sábado, 11 de julho de 2015

DESCONFIE DE SUAS VERDADES






artigo publicado na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal o Estado do Maranhão, hoje, sábado

Jamais acredite piamente nas verdades que você aceita como definitivas, mesmo aquelas que aparentem origem científica. Como por exemplo:

1.O homem é o único animal gay.

Quem diz isso precisa parar de olhar tanto gay se beijando na novela das oito,  e se dar ao trabalho de observar os múltiplos gays  da vida selvagem e natural. A ciência fez isso, e catalogou mais de 1500 espécies que praticam o homossexualismo, entre mamíferos, anfíbios, insetos e...até vermes, o que significa  que, caso se escolhesse um membro de cada espécie numa rua de São Paulo, daria uma parada gay de fazer inveja às outras. Já pensou a  bicharada toda, (sem trocadilhos),  reunida na  Av. Paulista? Ao invés da habitual e manjada turma de cantoras lésbicas, poderíamos ter, com vantagem, um gracioso cisne negro na linha de frente do desfile. 


                                  


Como se sabe,  25 % dos cisnes negros preferem indivíduos do mesmo sexo para serem seus parceiros ao longo da vida.

2.O homem veio do macaco.

Calma, não pule de alegria em sua cadeira! Se você é criacionista, rejeita a ideia de ter vindo de um símio, e nunca se observou no espelho para constatar o quanto é parecido com um gorila, não se alvoroce porque a ciência concluiu que, de fato, o homem não veio do macaco. A coisa é muito pior! Certo, você não veio do macaco, mas, com certeza, é parente dele porque as duas espécies, o homem e o macaco, vieram de um ancestral comum, o elo perdido, como chamam. Ou seja, se você ficava puto da vida por seus antepassados terem sido macacos, saiba que seu venerado tetravô pode muito bem ter sido uma mistura de homem com macaco. Algo parecido com um Faustão.  Já pensou?

                                    



3.Cabeça grande não é sinal de inteligência.

Se você morria de tristeza por acreditar que sua pouca inteligência era decorrente de sua cabeça pequena, agora saiba que você é burro porque é burro mesmo.  Ou seja, cabeça grande nunca fez ninguém ficar mais inteligente. Se fosse assim, o hipopótamo seria 44 mil vezes mais inteligente que a abelha que, comprovadamente, é animal superinteligente, tanto assim que na sua comunidade quem manda é a abelha-rainha, de governança muito mais salutar para o seu povo do que, por exemplo,  a governança da mulher-sapiens-presidenta em sua Terra Brasilis. (Não é isso mesmo, senhores súditos?).

4. O homem é o único animal racional.

Logo se vê que quem disse isso estava longe de ser racional. O homo sapiens sempre foi mestre em subestimar as habilidades cognitivas  das outras espécies cuja inteligência fica tão evidente quando se mostra, por exemplo, a capacidade de um bonobo (parente do chimpanzé), denominado Kansi , que aprendeu nada menos de 400 palavras com a pesquisadora americana Sue Savage. 


                                      



Esse  primata consegue até formar frases e conjugar verbos, ao contrário de muita gente tida como racional na sociedade brasileira cujo único verbo que aprende a conjugar na vida  é o de corromper. Cachorros, por exemplo, fazem planos para o futuro melhores, por  exemplo, que os recentes do PT para o Brasil. Elefantes ficam de luto quando morre algum amigo ou parente, mostrando mais consciência solidária do que alguns deputados, que se movem até em defesa de assassinos com menos de dezoito anos. Já certos corvos conseguem até se reconhecerem no espelho, ao contrário de certos humanos, como Felipão ou Suzana Vieira. Quem é mesmo o racional? 

5.Napoleão Bonaparte era baixinho.

Napoleão não era nada de baixinho. Tinha 1,68m, portanto bem maior que Jean Claude Van Damme ou Lionel Messi. Na época, então, sua altura era bem razoável, Mas, porque a fama de baixinho pegou e não desgrudou? Vai ver que isso se dava porque era frequentemente visto pelo povo à frente da Guarda Imperial francesa, cheia de  brutamontes. Outra razão para essa fama pode ter sido causada pela maledicência dos rivais ingleses, quando, então, a propaganda britânica não parava de ridicularizar o “pequeno corso”. Baixinho ou não, Napoleão parecia não se importar com isso, muito menos a tropa de amantes que ele tinha.


                                          




 Se Rui Barbosa, que era baixinho de verdade, dizia para os seus gozadores internacionais que na sua terra os homens se mediam do pescoço para cima, Napoleão podia muito bem responder aos ingleses que na sua terra os homens eram medidos da cintura para baixo e que,  desse jeito, “le jour de gloire est arrivé”.  

                                                                       ewerton.neto@hotmail.com
                                               http://www.joseewertonneto.blogspot.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário