É recorrente a frase, oriunda da
sabedoria popular, que diz que tudo no Brasil acaba em pizza. A Pandemia, que alterou
tanta coisa, fez isso mudar também: O
que acabava em pizza agora acaba no STF.
É nessas horas, leitor, que surge a necessidade de praticar mais seu juridiquês, quando mais não seja, até para se
defender, já que esse linguajar via de regra é ininteligível – para os próprios
advogados -. Enfim, é melhor tentar entender o que eles dizem porque mais dia, menos dia ,você vai acabar por lá. Quem sabe,
servido como pizza.
1.Persona non grata.
Pessoa cuja presença não é desejada
em determinado local ou ambiente. Para um entendimento rápido, por exemplo, pode-se
dizer que, de uns tempos para cá, Persona Non Grata maior do que a Covid 19 não
existe. Alguns dirão que o exemplo força a barra , já que o Covid não é uma
pessoa.
Certo, um Covid nem ser vivo é, portanto é um quase nada . Mas, justamente por isso, se
um quase nada enche de pavor aquele que tudo se arroga ( o homem) é porque tem que
ser respeitado. Latim, nele.
2.Álibi.
Palavra muito comum, não só no meio
jurídico, como no meio sentimental. Toda adúltera, não é de hoje que precisa de
um bom álibi se apanhada no flagra. Indo mais longe, desde que o mundo começou
todo mundo tem um álibi. Até Deus, arranjou um álibi perfeito para se
justificar a si mesmo, por ter deixado evoluir um mundo nascido tão torto e
complicado: A depressão pós-parto.
3.De facto e de Jure.
Traduzida ao pé da letra, significa de
fato e de direito, o que, num país conturbado como o nosso, opõe uma expressão
a outra. Neste país, o que é de fato não
é de direito e vice-versa. Isso se aplica até para as leis e a Justiça. O STF,
por exemplo, é constituído por ministros
que são de facto (pelo menos se vestem como tal) , mas , seriam também de Jure?
Penso que não, se chegaram lá por favores políticos.
4.In Camera.
Diz-se do caso judicial analisado no
privado, sem público e sem imprensa, o
que se tornou coisa rara no mundo pós-pandêmico. Hoje, cada julgamento parece
mais uma sessão do BBBrasil com os ministros do STF se comportando como brothers,
ávidos por um segundo a mais de fama. A diferença é que um brother quando acaba
a sessão vira exBBB; já um ministro, aconteça o que acontecer, permanecerá
ministro ad eternum.
6.Modus Operandi.
Diz-se de uma maneira comum, quase um
padrão, de operacionalizar certo tipo de crime, tão semelhantes nas ações, que nos
levam a concluir que poderiam ser
cometidos por um só autor.
Como exemplo prático, no Brasil, o Modus
Operandi dos crimes contra a corrupção jamais se altera, mesmo nas vezes em que
se tenta interrompê-los, obedecendo sempre à mesma sequencia: 1.Aliciamento. 2.Propina.
3.Roubo. 4.Milhões no Bolso. 5.Denúncia. 6.Prisão. 7.Álibi. 8.Pedido de habeas
Corpus 8.Recorrência à primeira instância. 9.Recorrência à segunda, terceira,
quarta...até onde for possível. 10.STF. 11.Liberdade. 12.Aplausos. 13.Dinheiro
de volta. 14.A Nação e os pobres que se
fodam!.
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