sábado, 29 de dezembro de 2018

A FELICIDADE, ENFIM!





Acreditem! Felicidade agora se ensina em escola. Para felicidade dos maranhenses. É o que anuncia uma Faculdade que, em reportagem jornalística, acaba de ser apontada, como a melhor Faculdade do Maranhão em avaliação recente do MEC.   
Esse “para felicidade dos maranhenses” supõe-se que vem a propósito de a Escola oferecer a seus alunos a disciplina FELICIDADE.
O que faz conjecturar que os executivos dessa instituição ficaram tão felizes com a distinção que, num gesto filantrópico,  resolveram distribuir esse manancial de  felicidade para os estudantes infelizes. (É evidente que um sujeito feliz não vai sair por aí pagando para aprender o que é felicidade).

Nada como conhecer a FELICIDADOLOGIA e seus princípios fundamentais 

1.Postulado Zero. “Se você é infeliz, então é infeliz mesmo. Já se você se considera feliz, não tenha tanta certeza disso.”
Embora esse postulado em tudo se assemelhe, nada tem a ver com  a famosa frase de Tolstói com que este inicia o romance Ana Karenina: “Todas as famílias felizes se parecem, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.“ Na realidade, Tolstói,  que nunca fez curso de felicidade,  é um dos que precisariam aprender o curso caso ainda fosse vivo.  Embora seja do conhecimento geral que, ao longo dos séculos, filósofos, religiosos e cientistas estudaram e pesquisaram para encontrar a fórmula da felicidade, em vão, o postulado estabelece que nunca haverá felicidade suficiente para quem quer aprender sobre ela.
Na prática esse postulado é fundamental para a Faculdade e sua proposta de ensino. Afinal de contas, se todo mundo fosse feliz, ou não estivesse nem aí pra essa tal felicidade, essa matéria não seria sequer pensada como curricular e haveria menos uma especialização para encher os bolsos da instituição.

2.Teorema Fundamental da Felicidadologia:

“A felicidade é alcançável e, principalmente, ensinável.”
Embora muita gente sábia tenha negado essa possibilidade a partir da dificuldade de se definir o que seja Felicidade, esse teorema parte do pressuposto de que toda felicidade é alcançável e, sobretudo,  ensinável.  
Donde surgem os corolários:

Corolário1
Além de alcançável e ensinável é pagável. (como pretende a Escola). 

Corolário2. Todo rico tem meio caminho andado para a felicidade.
(Isso é óbvio porque se o estudante não tiver dinheiro como vai pagar para aprender a ser feliz?)

Corolário dos corolários 1e 2.

1.Pobre não precisa de felicidade (muito menos de aprender de que se trata) .

A partir dos postulados fundamentais podemos imaginar algumas situações para um futuro especialista em FELICIDADE.
Como, por exemplo, à procura de emprego após se formar.

“Você é formado em quê?”
“Felicidade”
“E tá aqui nessa fila de emprego por quê”
 “Desejava praticar o que aprendi,  mas agora tô com fome.”
“Só temos emprego na firma  para serviços gerais ”
“Não importa, descobri que toda felicidade do mundo estaria ao alcance de uma multidão se houvesse emprego para todos”.
 “Foi isso que aprendeu na escola?”
“Não, acabei de aprender sozinho.”

sábado, 22 de dezembro de 2018

BEATLES, QUEEN, E A RAPSÓDIA DA JUVENTUDE



Sem os Beatles teria havido o Queen?







Conversávamos entre amigos sobre o estrondoso sucesso internacional do filme Bohemian Rahpsody cobrindo a trajetória de Freddie Mercury, líder da banda Queen, quando um de nós, ardoroso fã de MPB e rock, me dirigiu a pergunta acima:
Eu, que ainda não vi o filme, não respondi de pronto,  não só porque é difícil conceber a resposta exata como porque a sua indagação ensejava outras: O que seria da existência humana sem os sonhos da juventude? Como seria a geração dos Beatles, e as que se seguiram, caso eles não tivessem existido?
Em relação à última pergunta, a resposta é que os sonhos juvenis de nossa geração, que os admirava, e de outras que os sucederam, seriam bem menos interessantes. Os Beatles (John, Paul, George e Ringo) personificaram para uma geração de jovens no mundo inteiro, até então atônita e comprimida, muito mais do que excepcionais artesãos da arte musical. Ainda que já tivesse havido ídolos igualmente carismáticos como Elvis Presley (que lhes serviu de referência) e, mais anteriormente, no cinema, James Dean, os Beatles atingiram a universalidade porque culminaram a sua excepcional musicalidade com os anseios  da juventude por uma mudança comportamental que se encontrava defasada do avanço tecnológico da época e da que se vislumbrava para a frente.  








