O A-B-C BEM HUMORADO DE SÃO LUÍS (4)
Para que ficar mal-humorado com as musiquinhas de
propaganda política que começaram a infernizar nossos ouvidos a partir de
Agosto? Com certeza, essas não entraram A-Gosto e a coisa vai piorar ainda mais
com o horário eleitoral gratuito.
Para compensar segue, em sua quarta
edição, o A-B-C BEM HUMORADO DE SÃO LUÍS, sempre na “cola” dos livros sobre
expressões idiomáticas maranhenses de J.R.Martins e José Neres.
1.Vender
Toicinho – Expressão usada quando parte da combinação ou anágua aparecia
debaixo da saia. Ficou definitivamente fora de moda depois que o toicinho “hoje
mais conhecido como cofrinho” passou a surgir, ao vivo, ao invés de por baixo
da anágua, por cima das calças de cós baixo das maranhenses espevitadas.
2.Vender
cocada – Acompanhar casal de namorados, segurar velas. A evolução dos
costumes está fazendo com que gradativamente a expressão esteja mudando para
vender coca. (Há muito tempo que deixou de ser entediante acompanhar casais de mauricinhos e
patricinhas depois das baladas : nada como um pouco de coca...ína para a suruba
ser completa!)
3.Um
cu de boi – Confusão generalizada; algo muito difícil de entender. Tudo
teria começado quando era muito comum, após o chifre, a confusão. Se já havia o
boi e o chifre só faltava a confusão, ou melhor , o cu do boi.
4.Tomar
gosto – Dirigir-se a alguém desrespeitosamente. As meninas de hoje já não
ligam muito para isso. Quando alguém toma gosto, elas gostam tanto que até
sugerem o sabor: “Quer de cupuaçu ou de murici?”
5.Tirar
o pé do lodo - Subir na vida, lograr êxito em alguma coisa. Como comprovam
os fatos para os lados do Congresso Nacional, por lá, tira-se o pé do lodo mas a cachoeira fica.
6.Só
quer ser. Diz-se da pessoa que quer ser mais que as outras. Versão popular maranhense
do dilema existencial britânico, ‘ser ou
não ser’ de Shakespeare. À exceção dos corruptos e agiotas da terra que mandam
matar e roubam mas não querem ser o que são, por aqui, todo mundo que só quer
ser, não é.
7.Tirar
do cu com gancho – Conseguir algo com muita dificuldade. Parece que hoje em
dia a coisa já não está tão difícil assim, de forma que a versão vice-versa da
expressão anda mais realista.
8.Quero
ser pira de cachorro. Expressão cada vez mais em desuso e que era empregada
antigamente para reforçar a verdade de certas afirmações. Dizem que,
literalmente, hoje tem cachorrinho de madame que está passando muito melhor do que
funcionário público maranhense, após a transferência do Hospital do Ipem para a cidade Operária. Vale
mais a pena ser pira de cachorro.
9.Pedir
pepeú – Pedir clemência. Teria evoluído como uma corruptela da expressão
pedir papel. Diarréia sem papel (higiênico ou qualquer outro) é fogo!
10.Necas
de pitibiriba. Negativo, sem nada, absolutamente não. Difícil descobrir de
onde teria surgido inspiração para tal expressão, onde se conseguiu extrair o
máximo universal da negatividade do nada. Exemplo prático: “Descobriram a Partícula
de Deus? Necas de pitiriba” E estamos conversados... ewerton.neto@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário