“ Escutei essa canção pela primeira vez
no alto-falante da cidade de Guimarães...”
Ao começar com a música Oh, Carol de Neil Sedaka, estaria
iniciando a crônica –lista das músicas mais significativas para mim conforme
fizera antes, em crônica publicada no jornal O estado do Maranhão, referindo-me
na ocasião a livros.
Reparem que a minha lista é de
músicas mais marcantes em minha vida, não necessariamente as melhores ou mais
belas, até mesmo por não ser a pessoa mais indicada para isso pelo meu
conhecimento musical ou erudito.
Escutei essa canção pela primeira vez
no alto-falante da cidade de Guimarães, onde nasci e passei minha infância, na
versão cantada por Carlos Gonzaga, morto recentemente. Oh, como eu gostava de ouvi-la, entre boleros
e sambas-canções (Como não tinha noção do inglês em que era pronunciada a letra
original, a criança entendia-a como OH, Quero!, ao invés de Oh, Carol.)
Aconteceu que quando
vinha passar férias em São Luís (na cidade como se dizia) a convite de minha
tia, Rosa Ewerton, seus acordes plangentes tocados em sua radiola ou no rádio
me faziam lembrar de minha mãe, irmãos, e da cidade de Guimarães então meus
olhos se enchiam de lágrimas de saudade. Ainda hoje, quando a ouço tocar ou
quando a executo ao violão sua melodia remete a essas lembranças, que evocam
emoções, que são tantas, como diria Roberto Carlos.
Mas a música, no que independe disso,
ainda se revelaria de fato, especial, porque traz para mim, tantos ingredientes
mais puros do que, deva ser uma boa música em essência: alegria, tristeza,
amor, paixão, coração, emoção, singeleza e ritmo (aquelas três batidas de
acompanhamento inconfundíveis e sedutoras das baladas rock) que dão o tom das
melhores canções pop. Como o cantor Carlos Gonzaga ainda sussurrava em meio aos
acordes declamando seu dom de amor absoluto e nostálgico então era nocaute
puro.
Depois soube que seu autor, Neil
Sedaka compôs essa canção inspirado em Carole King, uma amiga sua, ela, também,
uma admirada cantora e compositora, daqueles anos rebeldes dos anos 70. Uma amiga
apenas veja só. Portanto sua criação não foi motivada pela paixão, mas por um
amor platônico, digamos assim, o que torna a canção mais especial ainda. Amores
de amizade sincera e radiante entre um homem e uma mulher, como dizem os
autores e filósofos, não são tão comuns.
Mas, o espaço acabou e Carole King, um dia gravou uma versão de Gracias a la vida, de Violeta Parra uma das dez mais, que, certamente, ficará para o complemento da lista, na próxima semana.
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