segunda-feira, 31 de maio de 2021

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO PALAVRÃO


Imagine o tédio de uma  eternidade sem tempo e sem espaço. Sem   celular para se distrair e sem alguém para xingar nas redes sociais . Pior, muito pior que isso:  sem  vivalma, nem pensamento, nem matéria. Só Deus e Deus.   

Sentia vontade de reclamar para alguém, mas não havia. Como    reclamar se ele era o próprio Deus? Até que um dia não aguentou, e sentiu o impulso , muito natural - até para Deus- de mandar tudo à ....Puta que pariu. Mandou.

A dúvida é se teria sido esse o palavrão inicial, ou teria sido outro: Merda, Porra, Putaria, Vida fodida...? Ninguém sabe. O que se sabe é que Deus  xingou pela primeira vez e foi então que aconteceu  o big-bang, uma explosão divina e infinita,  decorrente de um tédio eterno.

Hoje,  para a Ciência,  pouca dúvida resta de que o Universo nasceu por causa de um palavrão.

2.Depois disso o palavrão adormeceu em sono profundo até que bilhões de anos depois nasceram Adão e Eva, à imagem e semelhança de Deus  A partir daí , como se sabe, foi palavrão pra tudo quanto é lado  até porque nenhum ser humano nasce sem que se fale um palavrão (carinhoso, vá lá!) na hora do paroxismo sexual.

É fácil admitir,  até se chegar à definição de Antônio Houaiss de que um palavrão trata-se de uma palavra “obscena e grosseira”,  que o palavrão obedeceu a um princípio evolutivo paralelo ao do homem. Como não tinham a sonoridade de hoje, é óbvio que os palavrões emitidos por nossos ancestrais com cara e jeito de macacos eram berros e grunhidos, tanto mais ofensivos quanto mais elevados eram.

Sim, porque a humanidade jamais prescindiu  de um bom palavrão. Como hoje demonstra a ciência, um palavrão é libertador. Embora isso possa até ser tido como uma blasfêmia ou exagero, a verdade é que falar palavrão faz um  puta de um bem pra caralho porque os palavrões estão na parte animalesca e mais primitiva de nosso cérebro. Quando os soltamos revelamos aquilo que é da nossa natureza animal.

3. Houve tempo em que  os piores impropérios eram de outras categorias. Como a religião tinha um papel mais destacado no cotidiano das pessoas especialmente durante a Idade Média 476 a 1456 d.c não havia nada pior que desejar que seu interlocutor fosse para o inferno ou coisas afins. Com o passar do tempo isso foi mudando e a secularização fez com que esse tipo de injúria se tornasse menos ofensivo. Se hoje poucas pessoas acreditam em Deus quanto mais no inferno! Então mandar conhecer o tinhoso, o capeta, Lúcifer, sete-pele, cão, canhoto, satanás, perdeu o impacto.

Recente reunião ministerial, em gravação que se tornou pública, mostra o quanto o palavrão chegou às altas esferas. Em pouco mais de duas horas o presidente Bolsonaro emitiu uma preciosa coleção: 8 porras, 7 bostas, 5 merdas, 4 putarias, 2 foder, 2 puta que o pariu, 2 filhos da puta e 1 cacete.

Hoje o grande  receio da ciência é justamente esse: o palavrão virar palavrinha e tolher o homem de sua mais preciosa  válvula de escape conhecida. Nos pavorosos tempos atuais procura-se por um palavrão forte, impactante, imponente e  abrangente para xingar o Covid 19, a OMS, a falta de vacinas etc. e não se encontra!

Conclusão: A falta de um bom palavrão é pior que uma pandemia! 

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