Escritos ao vento
AS NOTÍCIAS MAIS QUENTES SOB A ÓTICA DO BIZARRO E DO SURREAL e mais literatura, poesia etc.
segunda-feira, 30 de junho de 2025
PATRIOTISMO DE CANALHAS

segunda-feira, 23 de junho de 2025
MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA
“ Um dia uma
folha me bateu nos cílios. Achei Deus de uma grande delicadeza. ” Clarice Lispector.
MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA é o retrato
de uma camponesa pintada por Vermeer e se considera um dos seus mais célebres
quadros. A pintura nos comove por vários motivos, mas nenhum deles avança em
direção ao reino das impressões indescritíveis (que todos temos) em velocidade
maior do que a delicadeza que emana de todo o quadro.
A mulher não tem um rosto de beleza
extraordinária, talvez nem possa ser chamada de bela. O rosto, pequeno, carece
de intensidade para chamar a atenção de um olhar desatento. Seus cabelos,
cobertos por uma touca, parecem cumprir a obrigação de humildade, coerente com
seu destino de moça pobre. No entanto, cabeça virada para trás em direção
àquele que a contempla, ela fita demoradamente e continua fitando sem parar
como se quisesse contar uma história, a sua história, a história de sua – agora
sim extraordinária – delicadeza.
Como contar essa história partindo
apenas do seu silêncio e de seu olhar que fita? Como fazer a sua delicadeza
mover-se?
A escritora Tracy Chevalier se propôs
à primeira parte dessa trajetória quando romanceou Moça com brinco de pérola. São delas as palavras “Quando contemplei
o retrato, tentei imaginar o que Vermeer fez a ela para ficar assim, alegre e
triste ao mesmo tempo. Um belo dia tive a compulsão de escrever a sua história.
Fiz o romance em três dias. O diretor Peter Weber se propôs à segunda.
Os atores principais escalados para o
filme foram Scarlet Johansen com Griet (a moça do brinco) e Colin Firth como
Vermeer. Não li o livro ainda. No filme a história é de uma serviçal escolhida pelo pintor para servir-lhe de
modelo. A carga de empatia erótico-artística que se estabelece entre ambos
provoca a ebulição de sentimentos de ciúme e inveja na esposa e filhos.
Quem nunca leu o livro ou tinha
conhecimento do quadro de Vermeer pode ter a sensação de que a história é
anterior ao quadro ou posterior, ou independente dele, até mesmo de que é uma
ficção, como foi a intenção da escritora. No entanto, para quem conhecia o
quadro, a partir da arquitetura montada pelo diretor vê-se que não há
independência entre eles. Perdura no filme o mesmo tom de cores esmaecidas, os
diálogos silenciosos, onde as expressões dizem mais do que as falas, o
sufocante dos sentimentos ocultos e contidos e, predominante a todo instante, a
delicadeza em ação através da formidável atuação de Scarlet Johansen como uma
espécie de obra de arte ambulante, que sai do quadro e se movimenta ao longo de
duas horas de fita.
Quando se diz que não há ficção, isso
seria apenas uma força de expressão, não tivesse o diretor alcançado
o objetivo a que se propôs acima, de traduzir para o cinema uma obra de arte
anteriormente já traduzida – para o livro. De fato, muitos experts da arte
contemporânea hoje falam como se a história romanceada pela escritora tivesse
existido realmente. E por que não teria? Que é a sina humana mais que a busca
incessante de sufocar a inexorabilidade da morte com a ilusão da eternidade até
que isso se torna realidade?
Traduzir o sentimento não dito eis o
maior mérito do contador de histórias. Em entrevista o escritor moçambicano Mia
Couto disse que o ser humano que não sabe narrar uma história é pobre de alguma
maneira. No final do filme de Peter Weber a pintura de Vermeer substitui a
atriz em cena e toma conta da tela substituindo a ação. O espectador,
extasiado, não fica sem entender. A moça do brinco de pérola finalmente viveu a
sua história. Agora já pode retornar ao quadro.

domingo, 1 de junho de 2025
TUDO É VIROSE
“A
entrada do novo século simplificou tudo de forma avassaladora: Tudo é VIROSE. ”
Bons tempos aqueles em que quando
você sentia febre, dor de cabeça, resfriado ou diarreia o médico lhe examinava
e identificava a origem da doença, cujas causas mais comuns popularmente eram:
infecção, má digestão, pulmão afetado, contusão, causas psíquicas, etc etc
A entrada do novo século simplificou
tudo de forma avassaladora: Tudo é VIROSE.
