão. É preciso muita coragem para se morrer aos vinte anos.”

Fatalista, como a de Jane Austen; “A única coisa que desejo é morrer.”

Irônica, como a de Heine: “Acho que Deus me perdoará. Afinal, esse é o seu serviço.”

Estóica, como a de Arquimedes: “Por favor, não atrapalhe minhas equações.”

Sarcástica, como a de Oliver Cromwell: “O diabo está aí para me seduzir. E eu já me sinto seduzido.”

Tragicômica, como a de Elizabeth Tudor: “Por favor, não me leve ainda. Todo o meu reino por só mais um minuto.”

Heróica, como a de Joana DÀrc “ Segure a cruz bem alto para que eu possa vê-la através das chamas.”

Patética, como a de Goethe: “Abra as persianas que eu quero ver luz, mais luz.”

Diante do que foi dito por essas pessoas, engrandecidas pela História, não custa imaginar como poderia ser , no futuro, a última frase de algumas de nossas atuais celebridades:

Madonna: “Luz, mais Luz”, mas não se referindo como Goethe, acima, a um raio luminoso, mas ao seu namorado Jesus Luz.

Suzana Vieira: “Que Deus encontre outra perua mais porralouca que eu para cuidar da minha coleção de gigolôs.”

Pelé: “Tenho que admitir que o pior presente que eu poderia ter deixado às criancinhas do Brasil não foi o meu milésimo gol, mas sim a Xuxa.”

Hugo Chaves: “Errei mas tenho uma desculpa. Para resolver todos os problemas da Venezuela nasci com muita chave no nome. E poucas na cabeça.”

Pedro Bial : “Não admito o crime de ter feito milhões de brasileiros de idiotas por causa do BBB, mas a culpa de, por dinheiro, ter me transformado no maior deles.”

Paulo Coelho: “Reafirmo que não fiz pacto nenhum com o diabo para ter vendido tanto livro ruim. Se houve algum mágico que tirou este Coelho aqui de sua cartola, só pode ter sido Deus.”

Ivete Sangalo: “Não tenho medo de nada. Se sobrevivi até hoje ao Axé, sobreviverei com certeza ao inferno, não é mesmo mãinha?”

Elton John: “Antes que seja tarde retiro o que disse. Nunca quis dizer que Cristo era gay, mas que ser gay era divino!”

José Roberto Arruda: “Diabos usam meias? Demônios usam cuecas? O que me preocupa é saber onde é que vamos esconder nosso dinheiro.”

José Serra: “Não quero que toquem o hino Nacional no meu funeral, prefiro o Hino da Bandeira para que cantem bem alto o verso que diz: “ Recebe o afeto que se enSerra em nosso peito juvenil...”
















terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

UMA QUESTÃO PESSOAL

Artigo publicado na seção Hoje é dia de...
sábado passado em O estado do Maranhão

UMA QUESTÃO PESSOAL


Jose Ewerton Neto, membro da AML

ewerton.neto@hotmail.com






Uma questão pessoal, soberba ou inveja: uma das três, ou as três ao mesmo tempo. Somente assim se explica porque o técnico Dunga, da seleção brasileira de futebol não convoca para a seleção brasileira de futebol o jogador Ronaldinho Gaúcho, um dos melhores do mundo na década e, ainda hoje, o mais talentoso jogador brasileiro em atividade.
A explicação dada pelo técnico não convence ninguém. Não convence os fãs africanos que gostariam de ver de perto seu ídolo, não convence seus admiradores no mundo todo e não convence ex-jogadores da estirpe de Maradona, admirador do seu futebol e incrédulo diante de sua não convocação. Primeiro, o técnico Dunga disse que o jogador precisa mostrar que o seu futebol ainda é o mesmo, para merecer a convocação. Ora, isso Ronaldinho tem mostrado de sobra, como comprovam as manchetes dos jornais europeus diante de suas últimas atuações. Não fosse por isso, porém, bastaria assistir a dois ou três lances do craque para concluir que Ronaldinho nem precisa mostrar todo o seu futebol para ser melhor do que gente do quilate de Julio Batista, Elano, Josuel, Ramires e mais uma penca, habituais “preferidos de Dunga”.

Quando contestado pelos repórteres sobre o porquê dessa fajuta decisão Dunga recorre à sua manjada tese do “amor à camisa”, talvez porque deva a ela a sua ascensão como técnico. Para quem não se lembra, Dunga estava completamente esquecido no cenário futebolístico, quando foi sacado, como um coelho, da cartola do “mágico” Ricardo Teixeira, presidente da CBF, depois do fiasco da última copa. Tentando tirar de cima dos seus ombros a responsabilidade pelos desmandos administrativos ocorridos no transcorrer da competição, Ricardo jogou a culpa nos três jogadores principais ( Ronaldo fenômeno, Ronaldinho e Kaká ) e os acusou de irresponsáveis e inconseqüentes, elegendo como contraponto para isso o burocrático e medíocre, mas esforçado Dunga, como o novo modelo a ser seguido.

Mas o que é mesmo esse tal de amor à camisa de que tanto se fala? Seria o patriotismo, de araque, que irrompe da voz de Galvão Bueno ou o entusiasmo efêmero de brasileiros, que só se lembram de ser patriotas em época de copa do mundo? Ou deveria ser o senso de profissionalismo que todo ser humano deve ter, independente da camisa que veste, a bem de sua própria realização? Ora, se Dunga está falando de profissionalismo então não deveria ter convocado Adriano, do Flamengo, que desapareceu do clube que lhe pagava na Itália para vir jogar no Rio, onde se acostumou a faltar treinos e a aparecer na hora em que bem entende. O que nos leva a concluir que argumento falho é o que não falta à boca de Dunga quando se propõe ao exercício de desprestigiar o craque do Milan, deixando transparecer toda a soberba que o norteia, por trás de sua implicância.
Soberba por quê? Talvez porque seja muito fácil ser arrogante, quando se dirige uma seleção brasileira de futebol. Trata-se, de um plantel que conta sempre com uma infinidade de craques, e que nem precisa dispor do melhor para ganhar uma Copa. Foi assim em 1962 quando nem precisou de Pelé ( havia ainda Garrincha e Amarildo) e foi assim em 2002 quando prescindiu de Romário (havia Rivaldo e Ronaldo, o fenômeno) Enfim, ao contrário do que se anuncia, ser técnico da seleção brasileira de futebol é um dos melhores empregos do mundo: ganha-se rios de dinheiro, adquire-se prestígio internacional e sua única “dificuldade” é justamente a fartura da matéria-prima. Dificuldade? Seria essa a mesma dificuldade a ser enfrentada por alguém, cuja profissão fosse a de ser milionário, e tivesse como único obstáculo o trabalho de conferir o excesso de dinheiro.
Pois Dunga já percebeu isso e, trata com indiferença o jogador do Milan, plenamente convicto de que pode ganhar a copa sem ele, o que é verdade. Para isso basta montar (como ele vem fazendo) uma equipe cheia de cães de guarda na defesa, deixando a coisa lá na frente para Kaká e Luis Fabiano resolverem. Isso, já foi suficiente em 1994 quando, mesmo jogando um futebol medíocre para os padrões brasileiros, o Brasil ganhou uma copa - nos pênaltis. Dunga, não coincidentemente, era um desses cães de guarda da seleção. Nada mais coerente que pretenda reviver, na seleção que dirige, o mesmo estilo “joga feio, mas ganha”, certo de que sua vitória representará a consagração do seu estilo.
O que faz aflorar, além de sua arrogância a sua inveja. Suas contradições mal conseguem disfarçar sua frustração por não ter tido a capacidade de Ronaldinho Gaúcho de fazer do futebol uma obra de arte. (Essa inveja tão própria da natureza humana – a do medíocre pelo talentoso, a do puramente esforçado pelo gênio – já teve sua crônica esmiuçada no filme Amadeus, quando seu diretor inspirou-se no esforçado compositor Salieri para contrapor o drama do medíocre diante do talento que a natureza sobeja a alguns poucos, como Mozart).
Não deveria esquecer, porém, de que a obrigação de qualquer técnico da nossa seleção não é apenas ganhar uma Copa, como também, faze-lo de forma incontestável, jogando bonito, sim. Assim aconteceu nas seleções de 58, 62, 70 e 2002. Ao optar por não convocar um dos melhores jogadores do mundo Dunga joga sua grande cartada, certo de que ganhará a copa jogando burocraticamente, mas dificilmente atingirá, dessa forma, a glória que almeja.
Pode até ganhar, mas não conseguirá acrescentar muita coisa ao seu
currículo. Ao confrontar craques e tentar dilapidar o estilo que fez a glória do futebol brasileiro apenas corre o risco de, como técnico, passar para a história como o jogador medíocre que sempre foi.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O ULTIMO CARNAVALESCO

Texto publicado na seção Hoje é dia de...
O estado do Maranhão, sábado

O ÚLTIMO CARNAVALESCO

Jose Ewerton Neto, membro da AML

ewerton.neto@hotmail.com





Chico Jardineira já decidiu: não vai brincar os quatro dias do carnaval deste ano. Para onde vai ninguém faz a mínima idéia. Embora tudo isso pareça muito esquisito, a verdade é que alguma coisa já vinha mudando no comportamento de Chico Jardineira de algum tempo para cá.
Há três anos que ele foge das grandes aglomerações carnavalescas. Nada de Madre Deus, de Litorânea, de bailes de Gala, nada. No carnaval do ano passado Chico Jardineira podia ser visto pelas ruas do bairro, sempre com uma fantasia diferente, mascarado, pulando e brincando. Sozinho. Onde houvesse uma turma de bêbados, no botequim ou no mercado, crianças vestidas de fofão, turmas de blocos de sujos, de repente, lá aparecia Chico Jardineira: festivo, alegre, dando sustos nas crianças e nos adultos, bêbado – que ninguém é de ferro –, mas sem aporrinhar ninguém.
E pensar que Chico Jardineira foi o maior folião que já existiu em São Luis. Chico era daqueles de sair de casa na quinta-feira de carnaval e voltar apenas depois da micareta de Ribamar. (Eu disse micareta? Taí uma coisa que Chico nunca aturou ) Um vez perguntou, furioso, como se tivesse levado um tapa: “Micareta? Que diabos é micareta, o nome daquilo é lava-pratos, que estão fazendo do carnaval?” Pois foi por amor ao carnaval que, ao longo de sua vida, Chico perdeu três esposas e cinco amantes. Lembram daquela música do Assis Valente sobre um cara que “vestiu uma camisa listrada e saiu por aí”? Chico era mais ou menos assim, só que não era a sua camisa que ostentava listras, mas, ao invés, seu próprio rosto, que ficava listrado de tantos lanhos que levava das mulheres, desprezadas por causa da folia.
Era, porém, irreconhecível depois do carnaval Voltar ao normal significa que Jardineira se transformava em Francisco Espósito, seu verdadeiro nome. Trocava tão radicalmente de personalidade que até hoje nunca se soube qual a verdadeira. Após o carnaval jamais era visto em festa de reggae, forró, ou qualquer outro evento musical , há quem diga até que no resto do ano virava budista. Donde se conclui que Chico Jardineira só gostava mesmo de carnaval, só se alegrava no carnaval, a sua felicidade na vida se confundia com o carnaval, tanto é assim que ele sabia cantar, de cor, todas as marchinhas carnavalescas, desde o Pelo Telefone, passando por Máscara Negra até as mais recentes, como o “Gostosa”, do Bulcão.
Pois Chico Jardineira acabou revelando algumas de suas decepções para uma amiga comum. Quando perguntado por que não freqüentava mais o circuito carnavalesco, ele explicou: “Falta alegria” “Como?” surpreendeu-se ela, “Que está dizendo? Tanta gente e falta alegria?” Ele respondeu: “ Só vejo ali gente andando de um lado para o outro, sem verdadeira animação, só conseguem dançar se botarem um trio elétrico na frente deles. Ora, alegria não se compra Se houvesse alegria espontânea não precisava o governo gastar tantos milhões para incentivar o carnaval. Tanto dinheiro deveria ser gasto era com hospitais, com a saúde pública e escolas e não para tentar entusiasmar um carnaval, onde já não há espontaneidade. ”
Agora fui eu que perguntei abismado:
- Ele disse mesmo isso?
- Disse, e disse muito mais.
- O quê?
- Que no Brasil não existe mais carnaval, que carnaval é um estado de espírito, não uma festa e que, portanto, durante seu período não era para serem executadas músicas de outros ritmos como axé, rock, forró ou o que quer que seja. Que nada tem contra o trio elétrico, mas contra as músicas que executam e que quase morre de rir quando ouviu tocarem , certa vez, no carnaval baiano, o Hino Nacional.
- Puxa vida! Quem diria... O Chico Jardineira falando isso!
- É, mas...
- Mas...
- Na verdade, quem me disse isso foi o Espósito, entende? Como você sabe, ele e o Chico Jardineira até eu tenho dúvidas se são a mesma pessoa.
Não quis esclarecer isso com o próprio Chico, mas, sábado passado o encontrei num boteco. Era o único carnavalesco, em pleno sábado magro, contrastando com uma multidão de beberrões discutindo futebol. Houve alguém que, inclusive, abriu o porta-malas do seu carro, ligou o som e elevou-o às alturas, tocando funk. Chico, fantasiado e alheio a tudo isso, parecia completamente deslocado, mas insistia nas suas brincadeiras carnavalescas, em vão. O tempo foi passando, um a um se foram, até que me vi sua derradeira companhia. Tive pena de sua solidão, bêbado diante de um copo de cerveja, depois de vê-lo cantarolar uma marchinha atrás da outra, numa ladainha que não tinha fim. Então disse:
- Chico, porque você não vai para a Madre Deus? Lá deve haver mais animação que aqui.
- Para lá eu não vou. Minha alegria é espontânea, entende? Assim como a minha tristeza de agora. Ambas são puras, sabe?
Ao contemplá-lo, todo pintado de branco, como um palhaço, era como se visse um foto dos antigos carnavais, o que, imediatamente, me fez lembrar de um elepê que tinha uma capa belíssima, com dois foliões mascarados e o curioso nome (para mim que era criança, então) de Lira de Xopotó. Como eu o via agora, tal e qual um pierrô desconsolado diante de um copo, vi também transportada, da fotografia para a realidade, uma visão esquecida dos velhos carnavais. Acho que não entendi muito bem o que ele quis dizer quando falou em pureza, alegria e tristeza, mas de uma coisa pude ter certeza: era o último carnavalesco.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

