quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

SEXO COM BANCO

Cronica publicada em O Estado do Maranhão,
jan 2009

SEXO COM BANCO


José Ewerton Neto, engenheiro, autor de Ei, você conhece Alexander Guaracy?

ewerton.neto@hotmail.com



“Ao invés de sexo em branco, sexo com banco!” poderia ser o slogan da mais recente modalidade sexual inventada pelos chineses. Isso mesmo, na madrugada de 7 de janeiro um morador de Hong-Kong, na ânsia de se livrar da solidão, adotou um banco de praça como parceira sexual, não conseguiu se livrar, depois, da “namorada” e teve de apelar para o corpo de bombeiros. É que a dita cuja não quis se desgarrar dele e prendeu seu órgão sexual em um de seus buracos. Donde se deduz que a inusitada parceira, além de ser de metal e cheia de furos, é original desde a aparência até os impulsos arrasadores e possessivos.
Inovações à parte, é curioso constatar como o sexo está ficando cada vez mais violento e bizarro. As 102 posições do kama-sutra já não bastam. para o apetite sexual da vida moderna. (Nem mesmo as 2000 variações que os big-brothers exibem, noite e dia para quem quiser se deliciar, adultos e crianças) Pouco tempo atrás, um americano foi preso por ter praticado sexo com uma bicicleta, o que deve fazer com que as mulheres sintam saudade dos tempos em que suas rivais pouco convencionais eram apenas vacas, porcas e galinhas. Tudo indica que coisa muito mais esquisita está para surgir.
Isso deve enchê-las de preocupação. Por que os homens estariam buscando formas cada vez mais extravagantes de substituí-las? No intuito, exclusivamente didático de ajudá-las nada como contrapor algumas das potenciais vantagens, de um banco de praça em relação a elas para que todos possam refletir, sem trauma, sobre o assunto.
1. Um banco não fala. Embora aparentemente de somenos, essa é
uma qualidade que deve ser muito apreciada numa relação . Um escritor muito famoso atribuiu, recentemente, a longevidade de seu casamento ao fato de que sua mulher fala um idioma diferente do seu, o que leva a concluir que a frase que diz que o silencio fez mais pelo fortalecimento das uniões do que milhões de declarações de amor, tem muito de sabedoria. Ora, o sexo com um banco de metal pode até ser doloroso mas uma coisa é certa: ao contrário das mulheres este não reclamará de nada. Nunca.
2. O furor sexual é latente. Pelo menos nesta edição o banco-
sexo portou-se com uma dedicação invejável. Ao invés do que acontece com algumas mulheres que ficam doidas para que o cara tire o seu rapidamente e caia fora, o banco deu uma demonstração de incontestável apego, ao tentar reter, em definitivo, o órgão sexual do parceiro. Se houve um super dimensionamento do amor – por parte do banco, e um sub dimensionamento do tamanho ( talvez pela fama ) por parte do chinês, isso não interessa. A verdade é que a tradicional jura de união “ até que a morte os separe” foi entendida à risca, sem precisar de contrato de casamento nem de benção de padre.
3. Não custa caro. Está claro que esta foi uma das razões pela qual
o chinês procurou um banco de praça para se satisfazer. Nestes dias de intensa crise financeira os homens têm de levar em consideração o custo benefício de todas as suas atividades, incluindo a sexual. E por falar em finanças, com os edificantes exemplos que se vê na mídia ( Luciana Jimenez, Galisteu e tantas outras) , quem duvida de que haja também um grande contigente de mulheres que gostariam - e muito - de fazer sexo com um banco? Desde que de outro tipo?
4. Fidelidade total. As mulheres revelaram-se, ultimamente, muito
infiéis. Recente pesquisa em que foram entrevistadas mostrou que 50 % delas admitem que traem, o que é muito, considerando o histórico e as teorias científicas da evolução que atribuem esse instinto natural apenas ao macho. Ora, um banco metálico cheio de furos tem a excepcional vantagem de não trair e de , sequer, pensar em trair. E ainda acompanha o amante ao hospital, dele só se separando quando arrancado - na marra..
5. Sexo seguro. Um banco de praça não transmite doenças e dispensa o uso de camisinhas. Não deixa de ser um benefício. Disse Woody Allen que a grande vantagem da masturbação é que o sujeito faz sexo com quem quer. Pois bem, o banco tem toda essa vantagem e ainda admite ser beijado e acariciado. Certo que o beijo acabará parecendo meio frio ou rígido, mas seria muito diferente dos beijos das tantas Brunas Surfistinhas, que beijam a três por quatro por aí?

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