artigo publicado na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal o Estado do Maranhão, hoje, sábado
Jamais acredite piamente nas verdades que você aceita como
definitivas, mesmo aquelas que aparentem origem científica. Como por exemplo:
1.O homem é o único animal gay.
Quem diz isso precisa parar de olhar tanto gay se beijando na
novela das oito, e se dar ao trabalho de
observar os múltiplos gays da vida selvagem
e natural. A ciência fez isso, e catalogou mais de 1500 espécies que praticam o
homossexualismo, entre mamíferos, anfíbios, insetos e...até vermes, o que
significa que, caso se escolhesse um
membro de cada espécie numa rua de São Paulo, daria uma parada gay de fazer
inveja às outras. Já pensou a bicharada toda,
(sem trocadilhos), reunida na Av. Paulista? Ao invés da habitual e manjada
turma de cantoras lésbicas, poderíamos ter, com vantagem, um gracioso cisne
negro na linha de frente do desfile.
Como se sabe, 25 % dos cisnes negros preferem indivíduos do
mesmo sexo para serem seus parceiros ao longo da vida.
2.O homem veio do macaco.
Calma, não pule de alegria em sua cadeira! Se você é
criacionista, rejeita a ideia de ter vindo de um símio, e nunca se observou no
espelho para constatar o quanto é parecido com um gorila, não se alvoroce porque
a ciência concluiu que, de fato, o homem não veio do macaco. A coisa é muito
pior! Certo, você não veio do macaco, mas, com certeza, é parente dele porque
as duas espécies, o homem e o macaco, vieram de um ancestral comum, o elo
perdido, como chamam. Ou seja, se você ficava puto da vida por seus antepassados
terem sido macacos, saiba que seu venerado tetravô pode muito bem ter sido uma
mistura de homem com macaco. Algo parecido com um Faustão. Já pensou?
3.Cabeça grande não é sinal de inteligência.
Se você morria de tristeza por acreditar que sua pouca inteligência
era decorrente de sua cabeça pequena, agora saiba que você é burro porque é
burro mesmo. Ou seja, cabeça grande
nunca fez ninguém ficar mais inteligente. Se fosse assim, o hipopótamo seria 44
mil vezes mais inteligente que a abelha que, comprovadamente, é animal
superinteligente, tanto assim que na sua comunidade quem manda é a
abelha-rainha, de governança muito mais salutar para o seu povo do que, por
exemplo, a governança da mulher-sapiens-presidenta
em sua Terra Brasilis. (Não é isso mesmo, senhores súditos?).
4. O homem é o único animal racional.
Logo se vê que quem disse isso estava longe de ser racional.
O homo sapiens sempre foi mestre em subestimar as habilidades cognitivas das outras espécies cuja inteligência fica tão
evidente quando se mostra, por exemplo, a capacidade de um bonobo (parente do
chimpanzé), denominado Kansi , que aprendeu nada menos de 400 palavras com a
pesquisadora americana Sue Savage.
Esse primata consegue até formar frases e conjugar
verbos, ao contrário de muita gente tida como racional na sociedade brasileira cujo
único verbo que aprende a conjugar na vida é o de corromper. Cachorros, por exemplo, fazem
planos para o futuro melhores, por exemplo,
que os recentes do PT para o Brasil. Elefantes ficam de luto quando morre algum
amigo ou parente, mostrando mais consciência solidária do que alguns deputados,
que se movem até em defesa de assassinos com menos de dezoito anos. Já certos
corvos conseguem até se reconhecerem no espelho, ao contrário de certos humanos,
como Felipão ou Suzana Vieira. Quem é mesmo o racional?
5.Napoleão Bonaparte era baixinho.
Napoleão não era nada de baixinho. Tinha 1,68m, portanto bem
maior que Jean Claude Van Damme ou Lionel Messi. Na época, então, sua altura
era bem razoável, Mas, porque a fama de baixinho pegou e não desgrudou? Vai ver
que isso se dava porque era frequentemente visto pelo povo à frente da Guarda
Imperial francesa, cheia de brutamontes.
Outra razão para essa fama pode ter sido causada pela maledicência dos rivais
ingleses, quando, então, a propaganda britânica não parava de ridicularizar o
“pequeno corso”. Baixinho ou não, Napoleão parecia não se importar com isso,
muito menos a tropa de amantes que ele tinha.
Se Rui Barbosa, que era baixinho
de verdade, dizia para os seus gozadores internacionais que na sua terra os
homens se mediam do pescoço para cima, Napoleão podia muito bem responder aos
ingleses que na sua terra os homens eram medidos da cintura para baixo e que, desse jeito, “le jour de gloire est arrivé”.
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