artigo publicado na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal o Estado do Maranhão, hoje, sábado
O título acima, aparentemente despropositado, principalmente
para os torcedores dos outros times
desta ilha, tem justamente esse propósito: ser provocativo, mostrar que no
futebol praticado no Brasil atual essa
frase já não soa tão absurda assim,
enfim, que chegou a hora e a vez da “Bolívia querida” como o chama sua torcida
e , consequentemente, (a reboque de sua ascensão no cenário nacional), todo o
futebol maranhense
Vamos aos
fatos;
1.O Sampaio
Correa é um dos melhores times da Série B. Ocupa uma sexta posição, mas poderia
estar entre os quatro melhores não fossem interpretações equivocadas de juízes
e uma certa ingenuidade de seus técnicos e jogadores na definição final das partidas
quando estas já estavam encaminhadas para um resultado positivo. Com justiça o
time poderia estar entre os três melhores da competição, sem bairrismo algum.
2.O futebol
brasileiro (e quando se diz ‘futebol brasileiro’ tem-se como referência os
times considerados grandes do Sudeste-Sul que são a vitrine do nosso futebol)
vive uma fase melancólica, de decadência na qualidade futebolística. Não se trata
apenas do desastre contra a Alemanha; a fase, que já se prolonga há alguns anos,
é de fragilidade estrutural e de desorganização,
inibindo o surgimento de talentos e perdurando a continuação de técnicos muito
badalados, mas desatualizados e incompetentes.
Os exemplos
são tantos que se torna desperdício enumerá-los e vão desde exemplos mais
robustos como a decadência do Flamengo (que mesmo sendo o time de preferência
da mídia/ rede Globo – com todas as consequências disso a seu favor) ainda assim não consegue se manter num padrão razoável e faz uma campanha vexatória na
considerada primeira divisão. O Vasco da
Gama, também, time de grande tradição
não consegue se impor na segunda divisão.
Essa decadência futebolística dos
grandes times do Brasil que já tinha operado seus reflexos nas contundentes e costumeiras eliminações na Taça Libertadores da América , acabou
culminando na recente eliminação tríplice,
esta semana, de São Paulo, Internacional
e Fluminense da Copa do Brasil perdendo para times da segunda divisão: Ceará,
Bragantino e América de Natal. Ora, seria esta primeira divisão do campeonato
nacional tão ‘primeira’ assim? Qual a diferença atual do futebol praticado na
primeira divisão para o da segunda?
A julgar
pelo que se tem visto a distância é quase nenhuma e a resposta do técnico
Muricy, do São Paulo, ele mesmo, um técnico que hoje tenta substituir sua
postura arrogante do passado pela humildade suficiente para perceber o que está
acontecendo ao seu redor, resumiu tudo: “Não só os times grandes ficaram piores
como também os pequenos melhoraram e já não há entre os times brasileiros, da
primeira e segunda divisão a disparidade técnica que havia no passado”.
3.Ora, se o
Sampaio Correa é um dos melhores do Brasil da Série B ( O América de Natal e o
Bragantino que ganharam de Fluminense e São Paulo têm elencos inferiores que ao
do Sampaio) não é lícito dizer que, se ainda não é, o Sampaio Correa tem tudo para ser um dos
melhores do Brasil? E que esse fato não está longe de acontecer e só depende,
agora, de nós, maranhenses?
Claro que
sim e isso pode vir de uma tomada de consciência global, neste estado, de que a
oportunidade é essa. Que se juntem a
torcida: para apoiar o time em todas as circunstâncias; seus dirigentes: para
absterem-se de vaidades político-eleitoreiras; técnicos e jogadores: para um
esforço coletivo e profissional e governantes:
para estarem atentos ao que isso pode significar em termos de desenvolvimento
do esporte para o Estado. Do apoio das classes empresariais e culturais, a
partir das notáveis singularidades de um time que já goza de muita simpatia
nacional (ver resumo bem-humorado da história do time em blog e crônica
recentes) viria a definitiva ascensão do clube no cenário nacional e,
consequentemente, dos demais times maranhenses.
É isso
senhores. Se o Sampaio Correa ainda não é o melhor time do Brasil isso não está
tão longe. É pegar o avião andando como fizeram os fundadores do time ao
colocarem o nome de um avião no time e esperar que ele voe. Pois nunca chegaram
tão perto, como agora, a hora e a vez do Sampaio.
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