quinta-feira, 22 de outubro de 2009

ESSA LITERATURA TÃO CHATA

Texto publicado no jornal
O estado do maranhão, especial
para o caderno Alternativo, domingo passado.


ESSA LITERATURA TÃO CHATA!

“Em geral, acreditem, os escritores não recebem a palavra nem mesmo nas cerimônias em que são premiados.” Rodrigo Lacerda, escritor e editor da revista Serrote.


Jose Ewerton Neto, membro da AML, autor de Ei, você conhece Alexander Guaracy?

ewerton.neto@hotmail.com




Chico Buarque disse que escrever é uma chatice.
Chico Buarque, compositor e cantor famoso também é hoje o mais disputado escritor nacional, o mais badalado pela imprensa, pelos críticos, pelos professores de literatura, pelas revistas literárias. Sua presença foi disputadíssima na última Flip (Feira do livro de Parati) causando a evasão de público das outras atrações literárias da feira em paralelo à sua apresentação, Se considerarmos que o outro escritor brasileiro best-seller, Paulo Coelho, é certamente mais um mago que um escritor, não é de estranhar que, para muitos brasileiros, Chico Buarque seja mesmo, atualmente, o maior escritor nacional.
No entanto, escrever, para ele, é uma chatice. E olha que quando quer escrever as páginas de seus romances , exige-se o conforto de viajar para Paris a fim de lá se refugiar por alguns meses, em seu apartamento, com o único propósito de escrever um romance. Antes de escrever as páginas do seu último livro Leite Derramado, a Cia. das Letras, sua editora, já havia encomendado várias edições , e múltiplas resenhas de críticos já se acumulavam nas revistas e nos cadernos literários, enfim, o seu trabalho “tão chato” tem compensação garantida, pelo menos em termos de grana e badalação.
Se escrever, para ele, é uma chatice imagine o que não deveria ser para os outros escritores deste país. Estes escrevem livros sem sequer saber se serão publicados, que dirá se serão vendidos; a maioria não têm apartamentos em sua própria cidade, que dirá em Paris. Podem contar com o quê, a não ser com a dádiva de uma benevolente imaginação, para se inspirarem e continuarem o “ofício da esperança”, que, em última análise, é o ofício de todo escritor?
Se, até mesmo quando, depois de árdua competição, sucede de ganharem um concurso - como acontece aqui em São Luis -, para receber o prêmio são aconselhados pelos próprios mentores do concurso a correrem para a justiça sob pena de jamais o receber? Isso nos leva a refletir: por que será que esses escritores não param de escrever, se seus talentos, mesmo quando reconhecidos, são tão espezinhados, inclusive pelo próprio poder público, que os estimulou? Será que entre o ato de escrever e a odisséia previamente anunciada de suas lutas existe um sentimento mais profundo de realização - e prazer - que a imaginação de Chico Buarque não consegue alcançar pelas facilidades obtidas em sua trajetória?
Millor Fernandes, o humorista, dizia que a maior vontade do intelectual é de ser rico, e a do rico é ser intelectual. Chico Buarque que, em sua época de juventude, egresso de família rica e intelectual, tornou-se um dos melhores compositores de uma geração talentosa e especial, hoje, muito mais rico, goza de uma gloriosa e justa reputação que, no entanto, o supervaloriza em tudo o que faz. A fama que adquiriu como compositor e cantor parece tê-lo blindado das análises literárias mais profundas, a ponto de serem raríssimas as críticas que apontam para a sua falta de imaginação literária, que o faz elaborar romances à reboque de temas já utilizados por escritores consagrados. Parecendo ter dado como encerrada a sua missão como compositor de M.P.B. para decepção de seus inúmeros fãs (entre os quais me incluo), há muito tempo que o marasmo tomou conta de sua produção musical. É compreensível e quase natural, portanto, que de acordo com o seu passado reluzente, seja tocado, também, pela visão da mosca azul, peculiar a todo rico, segundo o humorista: a de querer ser, também, um escritor.