O médico, concentrado no celular, nem
mais lhe fita direito. Antes mesmo que você comece sua fala ele já interrompe a
ladainha de seus males dizendo: Deve ser Virose. Vou lhe passar alguns exames
só para confirmar.
Desconsolado, você esboça alguma reação
- Doutor, que remédio então devo
tomar?
- Viroses não são curáveis com
remédios, mas fique tranquilo. Você vai ficar bom mais dia menos dia.
Como seu mal-estar continua, você trata
de obter o resultado dos seus exames o mais breve
possível. Novamente diante do médico, este, depois de contemplar as imagens por
brevíssimos dois segundos, conclui:
- Não lhe falei? Sabia que era
virose. Está liberado.
- Mas... Que tipo de virose? Como se chama? Que posso
fazer para combate-la?
- Não existe ainda vacina específica
para ela. Só posso lhe garantir que você não é o único e que essa danada está atacando
na cidade toda. Procure relaxar e dar tempo ao tempo.
Sem remédio você sai do consultório
mais frustrado do que ao chegar, isso porque acabou de saber que essa tal virose que
lhe acompanha em todos os seus instantes de agonia não tem sequer um nome para chamar de seu. É Virose e ponto final.
2. Tenho um amigo que depois de tanto
ser diagnosticado com virose (sua família, seus amigos e até o cachorro de sua
casa), adquiriu tanta experiência em medicina que automaticamente diagnostica como Virose a tudo que acomete
os múltiplos clientes que lhe procuram à cata de orientação na farmácia onde trabalha,
como enfermeiro
De uns dias para cá anda pensando em
abrir um consultório e exercer legalmente (pelo conhecimento de causa) o ofício
da Medicina. Sabe que quando receber os doentes terá prontas 95% das
respostas possíveis.
Pensa, inclusive, em apor
diante de seu consultório uma placa com
os dizeres: Diagnóstico em poucos
segundos, sabendo que estará possibilitado a identificar até as doenças de
origem sentimental, como dores de cotovelo ou de corno.
Neste caso a experiência lhe
facilitará o diagnóstico.
“ É um vírus muito comum hoje em dia que,
em épocas festivas como Carnaval e são João, se propaga que é uma beleza! O
remédio é relaxar. “

segunda-feira, 26 de maio de 2025
UMA ENTREVISTA
ENTREVISTA CONCEDIDA À REVISTA LITERÁRIA VIRTUAL SACADA LITERÁRIA.
ENTREVISTADOR: POETA PAULO RODRIGUES
1 Paulo Rodrigues – José Ewerton Neto, o
Fernando Pessoa afirmou: “A literatura, como toda arte, é uma confissão de que
a vida não basta”. Você pensa a literatura da mesma forma que o Pessoa?
José Ewerton Neto – Não. Inclusive
não sei porque as pessoas têm tanta admiração por essa frase que originou
outra, de Ferreira Gullar, muito repetida. Ora, penso que a vida não basta para
todo mundo já que ninguém quer morrer. Não basta para o artista, como também
não basta para o médico, para qualquer camelô, para o mais humilde carroceiro
e, nem por isso, todo mundo é artista. Acho que a literatura existe - ou a arte em geral - como expressão da
necessidade que algumas pessoas têm de
transmitir algo pensado e que lhe foi revelado como um dom, graças à sua
capacidade imaginativa. Como todo trabalho na vida e todo exercício
profissional alguns fazem isso com talento, a maioria não. Simples assim. Não
acredito nessa interpretação de que alguém só porque escreveu uma poesia (que
ninguém sabe ainda se é boa) ou tentou escrever uma história (idem) só por isso
possa de antemão inferir que foi dotado de um destino especial, transcendente e
distinto de todos os demais seres humanos que não são artistas.
2 Paulo Rodrigues – Você é um grande romancista,
contista, cronista e também um poeta potente. Há proximidade entre a prosa e a
poesia? Como observa essa questão?
José Ewerton Neto – O ‘grande’ fica por
conta de sua delicadeza, mas, sem dúvida, diria que há muita proximidade e até
que ambas sejam gêmeas, oriundas da mesma mãe, a Literatura. Acontece que, muitas vezes, alguns leigos ou até mesmo
escritores incautos tendem a achar que se trata da mesma coisa ou que quem exerce
uma, pode exercer a outra. Nem todo
grande poeta ou grande escritor exerceu, a todas as luzes, como Edgar Allan Poe, Jorge
Luis Borges e Machado de Assis incursões vitoriosas em ambos os gêneros. O
poema que mais gosto em língua portuguesa é A
Mosca Azul, de Machado de Assis, mas tem
gente do mundo literário que nem sabe que Machado foi um grande poeta. Voltando
à sua pergunta a principal distinção que vejo entre os dois gêneros está na sua
execução e prática que, no caso da
poesia, pode ser menor em tamanho (tornando-se, a princípio, mais breve). Assim
não demanda, quase sempre, a mesma carga
de dedicação, disciplina e tempo, o que faz com que a proliferação do exercício
poético redunde, pela disseminação e fragmentação, em mais erros que acertos.
Lembro uma frase de um grande violonista que dizia que o Violão era o instrumento
mais fácil para se tocar mal e o mais difícil para se tocar bem. Julgo que o
mesmo se pode dizer da poesia e a grande profusão de poetas na Internet
comprova isso. Há muita quantidade, qualidade nem tanto, infelizmente. (Embora eu
considere salutar essa proliferação e fragmentação, sempre preferível à falta de adesão ou à indiferença)
.
3 Paulo Rodrigues – Ewerton,
o romance O prazer de matar foi premiado no Concurso Cidade de São Luís e
publicado pelo SIOGE. Fale um pouco sobre ele.
José Ewerton Neto – Este romance marcou minha
estreia na cena literária maranhense numa época em que minhas obrigações
profissionais como engenheiro metalurgista, trabalhando na Alumar, mal me davam
tempo de escrever crônicas publicadas
nos jornais. Acontece que, por essa época, tive de fazer uma cirurgia e aproveitei a
convalescença para colocar nas páginas uma ideia que tivera: de um personagem
inusitado, matador simplório e, ao mesmo tempo trágico, que se oferecia para matar suicidas por falta
de outra opção para sobreviver. Por sugestão do saudoso amigo e escritor Jomar
Moraes enviei os originais para José Louzeiro, que, para surpresa minha,
recomendou o livro com palavras que vieram a compor a contracapa da primeira
edição premiada. Isso me estimulou a que dois anos depois tirasse férias de 20
dias para poder escrever outro romance com uma nova ideia e nascia assim A Ânsia do prazer, também laureada. O
curioso é que entre a primeira edição do romance, em São Luís, até uma terceira edição nacional pela editora
Arte Pau Brasil, SP, com o título O oficio de matar suicidas, aconteceram
dois casos, na vida real, semelhantes aos relatados no livro, o que comprova o
dito de Oscar Wilde de que a vida é que imita a ficção, muito mais que o vice-versa.
4 Paulo Rodrigues – Na poesia, o livro Cidade
Aritmética obteve, em 1995, o prêmio Sousândrade, no Concurso Literário e
Artístico Cidade de São Luís. Fale um pouco sobre a experiência com a poesia.
José Ewerton Neto – Eu já havia tido uma
experiência anterior no gênero com o livro Estátua
da Noite, de poemas, este sim, o meu primeiro livro, editado pelo SIOGE e
cuja orelha foi feita por Erasmo Dias, de quem me tornara amigo. Nessa época eu
já morava no Rio de Janeiro, trabalhava na Cia. Siderúrgica Nacional e as
demandas profissionais me afastavam das atividades literárias. Não fiz
lançamento, nem sabia direito como era isso rsrs e o sonho da literatura parecia
longínquo. Somente quando retornei a São Luís e escrevi O Prazer de matar e o livro teve excelente repercussão da crítica
maranhense voltei a pensar em publicar os poemas que eu produzira anos atrás e
dos quais Erasmo Dias apreciara até mais
que os de Estátua da Noite. Da
composição originou-se esse livro de poemas com construções formatadas como uma
Engenharia na segunda parte e com alusões à Matemática na primeira. Tenho a
pretensão de acreditar que esse é um dos poucos livros de poesia, escritos no
Brasil, somente com temas matemáticos.
5 Paulo Rodrigues – Ewerton, quando você se
tornou um leitor de literatura? Qual é o lugar dos livros na sua vida?
José Ewerton Neto – Comecei
a gostar de ler desde criança primeiro através de revistas em
quadrinhos, inclusive fotonovelas, até romances que comecei a gostar quando deparei,
por acaso, nas prateleiras da estante da minha saudosa tia professora Rosa
Ewerton com o livro A Marca do Zorro
de Jonhston Mc Culley (um deslumbramento!). Posso dizer que a leitura foi uma
das maiores dádivas recebidas durante a minha vida e pela qual serei
eternamente agradecido a Deus. A leitura, com todas as possibilidades que traz é
uma felicidade! e, confesso, não entendo que nas Escolas se obrigue um estudante ainda em formação à
leitura obrigatória de livros antes de lhe dar condições, primeiro, de ler aquilo que lhe traga prazer. Claro que
um mestre tem por obrigação sugerir a leitura de determinados livros, mas sugerir
é uma coisa, obrigar outra e a leitura só se tornará a felicidade (que tive e tenho)
se vier junto ao “prazer” de estar lendo o livro que se tem nas mãos.
6 Paulo Rodrigues
– Como você enxerga o romance contemporâneo brasileiro e maranhense?
José Ewerton Neto – O romance maranhense praticado
em São Luis, não tem a mesma vitalidade da produção poética. As condições de
subsistência, como se sabe, são precárias para um escritor local que pretenda
extrair seu ganha-pão da prática de narrativas longas já que estas demandam muito
mais tempo e dedicação. Essa pode ser uma das explicações para isso. Bons
romancistas maranhenses de envergadura nacional são Ronaldo Costa Fernandes e
José Sarney e ambos não residem aqui. Nosso país tem ótimos autores mas sinto
que o romancista brasileiro, diante da concorrência internacional (que é muito
boa, até porque os livros que vêm de fora traduzidos, já foram referenciados) permanece
no dilema entre agradar o público ou a crítica, e acaba muitas
vezes não se estabelecendo em nenhuma dessas vertentes. Dos romances
brasileiros muito comentados recentemente Li Torto Arado que não me agradou. Ganhei de presente e pensei que não
fosse gostar de Bambino a Roma, de
Chico Buarque ( por causa da leitura que fizera de seus primeiros romances) mas esse livro me surpreendeu agradavelmente.
7 Paulo Rodrigues – Fale para os leitores sobre
o livro A Última Viagem de Gonçalves Dias e Outros Contos. É um livro de
ficção? Ou é mais um trabalho de pesquisa?
Admiro os pesquisadores,
mas além de não saber praticar acho extenuante o trabalho de pesquisa. O
surgimento da ideia, apareceu justamente em uma conversa com o escritor e pesquisador
Agenor Gomes (que fez um trabalho marcante no gênero sobre a vida de Maria
Firmina dos Reis). Eu sugeri a ele: “Agenor, já que a última viagem do poeta dá
margem a tantas contradições e mistérios, sendo , portanto, um tema fascinante,
você faz um trabalho de pesquisa sobre a mesma e eu fico com a ficção, que é a
parte mais fácil.” Rs Rs. Enfim, como tenho dito nas entrevistas, A última viagem de Gonçalves Dias tenta
suprir as lacunas de uma viagem nunca suficientemente esclarecida, com forte dose
de conteúdo poético, como forma, também, de homenagear esse escritor tão querido de
todos nós.
8 Paulo Rodrigues – Quais são os novos projetos
literários do José Ewerton Neto?
José Ewerton Neto – Você acredita, o livro
vencedor do último prêmio Odylo Costa, filho, do Concurso Literário e Artístico Cidade de São Luís, (tão tradicional
e tão desprezado, pelas autoridades) foi um título deste autor chamado O que dizem os olhos. Ficaria muito
grato se alguma instituição, empresa, secretaria, ou universidade, se
dispusesse a publicá-lo até mesmo como forma de servir de recado às
autoridades, pois, embora o regulamento contemplasse a publicação do livro,
esta não foi realizada, o que constitui uma grosseira transgressão da Lei que
impõe o Concurso, criado com o propósito de estimular a produção cultural
maranhense. Independentemente disso, sempre tenho títulos prontos em diversos gêneros
(na crônica até por obrigação) pois sou colaborador assíduo do site do Imirante,
para onde migrou o jornal O estado do Maranhão.
