sábado, 29 de janeiro de 2011

MARACUJÁS "AO PÊNIS "

MARACUJÁS “AO PÊNIS”

José Ewerton Neto

ewerton.neto@hotmail.com



1. Na ilha de São Luis já não se fazem mais maracujás como antigamente.
O maracujá, fruta que todos conhecem, agora deu para aparecer com um formato, digamos, surrealista, para não dizer outra coisa. (Aliás, bem mais que surrealista já que nem a fértil imaginação de Salvador Dali conceberia pênis pendurados em maracujazeiros). Pois, acreditem ou não, são dessa forma todos os maracujás que dão no sítio de Dona Maria Rodrigues na cidade de São José de Ribamar.
Como era de se esperar, desde que eles começaram a brotar Dona Maria não teve mais um minuto de paz. É gente de tudo quanto é lado querendo espiar suas frutas “indecentes”. Depois de tanta repercussão, inclusive nacional, Dona Maria já está pensando em cobrar ingresso tantas são as visitas de gatinhas e coroas ansiosas por conhecer os “José Mayer do pomar”, certas de que, pelo tamanho e vigor, esse tipo de maracujá só pode ser macho . Algumas hipóteses surgiram, tanto como explicação como solução para o futuro desses frutos, aparentemente tão rebeldes quanto a ilha onde se instalaram.

2. A origem. Admitindo a “alteração genética no aparelho reprodutor”, sugerida pelos cientistas para explicar a mutação, uma suspeita é a de que os maracujás tenham sofrido sexualmente a influencia da televisão. É que no sítio de Dona Maria a televisão fica próxima das árvores e os frutos não devem ter ficado imunes à tanta pornografia que a tevê irradia e propaga pelo ar. Aliás, a dona do maracujazeiro já suspeitava disso há algum tempo porque na época do BBB, à vista de tanta piranha se oferecendo, os maracujás intumesciam como se estivessem excitados.

3. O futuro. Com tanto investidor querendo comprar o sítio, Dona Maria está decidida a consolidar algumas expectativas de teor libidinoso. O que se especula é que os maracujás possam ter ótima serventia como objeto de prazer, baseado na informação de que três em cada dez mulheres que já contemplaram os frutos afirmaram ter tido fantasia sexual com os mesmos. Ao mesmo tempo, camelôs e donos de frutarias da cidade, já acusaram um excepcional aumento na venda de maracujás. A pergunta, portanto, soa muito óbvia: por que não transformar o sítio numa espécie de motel temático, onde as frutas penduradas serviriam ao mesmo tempo de contemplação lúdica e excitante sexual? De quebra, seria também o primeiro motel do mundo a oferecer às clientes, deliciosos pratos de tira-gostos com “Maracujás ao Pênis”.

4. A incerteza. Apesar de tanta expectativa positiva o que Dona Maria teme, e ninguém até hoje foi capaz de lhe confirmar, é se os frutos continuarão penianos por muito tempo ou se foi isso foi apenas uma doideira provisória que deu nas frutas. (Será que não tiveram um ligeiro surto de humanidade e não estão esperando apenas o carnaval para se divertirem ao ar livre, fantasiados de pênis?) Se assim for, passado o carnaval, adeus maracujás e adeus grana. Um outro temor é o de que, toda essa onda passe e no final Dona Maria fique sem o lucro merecido. Afinal de contas, tem-se de reconhecer que maracujá em formato de pênis é um fenômeno insólito, mas possível de acontecer. O vice-versa é que seria extraordinário, ou até mesmo impossível.
Pelo menos, até hoje. Mas na ilha rebelde ninguém sabe...

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