A palavra em voga para essa expectativa represada era avanço e modernismo, mas, no fundo, buscava-se uma nova forma de pensar e agir livre das amarras de uma sociedade que impunha dogmas de conduta e tabus como a virgindade feminina - que eles não levantaram a bandeira para abolir, mas que levaram de roldão em sua passagem, como uma santa epidemia que se alastrava no mundo.
“A rebeldia está para a juventude  assim como o coração está para a vida”, ou seja, a juventude não pulsa nos corações conformados. Por isso, os jovens de hoje, na maioria, jamais farão ideia do que representou os Beatles para a sua geração, a que seguiu e assim por diante, como se tivessem inoculado o vírus de uma nova  juventude, para a frente  através de canções marcantes, como Yesterday ( a terceira canção mais regravada no mundo) , A day in the life, Something,  etc – para meu gosto prefiro entre todas The fool on the hill)
Hoje, muitos cantores jovens, mas medíocres, permanecem distantes  desse manancial de sonho que lhes deveria ser peculiar como maestros de tenras esperanças.  Para citar exemplos brasileiros, Gusttavo Lima e Luan Santana, jamais expressarão abrangência duradoura ou similar, até porque o fundo musical de suas potenciais epopeias é de enorme pobreza. Adultificados precocemente em seus  ideais e ambições, a marca que ostentam é a de serem desprovidos de vontade de mudar o mundo.








Aqui entra o tom de rapsódia, sem dúvida a mais completa rapsódia juvenil do século passado Que foi iniciada pelos Beatles e que depois influenciou jovens e talentosos - e trágicos -, como o próprio Freddie Mercury , Jim Morrison, e mais recentemente Amy Whinehouse, que às vezes sucumbe ao peso da fama e da incessante busca,  mas sempre deixa rastros. Enfim, a rapsódia da juventude, a verdadeira  juventude.

sábado, 15 de dezembro de 2018

FESTA DE FIM DE ANO É ASSIM MESMO!



Começa assim 




Termina Assim









FIM de ano é assim mesmo, confraternização pra todo lado. Quanto mais festa, mais gente em ação  porém, como o ser humano é mais um imitador do que um criativo, eis que as cenas se repetem à exaustão.
Isso acontece a partir da primeira metade das festas,  quando a vontade de confraternizar se  eleva perigosamente, por força do álcool etc. etc.  O que faz com que invariavelmente: 

            1.Apareça  sempre alguém pra perguntar.
            Da metade da festa pra lá a pergunta mais corriqueira é: “Alguém viu o meu celular?”. Claro que ninguém viu, ou, se viu, faz de conta que não. A partir daí as perguntas evoluem para: “Escuta, alguém sabe onde foi minha mulher?” até chegar às mais dramáticas quando vai findando a madrugada: “Desculpem, mas como essa cueca do chefe veio parar na minha mão? Alguém sabe explicar?”

            2.Surge alguém que ninguém sabe , ninguém viu.
            Um personagem misterioso vira o assunto principal desde o início da festa. As hipóteses se sucedem: Um penetra? Um policial disfarçado? Um garoto de programa? Todos especulam, mas ninguém resolve o mistério. Sucedem-se as apostas nos diferentes grupinhos. Alguém lembra que no ano passado apareceu também um misterioso personagem e procura identificar nas fotos do face se trata-se do mesmo homem. É outro.

            3.Os nomes desaparecem. Surgem os apelidos.
            Pouco a pouco, os nomes de cada um se tornam dispensáveis. Até o meio da festa todos se tornam próximos o suficiente para esquecer a hierarquia e chamar o outro de cara, bicho, vascaíno, amigão, menina. Depois a intimidade sobe vários tons: doido, danada, tratante, canalha, qualira, tarada, ninfa até culminar nos qualificativos mais insólitos, cujo apogeu é alcançado quando a esposa do chefe denuncia o seu apelido íntimo, toda melosa e extasiada, após o discurso do marido (que ninguém ouviu): Meu Guri !