ATRÁS DA BOLSA-BANDIDO

Texto publicado ontem, sábado,
seção Hoje é dia de...

ATRÁS DA BOLSA-BANDIDO


José Ewerton Neto, membro da AML

ewerton.neto@hotmail.com



Para um estrangeiro, aqui residente há pouco tempo, nosso país poderia ser interpretado como o país das meias: o lugar onde alguns governantes enfiam o dinheiro roubado dos eleitores. Poderia ser também o país das cuecas (pelo mesmo motivo), mas poderia também ser chamado, preferencialmente, o pais das bolsas. É que, por aqui, de um tempo para cá, tem bolsa para tudo. Depois da bolsa família, já surgiu a bolsa-cultura, a bolsa-olímpiada, a bolsa-copa e, por último, o que nem todo mundo está sabendo, a bolsa-marginal. Vejamos como funciona e como você pode se candidatar a uma..

1. Primeiro, crie um pouco de coragem. Basta um pouquinho, afinal de contas, roubar é um ato muito corriqueiro por aqui e dá muito status, principalmente se o ladrão for um homem importante. (O povo brasileiro, já deu para perceber, não liga muito para esse negócio de honestidade e quanto mais é roubado, mais aprecia o político que lhe assalta)
Se você não teve tanta sorte assim, mas tem talento para a marginalidade, fique sabendo que pode contar agora com a ajuda do governo para lhe dar uma força. Com um tantinho só de coragem (que em outros paises talvez chamassem de canalhice) vá em frente.
2. Ataque o primeiro desprevenido que aparecer e roube o que ele tiver. Não precisa temer sua reação. Após seu primeiro gesto de ataque, ele já estará consciente do que se trata e, acostumado, nem fará ocorrência policial. Pegue sua grana e vá embora, tranquilamente, lembrando de que esse é apenas o primeiro passo para candidatar-se ao direito de ter sua tão ansiada bolsa-bandido.
3. Depois de já ter assaltado uns cinqüenta você estará cada vez mais perto de conseguir essa dádiva tão generosa do governo para vagabundos como você. A merda é que ainda não lhe prenderam, (polícia por aqui não foi feita para prender ladrão , mas para multar, lembre-se disso) mas não desista , vá fundo, assalte mais um, mais outro...
4. Até chegar o dia de sua grande inspiração. Escolha alguém quepoderá ser uma velhinha, um aposentado, ou uma criança, que você queira violentar. Quando algum deles reagir meta-lhe uma bala, cometa qualquer atrocidade, seja perverso, mas, desta vez, se aperfeiçoe no escândalo, e não fuja. Quer queiram quer não desta vez eles vão ter de te prender.
6. Pronto, você agora é um assassino reconhecido, está preso e terá
direito à sua tão esperada bolsa. Foi mais fácil do que você pensava, não foi? Não importa que exista por aí um defunto assassinado por você, uma família destruída, parentes revoltados... Isso é o de menos: para o governo e para as leis desse país a vítima é você, ao invés daqueles que foram brutalizados. Pode fazer agora o seu melhor ar de coitado mas se, por acaso não quiser, não se preocupe: o direito que você adquiriu por ter cometido um crime é seu, ninguém poderá tirar.