9 Paulo Rodrigues - Deixe uma mensagem para os nossos
leitores.
José Ewerton Neto – Escrevam. Como disse José
Saramago, para escrever um romance é muito simples: “Comece com uma letra maiúscula
e no final você coloca um ponto. E, no meio, você põe a ideia”
Porém, antes disso, há algo que considero fundamental:
Leiam, leiam muito, leiam bastante, não parem de ler. Jamais.

segunda-feira, 5 de maio de 2025
OS MISTÉRIOS DO SEXO
MISTERIOS DO
SEXO
José Ewerton
Neto
.... Fumar pode encurtar o pênis
quase um centímetro.
O que será que torna o sexo tão
especial a ponto de em pleno encerramento do primeiro quarto de século da pós modernidade, ainda persistir tanto
desconhecimento a respeito?
Garanto, caro leitor (a) que mesmo se
julgando especialista você não sabia que:
1.Fumar
pode encurtar o pênis quase um centímetro.
Ou seja, leitora, se você tem como parceiro
um fumante inveterado, pretende prolongar o seu relacionamento, e anda desconfiada
do tamanho PP do rapaz, recomenda-se, por prevenção, medir com uma régua o dito
cujo para evitar que ele atinja em breve o limite mínimo suportável
2. No Líbano um homem pode ter relações sexuais com animais desde que
sejam fêmeas. Relações sexuais com machos podem ser punidas com a morte.
Quanta descriminação contra os
pobrezinhos! E o pior é que ainda não está ao alcance dos animais, participarem
de passeatas LGBT contra práticas discriminatórias.
3.Devido a liberação de endorfinas o
orgasmo feminino é um poderoso analgésico.
Portanto, alegar dor de cabeça não é
um motivo muito justo para esposas e namoradas se negarem à prática sexual. Deve
ser por isso também que lojas de artigo pornô proliferam nas grandes cidades
como se fossem farmácias com seus vibradores e consolos. Tornando-se muito comum
que quando as mulheres procurem seus médicos, se queixando de dores incontornáveis
de cabeça, este lhes sugira: “Se seu parceiro não está ajudando Já tentou buscar
remédio numa loja pornô? ”
4. A palavra clitóris vem do grego e
significa chavinha.
É por isso que, para o homem, a menor
distância para conquistar o paraíso é descobrir o segredo da chavinha. OU, pelo
menos, o código.
5. As primeiras ereções masculinas
ocorrem no último trimestre de gestação quando ainda são fetos.
Isso significa que, caso estas não
ocorram, haja homem que antes mesmo de nascer já foi broxa. Isso significa
também, que certas mães ao sentirem algumas pontadas mais profundas dentro da
barriga tenham um sinal que o seu rebento terá um prodigioso futuro como
bem-dotado.
6. Durante a ejaculação o sêmen
atinge a velocidade de 45 km por hora.
Embora ainda não tenha sido
registrada multa por causa disso é bom evitar fazer essas coisas dentro do
carro. Tem barreira eletrônica que multa a partir de 40 km/ hora e elas não
costumam estar bem aferidas.

quarta-feira, 30 de abril de 2025
A MAIOR DE TODAS AS ILUSÕES
A MAIOR DE TODAS AS ILUSÕES
José Ewerton Neto
A maior de todas as ilusões é você
mesmo, caro leitor.
O neurocientista Daniel Dennet atesta,
como outros especialistas, que a mente humana é apenas uma constante sucessão
de ideias, lembranças, sucessões, projetos, sentimentos, disputa por atenção
etc. que passa por nossa consciência, de forma não linear. Para ele a forma de
dar sentido a esse turbilhão é dizer que há um Eu no comando de seus pensamentos. Mas esse eu unificado é apenas
um conceito, portanto, um impostor.
A IA respondeu exemplificando com um
diálogo entre o ser humano e sua imagem no espelho quando indaguei se era
verdade que o ser humano não passava de uma ilusão, depois de ter confirmado
que, de fato, não passamos de ilusões.
- Quem é você?
- Eu sou você.
- Nada disso. Você é apenas a minha
imagem. Eu sou eu.
- Não se iluda. Eu sou você.