            4.Começa o exibicionismo.
            A timidez agora se esconde debaixo das mesas com guardanapos, restos de comida, pedaços de papel higiênico e princípios de vômito. É quando pela primeira vez é constatado que a empresa tem mais estagiárias do que funcionárias. Elas surgem de tudo quanto é lado e os comentários das esposas emburradas e ressentidas com a derrota anunciada na pista de dança - pra ver quem balança mais a bunda– só termina quando uma delas cai estatelada no chão depois de um lance mais ousado para reproduzir a performance de Anitta. O som de vingança, em uníssono, parece  coro de funk “ Bem feito!”  

            5.Os banheiros lotam.
            A fila do banheiro supera pela primeira vez a fila do self-service. Todos entram e saem ao mesmo tempo. À discrição inicial se sucedem narizes fungando e manchas de pó branco nas camisas. Alguém vomita e faz um sinal de positivo. O diretor, tentando manter a discrição, evita se expor até que se resolve e adentra o recinto.
Surpreende-se: “Essa mulher aí no chão, tá desmaiada?” “Parece que sim” responde alguém. Resoluto (é nessas horas que um diretor tem de atuar) ele chama o segurança que prontamente chega:
 “Cristóvão, acho que essa mulher tá desmaiada!” 
“Penso  que sim, senhor” “ 
E porque ninguém fez nada?”  
“É sua sua amante senhor! O senhor não a reconheceu porque está de rosto virado para o chão. Desculpe, mas ela me pediu que não o avisasse”.



José Ewerton Neto é autor de O ABC bem-humorado de São Luis, agora em segunda edição revista e ampliada






domingo, 9 de dezembro de 2018

OS 6 FILMES MAIS TRISTES



Os Filmes mais Tristes da História do Cinema’ é um título demasiado imponente para uma seleção  sujeita, como toda lista,  a controvérsias. Claro, essa coisa de aquilatar sentimentos e emoções diante de uma obra de arte é influenciada pela personalidade de cada um e, tantas  vezes, independe até mesmo da obra e de sua absorção pelo receptor. Uma pessoa em estado excepcional por razões fortuitas e alheias à sua vontade pode se sensibilizar com algo que em outra ocasião não a deixaria em tal estado.
            Confesso que sou fascinado por listas e sou vítima de sua sedução irrecusável. Guardo, com desvelo, dois volumes iguais de O Livro das Listas de Irving / Amy Wallace, o segundo adquirido porque imaginei haver perdido o primeiro. Diante do assunto desta crônica, testemunhado em um jornal, constatei que só havia presenciado a um filme da citada seleção: À espera de um milagre (Frank Daraboni, 1999); Amor (Michael Haneke, 2012); Hotel Ruanda (Terry George, 2004); O Garoto (Charlie Chaplin) ; O Campeão (Franco Zeffireli, 1979) e O Menino do Pijama Listrado (Mark Herman 2008). Vi O Campeão e, talvez, o filme de Chaplin (O ‘talvez’ acontece porque minha memória não distingue um Chaplin de outro, tão marcantes são as suas interpretações).
            O interessante é que O Campeão não me marcou com uma carga particular de melancolia ou tristeza. Ao perscrutar a motivação dos demais a partir de suas resenhas lembrei já haver estabelecido empatia com o tema de O Amor, de 2012,  que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. A narrativa é centrada em um casal de idosos, que vivem momentos difíceis quando a mulher (Anne) se submete a uma cirurgia e tem metade do corpo paralisado. Mesmo não tendo visto o filme faço ideia da carga emocional envolvida que, certamente, o colocou lista. É um desses filmes que sacam o Amor de sua redoma cosmética e comercial para coloca-lo na vala comum dos sentimentos de dedicação e afeto  necessários para se continuar existindo,   porque não há outra saída.   
            Os momentos mais tristes que guardo do cinema, curiosamente, nem sempre estão ligados aos filmes anunciados como tais São algumas cenas deslocadas em seu contexto, a reboque do inesperado, que nos arrebatam da nossa tranquilidade e se tornam marcantes pela  comoção que nos assalta, de repente.  Lembro,  sem rastrear a memória, que dos tantos filmes que assisti uma das cenas mais pungentes foi a do filme A escolha de Sofia, no momento crucial em que a personagem tem de escolher,   entre os dois filhos que tanto ama,  aquele que entregará ao seu algoz para morrer.  
            Outras cenas tristes e marcantes das quais me lembro, surgem curiosamente, vindos da minha memória de infância e adolescência, talvez porque as emoções estivessem mais à flor da pele, ainda não cristalizadas pelas perdas futuras e irremediáveis de entes queridos. Nelas porfiam o momento em que o príncipe Ben-Hur, em desesperada busca de sua mãe e irmã escravizadas,  as encontra num vale de leprosos,  com os rostos desfigurados que tentam esconder, em vão,  entre lágrimas.






