domingo, 6 de fevereiro de 2011

O QUE DÁ PRA CHORAR DÁ PARA RIR

artigo publicado na seção Hoje é dia de...,
cadeno Alterantivo, jornal O Estado do Maranhão,
sábado

O QUE DÁ PARA CHORAR DÁ PARA RIR


José Ewerton Neto


ewerton.neto@hotmail.com





“O que dá para rir dá para chorar”, é um aforismo antigo que virou canção em meados dos anos oitenta, num samba de autoria de Billy Blanco. Nessa época, ninguém imaginava que a medicina um dia recomendaria que, por questões de saúde, todo mundo risse muito mais, o que nos levou, com o perdão do autor, a atualizar acima o referido refrão.
“Rir é uma das cinco formas de evitar doenças cardíacas” diz a diretora do Instituto do coração do Hospital Presbiteriano de Nova Yorque, Holly Anderson. Ou seja, se já não bastasse tanto riso descabido, idiota e oportunista, que a gente tem que agüentar em gente como Galvão Bueno, Suzana Vieira, e Faustão agora você vai ter de aprimorar o seu, sob pena de ter um ataque cardíaco.
Pensando em sua saúde, caro leitor, eis algumas sugestões que lhe serão muito úteis se você estiver encontrando dificuldades para rir durante as vinte e quatro horas de seu dia brasileiro.

1. Ria do aumento que se deram os deputados.
Você tem certeza mesmo de que não dá para morrer de rir? Certo, pensando bem você não vai ter benefício algum com isso, ao contrário você é que vai pagar a festa. Mas existe algo mais engraçado do que ver gente gorda, com saúde e com dinheiro gargalhando muito? Se você, com pragmatismo, se lembrar de que agora rir é imperativo, dá até para descobrir algo de patriótico nessa sua missão de se contagiar com tanta alegria, principalmente quando a maioria deles está rindo às suas custas. Toda cara de pau é acintosa, mas pode se tornar engraçada, não é mesmo? (Agora que chegou o Tiririca, então...)
Vá pela sua saúde. Sorria.

2. Ria da sorte de Ronaldinho Gaúcho e do Fenômeno.
Motivo para rir é que não falta quando você se lembra da sorte que têm esses dois, que além de trabalharem pouco, são seus grandes ídolos. O primeiro joga uma vez por mês e ganha um milhão e meio. Isso deve dar uns quinhentos mil por cada gol. Ou uns duzentos mil por cada quilo a mais de banha. O outro, que andava na reserva no Milan, foi contratado, para freqüentar as baladas e as “balas” da noite carioca, vestido de vermelho e preto. A única diferença entre ambos é que o Gaúcho sendo possuidor de um sorriso tão bizarro que chega a ser engraçado já lhe facilita as coisas em busca do seu. Nunca foi tão fácil sorrir, não é mesmo?

3. Ria dos buracos de rua.
Claro, você não deve rir das enchentes invernais, pois seria muito cruel com as vítimas. Mas, pela sua saúde, você pode encontrar motivos de riso na própria desventura. Se você mora em São Luis, por exemplo, já reparou como não existe coisa mais engraçada do que os buracos de rua? Mexem-se tanto que parecem até protagonistas de um filme de desenho animado. Num segundo estão à sua direita , no outro à esquerda...Se você passa um minuto sem vê-los, pode acreditar que tem um embaixo de seu carro. Ou em cima. E sempre com as caras mais engraçadas possíveis: um se parece que o político X, outro com o administrador Y, outro com um guarda de trânsito, outro com o Pedro Bial. O único que não se parece com ninguém foi aquele com cara de vulcão que lhe engoliu - junto com seu carro-, outro dia na avenida dos Africanos e você nem teve tempo de ver direito. Não é engraçado mesmo?

4. Ria de você mesmo.
Se você assiste ao BBB, tem bolsa-família, teve aumento de IPTU, olhou os maracujás-pênis que dão no sítio de Dona Maria, e mesmo assim não consegue sorrir, creia, tem alguma coisa errada com você, amigo e só lhe resta uma saída. Vá para o espelho e ria desse que você está vendo à sua frente. Reparou como você é engraçado e nunca tinha atentado para isso? Dá até para lembrar da música do Billy:
“O que dá para rir dá para chorar
Problema de peso e medida
Questão de hora e lugar
Mas tudo são coisas da vida”...
Ele quase tinha razão, não é mesmo?





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