Com um detalhe adicional: para ser coerente com esse passado, a Chico Buarque não basta apenas ser um bom escritor, exige-se que seja “um grande” escritor. Dessa exigência (peculiar à estrutura midiática que fomenta a aura criada em torno dos mitos modernos) tomam parte: editores, fãs, professores, críticos e leitores em geral, a maioria de forma inconsciente , inclusive, talvez, ele próprio. Por isso, deu-se ao direito de tornar-se arrogante, como a seu respeito denunciou a escritora norte-americana Edna ò Brien quando o acusou, durante a Flip, de não passar de um embuste, além de demonstrar pouco conhecimento da literatura. Deu-se ao direito também de, ao se referir com desprezo ao ato de escrever, nos oferecer um mote para chamar a atenção sobre o que se passa com a literatura nacional, tão combalida e desprezada, que é forçada a aceitar como o seu escritor de ponta justamente aquele para quem o ato de escrever não passa de uma chatice.
Ora, se o ato de escrever é uma chatice para seu maior representante não seria esse o testemunho pungente que faltava para avalizar a comprovação de que para a maioria dos brasileiros a literatura não passa mesmo de uma grande chatice? Pois não é isso o que se vê? A literatura é uma chatice para o presidente da República, para governadores, para professores, para estudantes e para o brasileiro comum, que jamais substitui uma mínima parcela de seu prazer de escutar forró a altíssimos decibéis, por um segundo de contemplação das páginas de um livro, por melhor que ele seja - e por mais riqueza que contenha. Ao contrário do que acontece em outros países onde nos terminais de metrô, praças e aeroportos comumente vê-se alguém concentrado na leitura de um livro, como é raro observar-se isso neste país!
Como é chato, ler um livro – dizem as crianças! Como é chato ler um livro dizem os estudantes universitários! Como é chato selecionar um livro de um autor fora do circuito preconcebido das editoras – dizem os professores de literatura, como é chato resenhar o livro de um escritor que não tenha apelo na mídia - dizem os raros críticos literários deste Brasil... Como é chato ter de pagar premio para quem venceu um concurso de literatura, não é mesmo, secretários de cultura, desta Atenas Brasileira? Como é chata, muito chata essa literatura!
Mais chata ainda do que essa perturbação inerente à literatura em si, só mesmo a obrigação de “ter de engoli-la”, não é mesmo? Quando forçado a referir-se ao hábito da leitura, nosso presidente Lula assim se referiu: “Ler é muito chato, mas é como se exercitar numa esteira, no começo é ruim, mas depois a gente se acostuma.” Assim também, para os que estão nos postos chaves desta nação, inclusive na área cultural, haja ter de suportar a sua incômoda presença! ( Porque por mais poderoso que alguém se julgue, tem consciência de que, ao tentar ignora-la, destitui-se daquilo que mais preza à raça humana: a distinção dos outros animais, o que só é possível em plenitude através dela, da literatura, e de sua capacidade, de induzir à reflexão.)