            A despedida do ET, do famoso filme, também foi um momento tocante que emociona pela forma como o diretor soube expressar a,  tão bela quanto  triste, arquitetura  do sentimento dolorido da separação.

                                                                                  ewerton.neto@hotmail.com

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis, em segunda edição nas livrarias de São Luis



domingo, 25 de novembro de 2018

O ABC DA CIDADE DE SÃO LUIS







O ABC BEM HUMORADO DE SÃO LUÍS ESTÁ DE VOLTA COM AS COISAS DE SÃO LUIS E DO MARANHÃO,
( nas livrarias Vozes e AMEI )

Como, por exemplo, as lendas



1.A LENDA DO VIRA-PORCO

            Foi na São Luís de outrora, de ruas mal iluminadas, clareadas apenas pela lua e raras fogueiras. Seres esquisitos apareciam do escuro e, avançando sobre os desavisados, os punham para correr nas noites de sexta-feira e de lua cheia. Ninguém duvidava de que certas pessoas haviam adquirido o dom de se transformar em porcos.  No dia seguinte às aparições, bastava uma aparência um pouco mais esquisita para ser logo apontado como um vira-porco em potencial na boca do povo. Certamente, se já houvesse então jornais como hoje, toda essa gente bizarra que se vê nas fotos das colunas sociais teria sido promovida a  vira-porco.
            Acontece  que  ruas mal iluminadas e mal cheirosas eram constantes na cidade de então como diz Domingos Vieira Filho no seu livro Ruas de São Luis “Quanto à limpeza das ruas as autoridades municipais sempre viveram em luta aberta contra os moradores. A rua, nessa época, era lugar para tudo. Nela torrava-se café e estendia-se roupa lavada. Era rio de águas servidas, amontoado de animais mortos, de lixo em suma. “
            Não é de admirar que num ambiente desses, os vira-porcos tivessem meio caminho andado. Quem sabe,  o porco já existisse antes até do humano. Não seria razoável acreditar  que o horror que causavam estivesse mais no fedor  que exalavam do que na aparência em si?
            Nunca se saberá a resposta, mas o fato é que a transformação arrefeceu com o tempo e, hoje, só aparece pros lados dos subúrbios, assim mesmo em forma de cachorro ou de touro, como no Quebra-Pote. Sinais dos tempos. Sendo Touros podem ganhar uma estadia de graça na Expoema e sendo cachorros, uma vaga no desfile de pet da TV Mirante.








2.A LENDA DO OLHO DÁGUA.

            Aconteceu na faixa de praia que hoje corresponde ao bairro do Olho D`água. Uma bela índia, filha do cacique Itaporan enamorou-se de um fogoso índio e era por ele correspondida. Enquanto as núpcias não aconteciam o jovem apreciava banhar na praia defronte, quem sabe para esfriar o fogo de seu ímpeto. Tudo ia bem até que uma mãe d`água, metade peixe , metade mulher-,  botou também o olho no índio e logo enfeitiçou  o rapaz. (Nesse triângulo amoroso  o que não faltava, portanto,  era índio, água e olho). Mal olhado ou não, o certo é que a sedutora mãe d`água levou o rapaz para o fundo do mar e este nunca mais apareceu.
            Os rivais do índio  apressaram-se a explicar que o desaparecido não passava de um aproveitador e, em tempos de escassez de comida, deve ter se aproximado da mãe d`´agua para comer primeiro  de sua metade peixe e, de sobremesa, de sua parte mulher, numa competição muito desfavorável para a filha do cacique.  Para estes, o oportunista continuou vivo em algum palácio no fundo do mar num banquete pra homem nenhum botar defeito, comendo ora peixe, ora mulher, ou os dois ao mesmo tempo. 

