sábado, 25 de agosto de 2012

O BRASIL VAI CHEGAR LÁ




artigo publicado hoje, sábado, na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal O estado do Maranhão


Como todo mundo sabe, apesar do oba-oba, foi muito pífia a participação brasileira em mais uma olimpíada. Ficamos pra lá do vigésimo lugar no cômputo das medalhas conquistadas, a maioria nos esportes com bola. Ou seja, sem bola o brasileiro não ganhou quase nada, o que, aliás, está muito coerente com a vocação nacional de almejar sempre ‘ganhar uma bolada sem fazer nada’, como comprova a infinidade de candidatos picaretas que, saídos sabe-se lá de onde, percorrem as ruas da cidade atrás de votos nesta época de eleição.
                        Isso sem considerar mais um bronze ganho pelo Brasil.  A nossa atleta-presidente Dilma Roussef ganhou o título de terceira mulher mais poderosa do mundo segundo a revista Forbes , perdendo apenas para Hillary Clinton, dos USA, e Ângela Merkel, da Alemanha.
                        Para que ela se torne mais poderosa ainda e na próxima possa levar o ouro, sugerimos algumas ligeiras modificações nas modalidades olímpicas. Quem sabe assim o Brasil chegue lá.  

1.      Salto com Vara. Bastaria passar de salto ‘com’ vara para salto ‘na’ vara. Como as brasileiras sempre se gabaram de serem  boas nisso, o ouro logo estaria em nossas mãos. Basta lembrar que, além do elevado potencial, temos atletas consagradas, como as peruas da tevê brasileira. Para estas, como todo mundo sabe, basta botar um gigolô jovem na frente que viram campeãs, também, em salto triplo.
2.                 Revezamento 4x100. Temos bem mais que quatro especialistas em revezamento em busca de cem, mas alguns são mais perfeitos. Se não estiverem presos até lá (o que ninguém acredita) Delúbio Soares, Marcos Valério, José Dirceu e José Genoíno, terão a vasta experiência em mensalões  para garantir que se darão bem. Lembrando que o cem, no caso, é de milhares de dólares.
3.                 Tiro ao não-Alvo. Popularmente  chamado de  bala perdida é um dos esportes mais praticados no Brasil e tende a ser difundido ainda mais. Em nenhum outro lugar do mundo existem atletas tão talentosos em ‘acertar’ uma bala perdida como no Brasil. No Rio de Janeiro, sede da próxima olimpíada, então, nem se fala.!


                                                


4.                 Taekwondo. Traduzido do japonês ao pé-da-letra o Trazqueeudou é um esporte muito praticado em todo o território nacional pelas mulheres,  depois de intensamente divulgado pelas redes de televisão a partir de programas educativos como novelas e BBBrasil. Um detalhe nos enche de esperança em encontrar uma super-atleta: em nenhum outro lugar, mesmo nas antigas zonas de prostituição, o Traz-que-eu-dou é praticado tão bem como no Big Brother Brasil.
5.                 Corrida com Barreira. No Brasil, qualquer rua que se preze, de dois em dois quilômetros tem uma barreira eletrônica, o que torna qualquer brasileiro, minimamente considerado motorista de um veículo, um  especialista nesse esporte.
6.                 Natação, 200 m borboleta. Bastaria que fosse adaptado para natação 200m com muriçoca. Assim, se tornariam especialistas todos os brasileiros das populações nordestinas ribeirinhas dos rios, no final do ano. Se nosso comitê olímpico pretendesse descobrir um grande atleta era só esperar pela época das chuvas.  
7.                 Arremesso de disco. Bastaria que nos permitissem  escolher o disco. Qualquer disco de forró ou de música sertaneja entregue a um atleta com ouvido um pouco mais apurado já seria o suficiente para nos dar a vitória no arremessamento.

                        E assim por diante, mas se houverem restrições do COI para as adaptações acima citadas, que tal lutar para introduzir novas modalidades, desta vez  inspiradas nos políticos maranhenses em época de eleição? .


                                                                            

1.                 Segurar pau de bandeira. Nenhuma modalidade esportiva em qualquer época foi tão rica na exibição de até onde pode chegar a resistência humana. Basta observar o batalhão de mulheres que atlética – e heroicamente se dispõem a segurar pau de bandeira de propaganda política em cima das pontes para constatar que aqui se mede: paciência, perseverança, resistência ao sol, ao suor, á fome, ao baixo salário e ao vento poluído, mais que suficientes para reconhecer que essa modalidade original,  mais rica até que o decatlo, tem tudo para  ser introduzido como um esporte olímpico por excelência, a ser vencido pelas abnegadas brasileiras.                     
                        Como diria o escritor: “As nordestinas são, antes de tudo, fortes!”                                                                                        ewerton.neto@hotmail.com
                                                           http://www.joseewertonneto.blogspot.com

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