- Idiota! Se você for eu, quem, afinal,
eu sou?
- Uma ilusão. Somente isso e mais nada.
- Ah, quer dizer então que eu como,
bebo, respiro, transo, posso te mandar à puta que pariu agora mesmo e, mesmo
assim, eu não sou eu. Enquanto que você, sem corpo e sem vida, por trás da
lente de um espelho é a minha pessoa...
- Eu pelo menos sou sua imagem. Você nem
isso, simplesmente é uma fantasia criada por você mesmo.
- Essa é boa! Vejo que você pretende me
tirar do sério. Quer dizer que sequer uma imagem eu consigo ser, ou ter?
- Claro! Basta pensar. Daqui a um
segundo você já terá outra imagem. Eu poderei ser sempre sua imagem atualizada,
basta vir ao espelho. Já você, ao sair daqui, pensará que sua imagem ainda
será a mesma de agora, esquecido de que esta já foi envelhecida pela passagem
de mais um segundo. E, assim por diante, uma sucessão de rostos se
deteriorando até morrer.
- Peraí. E meu pensamento?
- Seu pensamento é uma soma de
sensações que você teve, imitou dos outros ou lhe impuseram, portanto,
nada exclusivo seu.
- E meu relógio? Meus pais? Meus genes?
Minha carteira de identidade?
- Não são seus. Você os tem apenas
provisoriamente.
- Nada existe então de meu? De minha
pessoa?
- Nada, você é pó, e ao pó retornarás,
lembra? Já eu não. Hoje sou você, amanhã posso ser outro, mais outro. Pelo
menos sou uma imagem. Valho mais que você.
- Miserável! Vou te matar criatura,
seja lá quem você for.
- Vamos lá, pegue uma pedra atire em
minha direção e me quebre. E assim perderá a oportunidade de continuar olhando a
ilusão que você é. O resto é memória. Quando fica.

sábado, 26 de abril de 2025
BEN HUR A PERDER DE VISTA
“Qual filme você assistiu mais de dez vezes e tem vontade de
assistir novamente? ”
Essa pergunta, em uma postagem
do Facebook, despertou-me a curiosidade a ponto
de conferir as respostas.
Acompanhei vários comentários, para
mais de 70, que destacaram, para surpresa minha, alguns filmes antigos de minha
preferência como Ben-Hur e A noviça Rebelde etc, entre vários outros
de produção mais recente
Tivesse eu que apontar 3 filmes
marcantes escolheria um para cada diferente fase da minha vida: Ben-Hur na infância, Dr.Jivago na adolescência e A Primeira noite de tranquilidade, na
maturidade.
Ben-Hur e Dr.Jivago foram filmes premiados com
vários Oscars. A primeira noite de tranquilidade sequer
pertence aos cânones dos críticos de cinema. As razões dessa minha escolha
fogem à objetividade dos entendidos em cinema e prende-se às sensações que os cristalizaram
em minha memória por diferentes motivos.
Ben-Hur não representou para minha
infância apenas um filme assistido e admirado, mas uma descoberta. O glorioso
impacto aconteceu quando descortinei, à vista da tela, cenas memoráveis quase
ao alcance da mão: o sofrimento e o combate nas galés; a famosa corrida de
bigas, o reencontro do personagem principal com mãe e irmã despedaçadas pela
lepra, o milagre e a redenção.
Ao constatar, porém a ausência de
qualquer citação na referida lista a Dr.Jivago,
fiquei motivado a fazer o seguinte comentário:
“Jamais assistiria a um filme dez
vezes, a ponto de repeti-lo mais tarde, mesmo sendo Ben-Hur, mas sinto falta,
entre os citados, de Dr.Jivago. Para mim, há várias razões para assisti-lo mais
de uma vez além da concepção estrutural e cinematográfica intrínseca ao filme: os
sedutores olhos verdes da heroína Lara (Julie Christie), a cena antológica de
sua incursão em uma festa de ricaços em que ela, plebeia e vestida com
andrajos, invade o luxuoso salão para dar um tiro no homem que a prostituía seguida
de sua saída triunfal e impactante. A fotografia gélida e sombria, coerente com
a opressão dos anos pós- revolução comunista russa. Tudo isso tendo ao fundo a
música tema do filme: o tema de Lara. Belíssima!