  

            O certo é que a indiazinha não suportou seu destino inglório e logo morreu de desgosto. Tantas foram as  lágrimas que elas continuaram a jorrar de seus olhos mesmo depois de morta, gerando uma nascente de lágrima abundante que corre para o mar até hoje.
            Lágrima ou água? Sendo comprovadamente lágrima  é melhor acreditar que a índia continua revoltada, porém, muito mais  com a  CAEMA,  que hoje cobra de seus descendentes pelas lágrimas de sua nascente como se fosse água.


            Esse pessoal tira proveito até das lágrimas de uma índia!

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

EXCITADOS DEMAIS!









Hoje, 15 de novembro.

A polêmica sobre a fala de Sílvio Santos dizendo à sedutora Cláudia Leite que estava ficando excitado e por isso não poderia
abraçá-la em seu programa  continua dando o que falar.

Ontem  foi a vez das filhas de Sílvio defenderem o pai
Nas redes sociais dizendo que este é  bom pai, bom marido e, sobretudo, bom de grana.

Além de tudo, disseram que  ele sabe o que faz e
é de maior
( embora não especificassem o quanto para Claudinha Leite  ficar mais tranquila.)

Comentário de Juca:



(Juca Polincó é o filósofo politicamente incorreto da periferia) 


A onda de excitação não para na tevê.
Teria algo  a ver com a eleição de Bolsonaro?
Os psicólogos dizem que nada excita mais o imaginário humano
(homens, mulheres etc.) que a visão de um militar de farda empunhando a arma como se fosse um objeto fálico. SERÁ ?

Não demorou muito foi a vez de Pedro Bial dar um beijo na
na boca Pablo Vittar em pleno programa Conversa com Bial.
Não teve nem conversa. Pedro Bial tava tão  elétrico que avançou
a beijou a travesti candidata ao título de Mulher mais Bonita do ano.

Depois que as globaletes (Camila Pitanga, Daniel Mercury, Fernanda Lima, etc. postaram xingamentos contra a macheza de Sílvio na tevê
Sílvio está preparando a réplica e vai anunciar nas redes sociais:

Quer dizer que eu ficar excitado ao ver Cláudia Leite não pode, mas PedroBial ficar excitado quando vê Pablo Vittar isso pode ?


Isso é preconceito contra mim só porque não sou Global e sim do SBT
Tá na hora de acabar  com o preconceito
contra  as minorias, ou seja, com os heteros."


sábado, 10 de novembro de 2018

ALERGIAS DEVASTADORAS










artigo publicado no jornal O Estado do Maranhão




1.CEMITERIOFOBIA




                Semana passada, dia de Finados, conversava com um amigo, dizendo-lhe que já havia ido, na véspera, prestar minha reverência aos meus antepassados para evitar as aglomerações quando ele retrucou: “Não gosto de  cemitério. Sempre detestei , desde criança”.
            Refleti então que esse seu expediente, muito cômodo, é usado por muita gente, nessas e outras ocasiões, para se eximir de enfrentar realidades dolorosas e outras obrigações de solidariedade e respeito humano, ou até mesmo, para, simplesmente, se livrar do trânsito e das aporrinhações de locomoção. (Afinal de contas, é muito mais prazeroso ir à praia ou ficar assistindo as sensaborias da tevê.) Resolvi contemporizar: “Compreendo você, também não morro de amores por cemitérios, mas ninguém gosta de hospital, mas acaba indo por lá, não é mesmo?”
            Ele, não se dando por achado, continuou vociferando sua declaração de ódio ao ambiente fúnebre: “Não vou a velório nem em missa de sétimo dia, detesto tudo que cheira morte”. Quase insinuei que, sendo assim, ele deveria também não gostar de churrasco, pois a carne é proveniente da  morte do de um boi, mas preferi  ir direto a essa descoberta que se apresentava no reino das alergias: a Cemiteriofobia.  
              -Rapaz,  acho que você tem alergia a cemitério, confere?
            - Sem dúvida, acho que sim.
            - Aceita um conselho já que você tem mais de 60 anos?
            - Vá lá.
            - Se você não se livrar dessa sua obsessão raivosa corre o risco de morrer duas vezes. A primeira, por causa do que vai leva-lo pra lá, a segunda, por causa dessa sua alergia. Afinal de contas, terá que aguentar o cemitério por toda a eternidade.

            2.Outra fobia que ainda não foi catalogada como tal   é a alergia à música sertaneja. 








Seria SERTANEJOFOBIA? Não tenho certeza, mas o leitor já deve ter entendido que se trata Essa mesma, que infesta os canais de televisão com a pobreza de suas melodias e letras, cuja ruindade é tão pesada que não  dá para ser carregada por um só, daí que proliferam as duplas.
            Acabei manifestando meu pavor a isso num consultório médico, quando o médico, extenuado depois de um árduo trabalho de pesquisa, me inquiriu,  tentando desesperadamente encontrar a causa de um começo de depressão.
            - Você está é com alergia, rapaz!
            - Como?
            - Alergia à música sertaneja. Você tem SERTANEJOFOBIA. É de difícil solução no Brasil.
            - Tem certeza, doutor? Como identificou?
            - Eu também sinto isso. Infelizmente.
            - E tem solução? Que podemos fazer?
            - Bem, você não pode sair por aí exterminando essas duplas todas, empunhando armas, mesmo agora com o aval do Bolsonaro. Portanto...
            - Pode concluir!
            - Só se suicidando! A não ser que você queira ir embora deste país.
            Lembrei nesse instante de uma frase muito sábia de Gramsci que dizia que qualquer sujeito racional é pessimista por inteligência e otimista por necessidade. Acostumei-me, portanto, a pensar positivamente Já pensou se além de SERTANEJOFOBIA eu tivesse também CEMITERIOFOBIA?

domingo, 4 de novembro de 2018

A DIFERENÇA ENTRE A-HA, WOW E AAAAIII



artigo publicado no jornal O estrado do Maranhão, quinta-feira



Mesmo que você conheça bem o inglês, está ficando difícil entender orientações ou opiniões em textos, palestras, cursos, emails e reuniões sobre algumas áreas de negócio.
         Nada como traduzir algumas dessas expressões adaptando-as para a prestação de serviços mais antiga que se conhece: o das fornecedoras de sexo que, antigamente, diziam ter vida fácil não se sabe até hoje 
porquê.





A-ha moment
         1,Momento em que o usuário consegue entender qual benefício ele recebe com aquela compra, quando ele recebe e como.
         No nosso caso, é aquele momento em que a vendedora grita para seu cliente o seu Ai-moment. (Traduzido ao pé  da letra, é o momento do ahhhiiiiiiii!!!!)  Não importa  se o cliente estiver sendo iludido pela prestadora de serviço o que importa é o êxtase do Ai-Moment.
Wow moment
         2.Após o “a-ha moment”, o “wow moment” é aquele primeiro instante em que o cliente tem sucesso utilizando o produto/serviço. Ele vê que o que ele comprou realmente funciona e o problema que ele tem está começando a ser resolvido.
         Se o cliente apresentava sérios problemas de apatia e desânimo, o wow moment é aquele primeiro instante de sucesso quando o cliente  começa a superar seus medos, seus estresses, etc. Ao sair do quarto sabendo que vai retornar, isso significa que o produto funcionou mesmo.

Customer onboarding
         3.Também conhecido como “onboarding” do cliente, pode ser definido como o processo de acompanhamento dos primeiros passos do novo cliente, quando ele começa a usar o que você vendeu para ele. O “onboarding” consiste em ajudar o seu cliente a usar seu produto/serviço, retirando dificuldades técnicas, por exemplo.
         O uso frequente do produto,  dá direito ao Costumer onboarding da vendedora. Existem profissionais que, sem recorrer  a viagra e similares, fornecem a solução apenas com o seu jeitinho brasileiro. Bote costomer unboarding nisso!

        Startup
         4.Muitos autores  dizem que qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup.  Outros defendem que uma  startup é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue gerar lucros cada vez maiores.
         No nosso exemplo, as start-ups ( garotas mais novas) são as mais procuradas O lucro é relativo, embora, nem sempre,  os custos de manutenção sejam baixos. Os especialistas recomendam nunca ficar viciado em start ups  
Overinvest
         5.Também chamado de “sobre investir”, ou investir mais do que o normal, temporariamente,  para um objetivo mensurável.
         Esse tipo de over investiment costuma sair muito caro. Por exemplo, se você começa a exibi-la para os amigos em reuniões sociais etc.  Não são raros os casos em que o cliente acaba levando-a para casa. Neste caso, o objetivo acaba ficando imensurável e o cliente  pode falir.

ROI  
Return on Investment = Retorno sobre Investimento
         6.É um cálculo que demonstra a taxa de lucro obtido em determinado investimento. Ele é importante para medir se determinado processo está dando retorno e por isso, se está sendo vantajoso.
         Cuidado com a matemática porque os números, neste caso, são imprecisos. O problema é que enquanto você está usando a mulher/produto em plena fase do ROI pode haver outro cliente que possa estar usando o mesmo produto/mulher , ainda na fase do A-Há.


José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas 







domingo, 28 de outubro de 2018

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO FAKE NEWS





A palavra do ano é fake-news . Não se ouve outra coisa  desde que começou a disputa eleitoral.  Como se todo político, por definição, não fosse um praticante de mentiras para se eleger e o tal do fake-news ao invés de coisa nova na praça não  fosse o mesmo que trapaça, mentira e...no mais popular: fofoca.

            A VERDADEIRA HISTÓRIA DO FAKE-NEWS







            1.Segundo a Bíblia,  a trajetória  humana começou em meio a uma fofoca. Uma ardilosa cascavel (mesmo sendo bicho era uma fofoqueira de primeira) um belo dia ofereceu uma maçã a Eva.  A  troco de quê? O Santo Livro não explica. Talvez de olho em Adão, que andava nu para todo lado exibindo suas grandes e pequenas vergonhas. Por causa disso Deus os expulsou do paraíso. Graças a Deus!, vibraram   os três porque agora podiam fofocar à vontade.
            E antes do homem, a fofoca teria existido?
            Provavelmente sim, em algum outro planeta de alguma distante galáxia. Horas depois do big-bang,  a milhões de anos-luz daqui, os religiosos e os cientistas extraterrestres já competiam entre si para vencer a disputa do mais  fofoqueiro. Os cientistas  acusando a religião de terem livros sagrados fundamentados em fake-news. Os religiosos acusando o big-bang de ter sido o primeiro fake-news científico.  “Uma explosão sim, mas de fake-news”.

            2.A partir daí a fofoca dominou as ações humanas e traçou o destino e a evolução da humanidade.  É incontestável que foi por interesse em fofocar que os homens se distinguiram dos macacos, a ponto de inventarem a linguagem. Ora o que é a linguagem mais do que a mais perfeita criação que alguém poderia inventar para ter acesso à fofoca generalizada?
            Não cabe aqui dimensionar a importância da fofoca para o estabelecimento da civilização humana. Da luxuriosa Cleópatra enrolada num tapete, à traição de Brutus; das fofocas que levaram ao fogo mulheres denunciadas como bruxas, às fofocas dos europeus para seduzir  e exterminar os indígenas; das fofocas das revistas de TV às do what’s app a Terra toda  é uma fofoca em contínuo aperfeiçoamento e  sem isso o homem não viveria.

            3. Até chegar aos tempos atuais, quando fofoca virou fake-news  e surgiram as  4 leis fundamentais da mesma :
            a) Todo ser humano  nasce na fofoca .
            O  fake-news começa durante a  gestação. Surge na fofoca que a própria mãe faz para si mesma: “Este vai ser bonito e rico pra compensar a mãe que nunca prestou pra nada”.
            b) Cresce na fofoca.
            Depois que nasce dizem:  “É a cara do pai!”,  para sua desgraça.  Não só pelo pai ser horroroso, como por estarem confundindo seu verdadeiro pai  com esse daí.
            c) Acaba na fofoca.
            No último estágio da vida essa sina atinge as raias da perfeição (Morreu de quê? Onde vai ser a missa? Que cemitério?). De todos os fake- news esse é o mais implacável porque desta vez o sujeito nem poderá retrucar que estão inventando.
            d)Continua  pós-morte...
            Os exemplos circulam por aí. De Lampião e Zumbi que depois de mortos viraram gays a Hitler e Nietzche que depois descobriram que eram broxas, os fake-news não poupam nem os mortos!
                                                                                  ewerton.neto@hotmail.com


José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas