quarta-feira, 29 de julho de 2020

O BRASIL QUANDO A PANDEMIA ACABAR




De volta para o futuro. É assim que nos sentiremos quando a vacina chegar,  anunciando o fim da pandemia.
Mas, como será esse futuro? Dá para imaginar?

1. O Pico da Pandemia até agora não foi visto. Nada, porém,  de apavoramentos! Fique tranquilo, leitor, ouso sugerir que,  até o fim do ano, “eles” darão  um jeito de anunciar sua descoberta.  
Sim, porque estaremos chegando ao fim do ano  e, algo me diz que por volta de Novembro,  no mais tardar, ele surgirá . Um milagre?
Sim, um milagre chamado Reveillon.
Pode-se imaginar, no planeta Terra, um ano sem réveillon? Pode até não ter ano, mas Réveillon tem que ter. Para felicidade geral, pela  certeza de que estamos vivos ainda, uma vacina terá de surgir sabe-se lá de onde. Com morcego ou sem morcego, com cientista ou sem cientista, com OMS ou sem OMS. E o  Pico terá de ser  anunciado lá pelos idos de Novembro.  

2.Depois do Pico virá a  Vacina,  sendo fácil prever o que acontecerá,  no Brasil, esse dia.
Galvão Bueno sairá de seu isolamento, (que nos fez tanto bem)  para voltar a gritar. Só que,  ao invés de berrar gooooooool do Flamengo gritará Vaaaaciiiinaaaaaaaaaaaa!!!,   em  programa da Globo.
O presidente Bolsonaro, convencido pelos militares  decretará  luto oficial de 5 dias em homenagem ás vítimas do Covide (sua ideia inicial  era meio dia,   apenas ).
Será aprovada a mudança de nome do estádio do Maracanã para estádio Sérgio Mandetta (ideia de um deputado carioca aprovada a toque de caixa) O primeiro bebê a nascer depois da Vacina receberá o nome de Vacina, se for mulher, e Enfermeiro, se for homem  O vídeo  do nascimento será transmitido pela Globo e repostado por milhões de seguidores na net.
Em seguida, serão iniciados os preparativos para o próximo Carnaval, com aceleração máxima e cobertura do trabalho 24 h por dia. Os temas de todas as escolas de samba,  versarão sobre a Pandemia com diferentes abordagens. A Turma da Mangueira, por exemplo,  terá uma ala da OMS, outra de médicos e, lá em cima, como um Deus egípcio, a figura de Tedros Adhanon em pessoa. (Adhanon, relutante a princípio , acabará aceitando o convite para desfilar na passarela do samba).
A Império Serrano, terá  tema e samba enredo com o título : 20 a 19. A explicação: contra o Covide 19, esperança 20. O vírus será representado em carro alegórico por uma espécie de maxixe gigante, rodeado de travestis,  vestido de diabos, representando as forças do mal.  

3. Decretos governamentais estabelecerão que as máscaras serão distribuídas gratuitamente, aos pares, com camisinhas. Um empresário pernambucano terá a feliz ideia de fabricar uma engenhosa Máscara/ Camisinha com dupla finalidade. Luciano Hulk, um dos entusiastas da ideia, apresentará  a máscara em seu programa e dirá que ficou perfeita para o seu imenso nariz.
Os bailes de máscara serão liberados, todos se divertirão pra valer! João Dória aparecerá vestido de Batman, o morcego do bem, no bloco da Preta  Gil.  Infelizmente, porém, um  gigantesco Covide-19 despencará  de cima de um carro alegórico e cairá na cabeça de duas folionas. Uma delas, vítima recente do Covid, ao se recuperar do impacto, no hospital,   bombará na net com esta frase: “É mais fácil escapar de um Covid de verdade do que de um Covid feito por gente.”  

Quem viver verá!


José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas, 2a edição nas livrarias de São Luis  


sábado, 18 de julho de 2020

O.M.S ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO SUSTO.




artigo publicado no jornal O estado do Maranhão


DO JEITO QUE AS MÃES RALHAVAM


Observem como as recomendações repetitivas e monocórdias da OMS ( que um amigo jornalista chama de Organização Mundial do Susto) se parecem com as falas de nossas mães, avós, tetravós,  não só nos seus  objetivos de nos antecipar proteção  como também no mesmo jeito das suas cantilenas imemoriais.
São os conselhos óbvios, elementares e necessários, como se estivessem ralhando com a gente, de nossas mães.  Mas, no caso da Pandemia, ausentes de uma solução,  que nunca se  esperaria  de uma intuitiva mãe - ansiosa por proteger suas crias, mas, obviamente, de uma organização Global dotada de vultosos recursos financeiros  e de inteligências científicas escolhidas a dedo para que , pelo menos em tese, fossem capazes de trazer soluções menos triviais do que apenas exortações de fuga e recolhimento.
Na prática,  repetem-se tanto as notícias pavorosas todo dia,  que nosso amigo acabou associando a OMS a uma agência disseminadora de pavor. Sei que alguém pode contrapor, com justa razão: “Como falar de notícias boas, se a realidade é tão cruel?” Sem dúvida, temos  de concordar com isso, mas com o passar do tempo e a ausência total de soluções é fácil intuir que deve haver algo deletério  nos alicerces dessa instituição para que, visivelmente,  exiba tanta  incapacidade de conduzir e orientar  soluções que façam frente  a epidemias desse porte.
Era de se esperar  estudos técnicos conclusivos sobre, por exemplo:  influência do clima;  remédios promissores ou nocivos;  perspectivas de curto e médio prazo etc. Mas o que sobressai são líderes atarantados que agem como vítimas, incapazes de se pronunciarem adequadamente sobre o manancial de dados colhidos, resumindo-se a lamentar os fatos e apontar os dedos como se fizessem parte, realmente, de  uma organização assustada e sem rumo.
E, assim, repetem as nossas mães sem serem dotados, sequer, do afeto e da empatia que ela  possuem. Basta comparar suas falas para vermos as semelhanças. A OMS, como mãe. O homem do povo, como o filho que responde.  

1.”Lá em casa, a gente conversa”.
Certo  mamãe OMS. Mas, primeiro preciso, pelo menos, ter uma casa.

2.”Você não faz mais que sua obrigação ao se proteger”.
Com certeza, mamãe OMS. Mas se minha obrigação é a de me proteger, a da senhora deveria ser a de estar propondo soluções, que já vão tarde. Ou não?

3.”Repete isso que você falou”.
Quem repete todo dia a mesma cantilena “Vá pra casa”, é a senhora. Quando  vai dizer  algo diferente ?

4.”Quantas vezes terei que falar?
Não sei, mamãe OMS. Só espero que não seja por toda a eternidade, como a senhora parece agourar. Rezo que seja antes de morrermos todos.

5.”Se você não guardar suas porcarias, vou jogar no lixo”.
O que aprendi mamãe OMS, é que nós, seres humanos,  não passamos de grandes porcarias, frágeis e indefesas diante de um minúsculo vírus. Quanto a jogar-nos no lixo, a verdade é que essa pandemia já nos jogou lá dentro há muito tempo.

6.”Se eu for aí e achar, esfrego em sua cara”.
A senhora está falando da máscara, mamãe OMS? Fique certa de que ela está em minha  cara há tanto tempo que não sei mais como era antes.


josé Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas 


Primeira novela de ficção científica sobre lendas maranhenses. Ação, aventura, e, de quebra, conhecimento! Agora em segunda edição. 

sábado, 11 de julho de 2020

MARTA ROCHA ( A BELEZA MORRE)





A beleza vive. A beleza morre. A beleza que morreu desta vez chamava-se Marta Rocha.
Lembro-me de quando eu tinha uns cinco anos de idade, em Guimarães, onde minha família residida. Na ocasião meu avô, José Ribamar Ewerton, me fez decorar uma fala de sua autoria. Satisfeito com meu rápido aprendizado, mandava me chamar onde eu estivesse para que a repetisse para os amigos, quando acontecia de se reunirem num armazém defronte à minha casa.  Ele me estimulava: - Vamos lá, rapaz, mostra para essa turma que você já sabe dizer o nome completo. Compenetrado, eu repetia tintim por tintim o pequeno discurso que ele havia me ensinado e falava: “Meu nome é José Ribamar Ewerton Neto, sou moço garoto da miss Brasil, Maria José Cardoso, minha querida noiva”. Eles gargalhavam, encenavam me cumprimentar como a um adulto e diziam: “Zé Ewerton, esse moço tem futuro, e já começa pela Miss Brasil.”




                               





Mais tarde tomei consciência, através do que via nas fotos de revistas como O Cruzeiro,  de que Maria José Cardoso “ a minha noiva” , era sim, muito bonita e , além disso, havia ganho o concurso de Miss Brasil em 1956. Mas  a beleza, a beleza de fato, não era ela, mas Marta Rocha,  que fora miss Brasil antes dela e cujos dons de formosura capitalizaram o entusiasmo  dos anos vindouros a ponto de seu nome se tornar  um sinônimo de beleza. Quando se dizia que fulana era Marta Rocha, as moças se engrandeciam muito mais do que se alguém dissesse que eram formosas.  
Confesso que para meu gosto pessoal ainda embrionário, Marta Rocha era, sim, bonita, mas não abarcava toda a  gama de suscetibilidades estéticas trazidas, a seguir, por certas atrizes como Sofia Loren , de quem me tornei ardoroso fã tão logo nos mudamos para a capital e vim a conhecer o cinema. Era fatal que Marta, como ideário de beleza, fosse sobrepujada por aquelas, cujas imagens se movimentando nas telas dos cinemas incorporavam uma dose adicional de erotismo, sedução, e amor platônico, que uma fotografia solitária era incapaz de sugerir. Dessa forma, Marta Rocha nunca foi páreo para a italiana, que me fazia sair de casa célere em direção aos seus filmes, assistidos muitas vezes à custa de burlar a idade mínima exigida.  
Em paralelo, mesmo envelhecendo, Marta Rocha continuou por muito tempo como símbolo da plenitude da beleza brasileira. Afinal era possuidora da eterna beleza, como disse a seu respeito,  Vera Fisher, outra bela,  em entrevista à rede Globo no dia de sua definitiva ida.
Ao conceber o título desta crônica em homenagem a essa mulher que obteve, como nenhuma outra, no Brasil, o máximo que pode ser  concedido à  transitoriedade da beleza física, talvez haja me inspirado no título do romance do japonês, premio Nobel, Yasunari Kawabata  intitulado Beleza e Tristeza,  no qual o narrador ao mesmo tempo em que se rende ao esplendor da beleza, traduz-lhe  a precariedade diante da derrocada humana
Como disse Stendhal  “A beleza é apenas a promessa da felicidade”.  Infelizmente, é ceifada pela morte também, sendo, no entanto,  suficiente para ter sido capaz de sobrepuja-la que, exuberantemente, nos traga, como agora,   toda  essa conjugação  de apogeu, melancolia e saudade.


