artigo publicado na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal o Estado do Maranhão,
hoje, sábado, dia 12
“ A maior arrogância do homem não é
considerar-se á imagem e semelhança de
Deus, mas imaginar que o diabo pode ser
pior do que ele.” Do livro O Infinito em
minhas mãos.
Muita
gente pensa que Lúcifer é o mesmo que Satanás. Talvez porque nunca leu a Bíblia, o suficiente, para saber como ambos
surgiram. Basta lembrar, no entanto, do
que lá está escrito para constatarmos
que se faz urgente uma reavaliação. Pelo menos à luz da modernidade.
1.”De acordo com
a Bíblia, no segundo dia da criação, Deus criou o céu e, nesse mesmo dia,
surgiram os anjos, mas o que mais impressionava pela beleza era Lúcifer”.
Portanto,
Lúcifer, se vivesse hoje, seria uma espécie
de pop-star , sem culpa de sua própria beleza alucinante ( se anjos já são
bonitos, imagine um que impressionava!) . Como ninguém até agora descobriu qual
é o sexo dos anjos, ele deveria ser uma mistura
de Brad Pitt com Gisele Bundchen, Carolina Dieckmann e Suzana Vieira (esta para sua futura versão
dragão, como veremos ). Para muitos entendidos ele era um querubim e um mensageiro do céu, mas o
certo é que, para isso, não precisava ser tão bonito. Uma falha divina?
2.”O pecado de
Lúcifer foi ter deixado sua beleza e sua alta posição na hierarquia do céu
subirem à sua cabeça e, no sexto dia, ter
recusado a ordem de Deus de louvar sua nova criação, O HOMEM, feito à sua
imagem e semelhança”.
Ora,
se nos dias atuais, até a posição de puxa-saco oficial na hierarquia de
qualquer repartição pública faz subir à cabeça,
imagine alguém sendo anjo, bonito e, ainda,preferido de Deus. A
vaidade não sobe só à cabeça, mas à lua!
Quanto
à sua recusa em obedecer a ordem de Deus para louvar o homem... Será que depois de tantas atrocidades já cometidas pelo
mesmo, alguém duvida de que Lúcifer estava mais do que certo em repudiá-lo?
3.”Orgulhoso,
Lúcifer quis formar um reino acima de Deus e convenceu um terço dos anjos a segui-lo.
Para isso se transformou num dragão de sete cabeças e dez chifres”.
Verdade
que formar um reino acima de Deus era muita pretensão, mas o problema a essas
alturas, para Lúcifer, era o de conceber a tal companhia humana. “Dizem-me com
quem andas e te direi quem és” deve ter
pensado . Um detalhe a mais é que com dez chifres em cima de cada uma de suas
sete cabeças é impossível tomar a decisão correta, como qualquer corno sabe disso até hoje,
4.”O exército dos
rebeldes não conseguiu vencer os celestiais, comandados pelo Arcanjo Miguel que
saiu para a batalha com um efetivo de 70% dos anjos.Os perdedores foram
considerados anjos caídos e passaram a arder no fogo por toda a eternidade. Só
então Lúcifer foi transformado em Satã”.
Em
qualquer julgamento imparcial que hoje se faça, a luta inglória de Lúcifer,
deveria ser considerada, no mínimo ,como
heróica. Lutando contra a maioria por uma causa justa ( a não aceitação dos
humanos, como raça preferida de Deus ), e com derrota pré-anunciada Lúcifer
foi, sem dúvida, um guerreiro idealista. E o que é pior: sem poder sequer recorrer ao Supremo, como
hoje em dia pode fazer qualquer mensaleiro.
5.”Lúcifer, agora
Satã, partiu para a vingança jurando
destruir a raça humana. Como manteve o poder de mudar de aparência, às vezes
aparece como serpente. Foi usando essa camuflagem que ofereceu a árvore da vida
à Eva ”.
Perdido
por um, perdido por mil, deve ter pensado Lúcifer, agora Satanás. O mal já
estava feito, só lhe restando continuar sua sina como símbolo do mal. Aliás, nada me tira da cabeça que a maior raiva de
Lúcifer não foi ter perdido a batalha, mas sim ter sido obrigado a trocar um
nome original, tão bonito como Lúcifer,
para o de Satanás, cumprindo assim uma sina pra lá de desgraçada.
Enfim,
à luz da modernidade, uma diferença de
avaliação deve ser feita, se não para
resgatar Lúcifer, pelo menos para compreendê-lo. Se nós, humanos, milhares de anos depois que nasceu Abel, o
primeiro, acabamos de nos premiar esta
semana com um Nobel ( de física) por termos sido capazes de descobrir uma mera partícula de
Deus, nada explica porque razão nos recusamos a descobri-lo em plenitude, como
ele gostaria, ao longo desses quatrocentos
milhares de anos.
E
pensar que isso sempre esteve ao nosso alcance!
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