7. Agora é só correr para o abraço. Na cadeia, com alimentação de graça
e sem trabalhar, você automaticamente fará jus a uma bolsa que vai sustentar seus dependentes pelo tempo em que ficar preso. Já tinha visto grana mais fácil? São mais de setecentos reais por dependente, R$ 752,12 garantidos por lei, conforme consta em mensagem que corre na Internet, site apontado www.previdenciasocial.gov.br. Mais do que uma empregada doméstica, mais do que um comerciário, mais do que um lavrador, ou milhões de brasileiros que se acabam nas filas da previdência. Quer recompensa melhor pelo crime que você cometeu?
8. Se a burocracia aporrinhar, não esquente, talvez demore um pouco,
mas sai. Afinal de contas, é para defender os seus direitos de marginal que existem as leis brasileiras devidamente aprovadas por aqueles a quem você deu seu voto de confiança. Elas sempre estarão do seu lado, qualquer empecilho basta chamar seu advogado, porque você roubou, você matou, você fez muito por esse país. Você não passa de um bandido mas seus direitos jamais serão contestados porque , como já disse alguém há muito tempo, “este é um pais feito por bandidos, para facilitar a vida de bandidos.”

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

PARA NUNCA MAIS ESCUTAR

Texto publicado na seção Hoje é dia de...
sábado, O estado do Maranhão

PARA NUNCA MAIS ESCUTAR


José Ewerton Neto, membro da AML.

ewerton.neto@hotmail.com



Lembro da frase de um grande escritor que dizia: “Quando falares cuida para que tuas palavras sejam melhores que o teu silêncio.” Se isso já não era fácil quando havia mais respeito ao silêncio alheio, imagine hoje em que se fala o que der na telha, por conta da impressão de que o barulho é a maior propaganda de si mesmo. Tem muito mentecapto por aí que, por não ter o que dizer, acha que pode substituir o seu vazio intelectual por uma caixa de som, como se pudesse falar através dela.
Uma prova de desrespeito ao próprio silêncio é o que dizem as ditas celebridades. Falam tanto e tão mal, que suas palavras reverberam como os decibéis de um trio elétrico de terceira categoria. Eis algumas delas, ainda do ano passado, como tentativa de exorcizar o que não deve ser dito no ano em curso.

“Vou passar do baile funk para o cemitério”, Susana Vieira.
Você está coberta de razão, Susana. Como você já morreu há muito tempo (embora não saiba), nem vai fazer diferença.

“Achava que ela era uma chata, daquelas metidas e afetadas”, Otaviano Costa sobre a mulher “capa da playboy” Flavia Alessandra, antes de conhece-la.
Grande Otaviano! Você quer dizer que, desde que isso não afete as metidas, pouca importa que ela seja uma chata, certo?

“Ronaldo não se recorda e, a princípio, nega ser o pai do menino.” Amir Bocaiúva, advogado de Ronaldo, o fenômeno, no processo de investigação de paternidade movido pela mãe de um garoto de 4 anos, em Cingapura.
Caro advogado, seria melhor usar outro argumento, já que em matéria de negar, o fenômeno dá de dez a zero em São Pedro, que só negou Cristo três vezes. De algum tempo para cá ele nega que transou com travestis, nega que fez lipo, nega que “abirobou” na Copa da França e nega que simulou uma contusão no ultimo jogo Coríntians x Fla para prejudicar o rival paulista, São Paulo. Para piorar nega até fogo, segundo Susana Werner e Milene, suas ex-companheiras.

“Se me perguntarem se sou bi, vou brincar e responder que sou penta.”
Preta Gil, cantora(?) sobre sua orientação sexual.
Alguma inspiração flamenguista, Preta Gil? Depois do ultimo campeonato o Fla oscila do penta , segundo os pernambucanos ao hexa, segundo os cariocas e ninguém sabe o certo, nem a CBF, nem a FIFA. Não seria melhor passar logo direto para o octa?

“Max é viciado nele mesmo. (...) Ele é um produto. As caretas são sempre as mesmas e isso não é à toa. Enquanto o produto vender, para que mudar?” Francine Paia ex bbb, sobre o seu namorado Max Porto, ex bbb.
A grande diferença, cara Francine, é que o picareta do Max ganhou muito dinheiro para ficar viciado nele mesmo. Pior são os telespectadores idiotas que se viciam nos que são viciados neles mesmos( os BBBs) e, ao invés de pagamento, recebem em troca o sorriso abestalhado do Pedro Bial.

“Não fiquei assustada com a diferença de idade. Fiquei assustada com a paixão.” Zezé Polessa atriz de 55 anos sobre o seu relacionamento com o ator Ricardo Nunes, 22 anos mais novo.
Já o teu namoradinho, Zezé, não ficou assustado com tua paixão, mas com a diferença de idade; principalmente quando te viu nua.

“Às vezes acho que sou do lado errado, da cor errada. Eu devia ser mulata.”Luma de Oliveira
Não bote a culpa na cor, Luma. Quem preferiu ficar do lado de um bombeiro do que do homem mais rico do Brasil(Eike Batista) , foi você. Provavelmente, uma sombra tolheu tua visão na hora da escolha. Mas, será que isso tem a ver com mulatice, ou com escuridão total?.

“ Eu sou um ser humano normal como qualquer outro, mas as pessoas não me acham.” Roberto Justus, empresário e apresentador, ao desmentir sua imagem de homem sofisticado.
Não seja modesto, Roberto. Para sermos justos (ou justus) as pessoas só não te acham normal porque você, é muito mais chato do que qualquer pessoa normal. Enfim, você é tão especial que consegue sofisticar a própria chatice, não é mesmo?

“Queria ser gay, mas não consegui.” Fernanda Young.
Com essa Fernanda Young está inaugurando mais um tipo de variação sexual além das cinqüenta que já existem. Caetano Veloso, por exemplo, já deu inúmeras pistas de que seja do grupo e existe indicação de muito mais gente seguindo pela mesma cartilha. Ainda não dá para encher um caminhão, mas um trio elétrico, com certeza.

“Elas são de malíssimo gosto, sem nada na cabeça e feias”, Theo Becker, do reality-show A fazenda, sobre as suas colegas de programa.
Que elas não têm nada na cabeça e são feias isso todo mundo já sabia, Theo. O que não se sabia era que o malíssimo gosto delas era muito pior do que o teu em relação à língua portuguesa.

“Quando ainda me restava um mínimo de consciência eu mesma me internava. Mas quando babava no chão era Roberto quem tomava a dianteira.” Rita Lee, sobre a época em que usou drogas.
Explica essa história direito, Rita. Se ele tomava a dianteira, a traseira ficava com quem?

“Um dia, se Deus quiser, serei também pastor”, Kaká, jogador de futebol
Torça para que Deus não queira, Kaká até mesmo porque se seu desejo se tornar realidade você se tornará o primeiro milionário a se tornar pastor. Normalmente acontece o contrário. No começo são mortos de fome, depois é que ficam ricos.