sábado, 19 de outubro de 2013

ADOLESCÊNCIA: SEU OURO E SEU LIXO



Artigo publicado na seção Hoje é dia de...Caderno Alternativo,
jornal O estado do Maranhão, hoje, sábado

“Não existe mais juventude. Na pós-modernidade se passa direto de criança precoce para adulto retardado.”

Adolescente ou aborrecente? Nenhum dos dois, segundo psicólogos britânicos especializados no tratamento de jovens. Ado-recente: é assim que essa nova geração de cientistas talvez devesse chamar a este adolescente pós-moderno que dura, agora, até os vinte e cinco anos. Segundo Antrobus “os avanços da Neurociência mostram que o desenvolvimento da mente não para em determinada idade  e vai além do que se pensava, provavelmente, até os vinte e cinco anos”.

Já pensou se essa nova classificação chega aqui no Brasil, onde a lei já protege assassinos pós-graduados em crueldade, sob a camuflagem da adolescência? Se hoje em dia o que mais existe é barbado de dezesseis anos matando à vontade, logo  vai aparecer marmanjo de vinte e cinco esquartejando ou estuprando e, depois,  saindo direto do crime para uma sessão de mama no peito da mãezona.

A vantagem é que não haverá mais terceira idade, nem quarta. Se a adolescência topa nos vinte e cinco a juventude irá de vinte e cinco a cinqüenta, e a adulta de 50 até a morte. Velhice pra quê? Já que ninguém quer mais ser velho  acabe-se com a velhice. Como se toda idade, por mais radiante que seja,  não tivesse além de seu ouro, o seu lixo:

1.O lixo da Infância: A criança que só quer ser adulta; O pai que só quer ser criança; os concursos de miss infantis; a Xuxa; o cachorro-quente; o dengo excessivo; a má educação disfarçada de hiper-atividade; a implicância da supermãe com os filhos quietos.

O ouro da infância: O riso de felicidade que brota das pequenas coisas, espontâneo e sem cálculo.

                                                       

2.O lixo da Adolescência/Juventude: A espinha no rosto; o frio na espinha; A vontade de transgredir transformada em grosseria; a doença do celular; o forró; o sertanejo universitário; o desprezo pelas coisas sábias sob a desculpa de ultrapassadas.

O luxo: O deslumbramento do primeiro amor; a esperança; a música; Os Beatles; o  One Direction; O Apanhador no campo de centeio; a rebeldia ‘sem causa’; a ânsia de  liberdade oriunda da rebeldia sem causa (que só existe na juventude).


3.O lixo da Velhice: O Alzheimer; o plano de saúde; a aposentadoria, as rugas.

                                           

O luxo: O desapego pelo que não tem tanto valor assim; A descoberta ( quando chega) de que a juventude é uma conquista da maturidade. “Jean Cocteau”
ewerton.neto@hotmail.com
http://www.joseewertonneto.blogspot.com
A adolescência: seu ouro e seu lixo

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