Disse um escritor norte-americano que a única vantagem de ser escritor é a de que ninguém o chama de burro por ganhar tão pouco. Se muitos escritores ás custas de penúria e talento ganharam esse privilégio, por outro lado os bem afortunados sabem perfeitamente que esse dom jamais lhes será accessível como benesse natural do poder. Precisam recorrer, em alguma circunstância, ao que a literatura tenha de simbologia espúria para salvar as aparências e torna-la complemento da própria vaidade. Tão boa é essa literatura que até para isso ela se presta! - quando corrompida. A abordagem da façanha literária passa a ser feita então não pelo que ela tem de mais prazerosa, que é o exercício de sua leitura, mas pelo espocar de flashes contaminados pelas explosões festivas nas comemorações midiáticas: não os milhares de livros extraordinários que estão à espera de serem lidos, mas a vaidade de poder propagar: “Tenho em minha estante um livro de Chico Buarque, adorei o livro de Roberto Justus , sou fã das histórias para crianças de Gabriel, o Pensador”, numa jornada onde a satisfação não é com o conteúdo do livro mas com a ostentação de uma aproximação virtual com qualquer personalidade badalada pela mídia.
Tal distorção que contamina o próprio ambiente literário faz com que não se concebam eventos literários de qualquer espécie (feiras, concursos, comemorações, palestras etc.) sem a obrigatória presença de alguém do ramo musical que sirva de referência e locomotiva para chamamento de público, sob pena de se esvaziarem os assentos e as repercussões nas edições dos jornais. Sem outra alternativa, a isso se submetem os verdadeiros escritores, alguns consagrados, aceitando tornarem-se , meros coadjuvantes das celebridades pseudo-literárias. Foi assim, que anos atrás foi concedido o premio de melhor livro do ano à Budapeste, de Chico Buarque, no mesmo ano em que concorria O Silencio do Delator de Jose Neumanne (de concepção e sutilezas literárias muitas vezes mais ricas) apenas para que fosse satisfeita a regra atual segundo a qual se fazem concursos não para premiar e divulgar os escritores, mas, ao contrário, premiam-se escritores para divulgar os concursos.
Num momento em que uma pesquisa nacional com jovens universitários elege Roberto Justus e sua cosmética performance de pseudo-empreendedor como o modelo de referência a ser almejado em suas vidas e em que milhões de pessoas “twittam” pela internet à cata de fuçar o cotidiano de celebridades como Ivete Sangalo, Angélica, Sandy e etc. para se regalarem com pérolas como estas: “Vou tomar banho que eu to fun”, Ivete Sangalo ou “Não ofereci pq era o ultimo pote na geladeira! Ahahaha”, Sandy, já nem causa surpresa que, esteja sendo anunciado como grande atração da próxima feira de livros de São Luis, não um escritor, mas o cantor baiano Chico César, que aqui autografará um áudio-livro (?)
Isso porque a chatice, essa monumental chatice da literatura, tem de ser evitada a qualquer custo, portanto devem estar certas as autoridades quando, para garantirem a satisfação do público presente, transformam a literatura numa alegoria ambulante para desfilarem cantores que possam trazer retorno ao capital investido, sabidamente tão escasso. Um grande escritor, não tão famoso quanto Chico Buarque, um dia definiu o chato como aquele que te rouba a solidão sem te fazer companhia. Talvez não seja o caso do (bom) compositor musical Chico César, mas, certamente, não é o da literatura que, ao contrário do que pensam muitos mandatários, sempre fez da solidão a melhor companhia do mundo. A respeito dela e de sua eterna - e prazerosa – sedução, já que estamos falando também de MPB, não custa lembrar da lição do velho Lupicínio: “Esses moços, pobres moços, ah se soubessem o que eu sei...”