José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas 



Segunda edição já nas livrarias. 
As mais belas lendas maranhenses. Ação, aventura, e informação
em uma novela de ficção científica para jovens e adultos. 

quarta-feira, 8 de julho de 2020

VENTOS CONTAMINADOS SE TORNAM VIOLENTOS







REFLEXÕES DA QUARENTENA 


645 é o pensador politicamente incorreto da Pandemia
Tão direto como a Matemática
tão simples como um número 

e chama a OMS de Organização Mundial do Susto  



quinta-feira, 2 de julho de 2020

COMO SER SÁBIO NA PANDEMIA



artigo publicado no jornal O estado do Maranhão


A Pandemia não modifica as pessoas, apenas mostra o que elas são.   Não precisa ser nenhum sábio, basta ser apenas um observador para concluir isso. Sim, porque é justamente nas situações extremas que os seres humanos mostram suas verdadeiras faces, com máscaras ou sem máscaras.
Os exemplos são muitos, bastaria lembrar mais da metade dos respiradores comprados que jamais chegaram aos doentes, ou, então, os milhares de brasileiros que se apropriaram da ajuda de custo destinada aos carentes.   Neste caso, a Pandemia não aprimorou a dose de canalhice dessa corja, apenas a exibiu.
Mas a frase original não é essa, mas sim “O poder não modifica as pessoas apenas mostra o que elas são”,  o que me faz pensar na grande variedade de frases sábias, adaptadas, ao que se vê na Pandemia:

1.Ser ou não ser, eis a questão. Mas se você não resolveu essa questão antes da Pandemia é melhor deixar pra lá, porque em uma Pandemia se vive muito pouco para ser alguma coisa, e depois que ela acabar, se acabar,  a questão passará a ser sobreviver. Ser ou não ser será artigo de luxo. 

2.Na Pandemia brasileira a sabedoria de Jesus Cristo se transforma sob o ponto de vista dos políticos: “Dai a César  o  que  é de César, a Deus que  é de Deus e aos Corruptos o dinheiro desviado da Saúde”.

3.Em uma quarentena as aparências enganam,  como sempre, mas as máscaras conseguem esconder a feiura com mais precisão e vantagem (porque sai mais barato) do que o Botox .

4.A pressa sempre foi inimiga da perfeição, mas o Pico da Pandemia não precisava exagerar na seu passo de tartaruga.

5.Em uma Pandemia, o brasileiro, usa o ditado do jeito que lhe convêm : “Cada macaco no seu galho, cada Gafanhoto no Uruguai e cada Covid 19  numa piscina de álcool Gel.”

6.De médico e de louco todos temos um pouco mas, na Pandemia, a parte médica diminui menos que a de loucura aumenta.

7.Na Pandemia a sabedoria ressoa com mais precisão ainda quando falada desta forma: “Dize-me com que Covid 19 andas , que eu te direi quem eras”.

8. Mente vazia, como todos sabem, sempre foi a oficina do Diabo. Na Pandemia as mentes se transformaram em oficinas de fabricar lives. O que, praticamente, dá no mesmo. 

9.Para bom entendedor meia palavra basta. Mas na Pandemia metade da metade de um espirro basta para espantar todo mundo.

 10.Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje. Mas na Pandemia é bom lembrar que Hoje é amanhã, Amanhã virou nunca e,  quanto ao futuro,  a OMS ainda está decidindo .

12.Jamais ponha a carroça adiante dos bois, mas na Quarentena o melhor a fazer é deixar o Covid adiante da máscara.

13.Roupa suja se lava em casa, mas na Pandemia prefira lavar a roupa suja antes de entrar em casa.

14.Um dia é da caça outra do caçador, mas se o Covide é o caçador e o ser humano a caça, faz mais de 12 semanas que todo dia é dia do caçador.

O pior é que, se depender da OMS e seus cientistas, o caçador continuará deitando e rolando e a vez da caça tão cedo não chegará.    


José Ewerton Neto é autor de A ÂNSIA DO PRAZER, romance , primeira edição 
premiada e esgotada, agora disponível para download na Amazon.com