sábado, 25 de abril de 2015

MONARQUIA. A ÚLTIMA SALVAÇÃO




Artigo publicado na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal o Estado do Maranhão, hoje sábado

Uma das propostas já  aceitas pelo  governo Dilma para diminuir o nível de corrupção do país é a reforma política. “Balela!” irritou-se um amigo meu, quando comentávamos em grupo sobre isso: “se cadeia não resolve, nada resolverá”. Ato contínuo,  citou a recente aprovação pela presidente do aumento do fundo de contribuição para Partidos Políticos, de 300 para 900 milhões. NOVECENTOS MILHÕES? É estarrecedor, mas é  isso mesmo: depois de Mensalão, Petrolão, Eletrolão, etc. eles ainda estão achando pouco trezentos milhões. Dá pra acreditar?
            É por isso que, mais dia menos dia, é fácil chegar à conclusão de que se não há mesmo solução para a roubalheira, o melhor é a volta da monarquia. 




                                            






Como? Na monarquia também não se rouba? Claro, mas a diferença é sutil: se é para a roubalheira não ter fim, pelo menos que sejamos roubados por um rei. Se  é para não haver governo, que seja um rei a não governar; se é para nada olhar, que o cego seja um rei; se é para falar besteira, que fale um rei. Enfim, Rei é rei, se teve a sorte de ter nascido rei, deve ter  também todos os direitos do mundo, inclusive o de roubar. A conta será  paga pelo povo do mesmo jeito mas, pelo menos, não haverá o sentimento de culpa por se ter escolhido ladrões. O culpado por um rei ser ruim, afinal de contas,  são os genes que herdou, não quem votou nele. Dá pra sentir a diferença?
            E se ainda faltarem razões,  o brasileiro sempre demonstrou ser um povo carente de reis, tanto é assim que chama todo mundo carinhosamente de ‘meu rei’ da Bahia pra baixo. Ou,  como se demonstra a seguir:  

            1.Rei.O país tem tanta carência deles que está cheio de reis inventados.  Já temos Rei Momo, Rei do futebol (Pelé); 


                                                    



Rei da música (Roberto Carlos),  Rei da Soja; Rei do Gado; Rainha dos baixinhos, (Xuxa); e Rainha das popozudas. Nossa carência de monarcas fez aparecer até o Monarco, da Portela. Que tal um de verdade?

            2.Coroa. Se o país  está cheio de reis  e de rainhas,  por outro lado coroa é o que não falta. Basta dar uma espiada nas colunas sociais dos jornais de domingo. É coroa pra todo lado, embora, com um pequeno defeito: estão todas enferrujadas.

            3.Atitudes. Nossos governantes nunca foram reis de verdade, mas pensam e agem como tais. Como todo mundo sabe, sempre se comportaram  como se tivessem um rei na barriga.

            4.Sangue azul. Os poderosos do Brasil, se não têm o sangue azul, como desejado, estão pelo menos a  meio termo. Isso porque, com certeza,  vermelho, (como o de todo mundo),  não é. Se tivessem o sangue vermelho viveriam corando de vergonha diante da enxurrada de roubos que fazem de conta que não percebem.  Ou seja, a sem-vergonhice, no Brasil, está mais para cinquenta tons de cinza do que de vermelho.


            5.O bobo da corte. Como não poderia faltar, até o bobo-da-corte  já existe há muito tempo e nem estamos falando do bobo-da-corte global, Pedro Bial. 



                                                





Quem duvida de que o povo continuaria  exercendo – e bem – esse papel?

                                                                       ewerton.neto@hotmail.com
                                               http://www.joseewertonneto.blogspot.com


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