sábado, 17 de outubro de 2009

O NEGÓCIO É GREVAR

Artigo publicado na seção
Hoje é dia de...
O Estado do Maranhão, sábado,18


O NEGÓCIO É GREVAR

José Ewerton Neto, membro da AML

ewerton.neto@hotmail.com




Pois é, fazer greve está na moda. Em menos de um mês já houve greve de correio, de médico, de bancário, de policial e... – nem tenho mais certeza - greve da Caema, o que levou um amigo meu a comentar: “E eu que pensei, olhando para as torneiras lá de casa, que a greve era da água!”
Tanta confusão se explica: são tantas as greves que nunca se sabe quando começa uma nem quando termina outra. Algumas, por não fazerem a menor diferença, outras porque como os funcionários passam mais tempo fazendo greve do que trabalhando, o normal é o estado de greve. Por exemplo: faz tanto tempo que o pessoal da Caixa está em greve que seus clientes já esqueceram de lidar com seres humanos. O dia em que ouvirem uma voz humana, por trás do dinheiro que estão recebendo, vão levar um susto e sair correndo. O que nos leva a recomendar calma, muita calma, porque está vindo mais por aí:

1. Greve de guardador de carro. Reivindicam equiparação salarial aos guardas de trânsito. Alegam que em matéria de arrumar confusão e perturbarem o trânsito, são muito melhores. Queixam-se do árduo trabalho de não fazerem nada o dia inteiro, o que, segundo eles, lhes têm causado dores nos olhos e transtorno bipolar. Pleiteiam correção monetária da atual Tabela de Xingamento, ou seja, querem poder xingar o cliente toda vez em que receberem menos de cinco reais – e, não menos de um real, como é hoje. Exigem a adoção de uma farda oficial que venha substituir suas flanelas velhas e sebosas por uma bandeirinha do Flamengo.
2. Greve de gigolô. Exigem aposentadoria especial por tempo de serviço. Alegam que são forçados a fazerem hora extra em condições insalubres: peles encarquilhadas, perfumes broxantes e botoxes pegajosos. Querem o devido reconhecimento da sociedade (através de carteira profissional de gigolô) para não terem que apelar aos costumeiros disfarces: personal trainings, modelos, ou guardas particulares. Advogam serviço de analista para dar conta dos casos mais desesperados como os de Suzana Vieira, por exemplo. Solicitam, por fim, acesso gratuito a remédios para ereção para que possam atender, sem constrangimento, à grande maioria das clientes.
3. Greve de Cordeiro de Trio Elétrico. Isso mesmo, os cordeiros (aqueles que seguram a corda nas axé-folias ) decidiram entrar em greve para exigir, de imediato, equipamentos de segurança. A saber: protetores de ouvido e óculos de segurança. Os primeiros, para não terem de escutar Bel, do Chiclete, berrando enquanto descem os Béis (pode confundir com decibés). Já, os óculos escuros, para que não sejam obrigados a assistir tanta mulher transando sem poder fazer nada.
1. Greve de vendedor de cedê pirata. Reivindicam, antes de tudo, o reconhecimento definitivo da profissão, a começar pelo nome. Nada de serem chamados de vendedores de cedê, pirateiros, ou outros semelhantes. Sugerem duas alternativas oficiais: Divulgadores de Som (o mais simples) ou Incentivadores da Cultura Popular a partir da Reprodução Sonora Desenfreada. (o preferido pelos sindicatos e pelos intelectuais do Ministério da Cultura). Caso não sejam atendidos ameaçam promover o colapso de 99,9999% de toda produção musical deste país: forró e funk. Já recolheram perto de quinhentas mil assinaturas de apoio, sendo mais da metade oriunda dos componentes das bandas de forró do Ceará.









domingo, 11 de outubro de 2009

A SEMANA EM SALTOS

artigo publicado na seção hoje é dia de...
O Estado do Maranhão, sábado





A SEMANA EM SALTOS

José Ewerton Neto, membro da AML

ewerton.neto@hotmail.com


E a semana, mais uma, foi-se aos saltos, como se vê.


1. Suzana em saltos.
“Nasci e fui criada em cima do salto”, disse Suzana Vieira, atriz global, brincando com a repórter, ao comentar sua coleção de 300 pares de sapatos, em lançamento de loja, no Rio.
De fato, Suzana gosta muito de saltos, tanto é assim que depois dos setenta, salta em cima de qualquer gigolô, com menos de trinta anos, que se atravesse em sua frente.

2. Decisão de morte.
“A morte precisou bater em minha porta para me ajudar com a minha decisão” proclamou Robbie Williams, músico, que se internou em 2007 em uma clínica de reabilitação de dependentes químicos.
Tá certo, Robbie! Mas, da próxima vez decida rapidamente, senão dona Morte, ao invés de bater na sua porta, vai fazer seu coração parar de bater.

