Tempos
atrás foi um certo Xandy, uma semana atrás uma tal de Karol Conká. Ele, cantor,
entrevistado após show. Ela, que não sei que apito toca, num programa chamado
BBBrasil que muito maranhense, infelizmente, assiste. Os dois deitaram falação
(soube pelas redes sociais), sobre a feiúra do maranhense. Xandy disse que aqui
só tinha mulher feia. Conká foi mais longe e disse que, por aqui, todos são
feios.
O
curioso é que os colunistas sociais da terrinha, não param de dizer em suas colunas,
que suas festas sempre estão cheias de “gente bonita” Qual deles tem razão,
Maranhão?
Coisa
de 6 anos atrás escrevi uma crônica, neste jornal, informando que a revista
Veja anunciara em reportagem a descoberta de um método científico para medir a
beleza das pessoas. Fico imaginando qual método teria sido utilizado, tanto por
Xandy e Karol, quanto pelos colunistas, para chegarem a opiniões tão díspares.
O
certo é que não constatei manifestação alguma dos maranhenses, em geral, para
rebater tal injúria. É como se os maranhenses de alguma forma reconhecessem a
precisão da escala de beleza usada por ambos (qual seria?) ao achincalhar-nos.
Sim, porque não venha me dizer que ser chamado de feio é um elogio. As
mulheres, especialmente, sempre consideraram esse um dos piores insultos.
Há
nessa história, porém, algo que salta do contexto. Só é chamado de feio aquele
que se expõe ao raio visual do infrator. Só é xingado quem ouve, só é
achincalhado quem se oferece ao algoz. No caso destes pseudo-cantores, os
maranhenses foram insultados de feios porque se submeteram, de bom grado, às
suas escalas de indelicadezas, o que já era de se esperar por se prestarem a
assistir a um programa onde os participantes se sujeitam à pior forma de
degradação a que se pode submeter um ser humano: que é o exibicionismo e a
exploração de suas intimidades a troco de grana.
A
razão pela qual alguém se submete a isso é algo tão difícil de entender quanto
a disposição de assistir a um show tão raso quanto o de um cantor como Xandy,
sabendo-se que a liberdade de insultar alguém, especialmente a um povo inteiro,
é própria de toscos que falam de beleza numa tentativa de compensar suas mais
recônditas frustrações.
O
que parece notório é que a pecha de feiúra, de repente repetida e generalizada
pelas redes sociais passa, a partir desses disparates, a constituir uma marca
maranhense, perigosamente prejudicial a um estado tão decantado pelas suas
belezas naturais, sobretudo por não ser verdadeira
Ao
pensar que esses indivíduos foram convidados a se deleitar com as coisas belas
da ilha (que ironia, não é mesmo?) por iniciativa de conterrâneos cuja
hospitalidade foi retribuída pela exibição da régua de suas mediocridades,
chego à convicção de que nós maranhenses estamos nos especializando em atirar
pérolas a porcos, (como no dizer bíblico) e a transformar nossa ilha cercada de
água e encanto por todos os lados, numa ilha cada vez mais invadida por
acéfalos em todos os lados.
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