3. Bebida é a solução!
“Ele bebe todo dia” disse a ex-namorada de Adriano, o imperador do Flamengo, referindo-se ao craque e reclamando do batalhão de mulheres-fruta que o atacante tanto gosta de atacar.
Como Adriano, sem treinar, vem carregando o time do Flamengo nas costas faz muito tempo, o técnico Andrade está pensando seriamente em acabar com qualquer tipo de treinamento. Além disso, vai pedir com urgência para mudarem o cardápio da concentração: barris de chope todo dia e muita fruta ( ou melhor, mulher-fruta).


4. Calcinha de miss.
A miss mundo de Cingapura, Ris Low foi presa depois de fraudar cartões de crédito e comprar dez mil reais em calcinhas. Segundo o jornal “Strait Times” a razão para isso é que a miss tem transtorno bipolar.
Parece que quando pobre rouba, é ladrão, mas, se, for rico vira bipolar. Deve ser por isso que os caras do mensalão nunca foram presos: seus médicos devem ter apresentado laudo de bipolaridade. Aliás, essa doença, tão contagiosa no meio político, voltou a se revelar esta semana. Bote bipolaridade na rapidez com que eles mudam de opinião! (Ou, melhor, de legendas).

5. O cascudo de Lula.
Depois da célebre eleição do Rio para sediar as olimpíadas de 2016, Lula ameaçou dar um cascudo nos atletas brasileiros, se não trouxerem pelo menos uma medalhinha de ouro.
Por medida de segurança e para que os atletas não corram o risco de levarem um cascudo de Lula o comitê organizador da próxima Olimpíada Carioca está tentando incluir a bala perdida como modalidade de esporte olímpico, já a partir de 2016. Como todos sabem, neste caso, o ouro brasileiro estaria garantido.

6. O time das setentonas.
Elza Soares, cantora e ex-amante do famoso driblador, Garrincha, levou um drible de um assaltante em pleno aeroporto de Congonhas. Junto do seu namorado de 40 anos e garantindo que ainda é uma “espoleta” na cama, Elsa, ao mesmo tempo em que ofereceu uma recompensa de cinco mil reais para quem devolvesse o seu lap-top, ainda aproveitou para dar conselhos: “Vão à luta, mulherada, porque quando papai do céu chamar já não vai dar tempo para nada.”
Muita gente se enganou pensando que Elza, com toda essa idade, estava se referindo ao todo poderoso papai do céu, mas a verdade é que - também com todo esse fogo - estava se referindo é ao saudoso Mané Garrincha, sabidamente um ex-predador e, certamente, doido para sair de sua inatividade no céu. É que, carinhosamente, ela, o chamava de papai.

7. Mais um bom de copo.
E o Diego Tardelli, companheiro de Adriano na seleção e na artilharia do campeonato, mostrou esta semana que também é um bom companheiro na arte de se exercitar com uma boa dose de álcool. O homem foi preso por uma blitze que executava, em plena Copacabana pré 2016, mais um episódio da famigerada Lei Seca.
A imprensa marrom já está dizendo que Lula, que gosta de um copo, mas gosta mais ainda de futebol, está providenciando para que a polícia trate de procurar bandido ao invés de perturbar quem bebe, mas faz muito gol. Assim como o humorista Millor Fernandes, que dizia que é preferível ser um alcoólatra famoso do que um alcoólico anônimo, Lula teria dito a um interlocutor privilegiado que prefere um craque fazendo gol morto de bêbado do que um caminhão de perna-pau indo pra missa.

8. Masturbação científica.
Recente pesquisa publicada em jornais e na Internet dá conta de que a prática da masturbação, que já sofreu uma série de preconceitos, está completamente reabilitada. Segundo a tal pesquisa se constantemente exercida serve como preventivo da próstata e tem efeitos medicinais incontestáveis.
Woody Allen, o cineasta e diretor de cinema norte-americano, precisa rever urgentemente, sua frase que dizia que “a grande vantagem da masturbação é a de que você transa com a mulher que você quer”. Como a masturbação científica acabou de provar essa é apenas uma de suas vantagens.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

DICIONÁRIO DA EVOLUÇÃO SEXUAL

cronica publicada sábado na seção
Hoje é dia de... O Estado do Maranhão







DICIONÁRIO DA EVOLUÇÃO SEXUAL

José Ewerton Neto, membro da AML

ewerton.neto@hotmail.com

Sempre com o intuito de esclarecer a população sobre um tema muito comentado, porém, pouco conhecido, recentemente foi lançado o Pequeno Dicionário da Evolução Sexual:

1. Adultério. Relações sexuais entre duas pessoas, pelo menos uma sendo casada com uma terceira.
Antigamente o adultério feminino era punido até com a morte, quando então tal atitude era considerada legítima defesa da honra. Hoje sua prática se tornou tão comum - e apreciada por ambas as partes - que passou a ser considerada fundamental para a continuação da união, após a lua-de-mel. Dia virá em que a ausência comprovada de adultério será punida com a morte.

2. Afrodisíaco. Tipo de substancia que produz ereções no
homem, aumentando-lhe e despertando-lhe o desejo sexual, relaxando-lhe as inibições e fortalecendo-lhes as glândulas com maior produção de sêmen.
Já houve época em que reis e príncipes gastavam rios de dinheiro na montagem de caravanas para saírem atrás de pó de chifre de rinoceronte. Hoje, admite-se que o poder é que é afrodisíaco, razão pela qual muitos homens gostam de desfilar com carros potentes e importados acreditando que às custas disso se tornarão objetos sexuais. Como isso não acontece na prática (a mulher apaixona-se pelo carro, mas não pelo homem) o sujeito passa a ter obsessão amorosa pelo próprio veículo, fantasiando sexualmente com o mesmo.

3. Amor platônico. Profunda afeição e amor entre duas pessoas, sem desejo sexual.
Antigamente o amor platônico principiava na adolescência, e só continuava platônico porque não havia tempo de passar para vulcânico ( os pombinhos ficavam velhos e já não havia mais tempo). Na vida atual o amor platônico extinguiu-se quase totalmente porque o amor vulcânico começa muito mais mais cedo ( doze anos para ele e dez para ela)

4. Bissexualidade. Ter desejo sexual por pessoas de ambos os sexos.
Já foi uma forma de relacionamento bastante condenada em
diferentes estágios da civilização. Hoje, pelo contrário, é considerada um tipo de aptidão fundamental para enriquecer o currículo de quem pretende se dar bem em algumas atividades bastante disputadas da vida moderna, como por exemplo, artista de novela ou participante de Big-Brother.

5. Castidade. Qualidade do casto ( que se abstêm de qualquer relação sexual)
Esta forma de sacrifício chegou a ser bastante comum na Idade Média exercida por monges ou pessoas ilustres que pretendiam atingir um elevado nível de espiritualidade. Hoje, tornou-se uma prática muito rara, sendo o caso mais conhecido, o de Kaká ( ex-jogador do Milan ) que, embora tenha se mantido fiel durante algum tempo, desistiu de praticá-la tão logo soube que teria de dormir em companhia de Ronaldinho Gaúcho, no mesmo quarto. Aliás, segundo o humorista Millor Fernandes de todas as aberrações sexuais humanas, essa é a mais estranha.

6. Clitóris. Pequeno órgão de 0,5 a 2,5 centímetros que desempenha papel da maior importância no prazer e no orgasmo da mulher.
Durante muito tempo permaneceu ignorado pela maioria dos homens que nunca fizeram questão de descobri-lo, obedecendo a um impulso egoísta de busca individual do prazer. Com as mais recentes descobertas da medicina e da ciência sua importância para o prazer feminino veio à tona, mas acabou perdendo terreno para o ponto G como objeto de caça masculina . Resultado: muitas mulheres que viraram lésbicas justificam a preferência dizendo que se os homens já não conseguiam achar um que aparece de vez em quando, que dirá outro, que fica escondido.

7. Consolo. Um pênis artificial feito de plástico, borracha ou madeira.
Embora nos tempos rústicos fosse até de madeira, hoje os consolos sexuais preferidos pelas mulheres evoluíram para formatos os mais estranhos e complexos, sendo, a maioria deles, ausente por completo das vitrines das lojas pornôs.
Segundo a Internet, uma população de mulheres equivalente a de uma cidade inteira prefere como consolo um retrato do José Mayer. Já, segundo um amigo meu, que é caminhoneiro, aquelas que se satisfazem plenamente com uma nota de cinqüenta enche muito mais que uma frota de caminhão.

8. Doenças Venéreas. Doenças contagiosas que são transmitidas durante as relações sexuais. As mais comuns são a sífilis e a gonorréia.
Essas doenças chegaram a matar muita gente na época em que não havia antibióticos. Com a evolução da ciência e com os devidos cuidados, tornaram-se doenças controláveis - se ficar só nisso. Portanto, se for apenas a primeira vez, dizem os médicos que não há motivo para pânico: a vida também não passa de uma doença mortal, transmitida pela via sexual.

9. Hímen. Membrana mucosa fina que cobre a abertura vaginal. Como normalmente é rompida pelo pênis por ocasião da primeira relação sexual, existe o mito de que as mulheres sem hímen não são mais virgens.
Ao hímen, realmente, era mais fácil resistir na época que havia amor à primeira vista. Como rapidamente chegou-se a época do amor que ninguém avista, nada se avista. Inclusive, o próprio.
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10.Espéculo. Instrumento de plástico usado para separar as paredes da vagina durante o exame médico da vagina e do colo do útero.
Sendo de plástico, tal aparelho é relativamente moderno e, como era de se esperar, de desconhecimento geral da maioria dos homens. Portanto, nada de confundir espéculo com espetáculo, embora as palavras sejam muito parecidas. Mas, se o exame em questão for da Juliana Paz será que o nome continua sendo espéculo? Ou será espe-tá-culo?

11.Espermatozóide. A célula móvel sexual masculina produzida nos testículos. Quando um cai na vagina, usa a sua cauda comprida para viajar na direção do útero, à procura de um óvulo para fertilizar.
Decididamente – e não poderia ser de outra forma - desta vez a coisa não evoluiu muito com o passar dos anos a não ser na quantidade de homens que, dizendo-se metrosexuais ( David Beckam, Cristiano Ronaldo e Chiquinho Scarpa) passaram a reconhecer e admirar a própria cauda.

12.Gigolô. Homem geralmente bem aparentado, que vive ás custas de uma mulher.
Em tempos não muito remotos era muito comum a convivência – e sobrevivência desse tipo - com mulheres do mundo da prostituição. Agora ser gigolô virou moda no mundo dos artistas e celebridades da televisão. Tem gente que faz coleção, não é mesmo Suzana Vieira?

13. Fetichista. Pessoa que se sente mais excitada sexualmente por parte do corpo de uma outra pessoa do que pela própria pessoa.
Segundo as pesquisas de opinião, a grande maioria das mulheres modernas tornaram-se fetichistas. E a parte do corpo do homem que elas mais apreciam é a carteira.

14. Óvulo. O ovo produzido pelos ovários. Tem geralmente 1/100 centímetro de diâmetro.
Como o espermatozóide é muito menor, e mede 1/300
centímetro, está explicado ( com 9 meses de antecedência ) a atração
dos machos pelas mulheres altas. Haja salto alto!

15.Ejaculação prematura. Ocorre quando um homem chega ao orgasmo antes que ele próprio e sua parceira assim o desejem.
Trata-se de mais uma conseqüência da ansiedade moderna, o que vem proporcionando incontroláveis expressões de ejaculação prematura, em público. Algumas mais conhecidas: Lula quando recebe ordens de Hugo Chávez; Galvão Bueno quando Ronaldo fenômeno faz um gol; deputados quando conseguem aprovar mais oito mil vereadores.