terça-feira, 8 de junho de 2010

O PREÇO DO AMOR À CAMISA

Artigo publicado sábado na seção
Hoje é dia de...O Estado do Maranhão


O PREÇO DO AMOR À CAMISA

José Ewerton Neto

ewerton.neto@hotmail.com




1. Dunga, o técnico patriota, aquele que morre por amor à camisa, da seleção brasileira e que deixou craques como Ronaldinho Gaúcho, Ganso, Neymar, Adriano e outros de fora porque seu time não precisa de craque, mas sim de quem é patriota, já anunciou o preço de tanto amor: um milhão de reais a serem recebidos por ele e cada jogador que ganhar a Copa. Bote amor à camisa nisso, não é mesmo?
Talvez você não se importe muito com isso, caro leitor que vive com o salário mínimo. Claro, porque também não tem consciência de que você, pagando seu imposto, também estará contribuindo para a doação. Para clarear-lhe as idéias basta lembrar que isso vale duas mil vezes mais do que o que você ganha por mês. Não conseguiu ainda avaliar? É um Big-Brother para cada um, ou seja o mesmo volume de grana que é dado anualmente para um(a) idiota virar milionário, através do maior premio concedido a alguém no Brasil por uma rede de televisão
Tanta grana assim (mais de vinte e cinco milhões no total) vai ser dada de uma só lapada a jogadores e à toda a comissão técnica de Dunga, mesmo aos reservas, o que significa que amor à camisa ( independente de alguém ter talento para conduzir uma bola ou não, caso de grande parte dos convocados pelo nosso técnico ) dá dinheiro, muito dinheiro. Você não gostaria de fazer parte um dia de uma confraria dessas? Afinal de contas, você não é craque, mas é esforçado também e com certeza capaz de demonstrar muito amor à pátria ao sabor das conveniências. Já pensou se não tivessem tanto amor à camisa, quanto eles iriam pedir?
Parodiando a verdade popular se dinheiro compra tudo até amor verdadeiro, quanto mais amor à camisa, não é mesmo Dunga?


2. E Maradona, o ex-craque e atual técnico portenho que fundou uma religião na Argentina na qual é tratado como Deus já anunciou que se a Argentina ganhar a copa vai dançar nu em torno de um obelisco, existente numa praça famosa de Buenos Aires.
Já tem muito argentino torcendo para que a Argentina não ganhe e mais gente ainda desconfiando de que Messi, o argentino considerado o melhor jogador do mundo, mais uma vez não jogará bem na seleção
Bem, pelo menos desta vez terá uma boa desculpa.


3. A bola da Copa, chamada Jabulani está fazendo o maior sucesso, tornando-se a bola da vez, literalmente, e ganhando mais espaço que o concedido pela imprensa a craques como Kaká, Cristiano Ronaldo e outros. É que um grupo de jogadores como Julio César (goleiro), Robinho e mais uma penca começou a deitar falação criticando a coitada da bola, antes mesmo de ela começar a sofrer, levando botinadas dos habituais pernas-de-pau. Parece que o que está em jogo por trás disso é a eterna competição entre as produtoras de material esportivo, a Adidas e a Nike, o que levou o experiente zagueiro tricampeão do mundo Carlos Alberto a comentar: “Essa turma está é com muita frescura. Quando se começa a falar muito de bola é porque está faltando jogador.” Felipe Melo chegou a comentar que a bola está mais para patricinha ( que não dá fácil) do que para mulher de malandro (como ele gosta). Já Luis Fabiano, socorrendo-se de uma análise espiritual, disse que a bola tem uma alma própria, independente da vontade do jogador.
Como no jogo contra o Zimbábue ( a potencia futebolística escolhida por Dunga para avaliar a seleção ) o Brasil só começou a deslanchar quando fez um gol às custas da bola, já tem muita gente acreditando que a bola tem tudo para jogar pela seleção muito mais do que Elano, Josué, Felipe Melo, Julio Batista e outros .

4. E as vuvuzelas, cornetas estridentes que os sul-africanos usam para torcer, finalmente foram liberadas durante a copa. Estas estiverem ameaçadas de proibição devido ao transtorno causado aos ouvidos de jogadores, narradores , torcedores, etc.
A liberação, contudo, somente foi possível depois de uma análise criteriosa feita por especialistas da Fifa, quando comparando o efeito das ressonâncias mais comuns durante uma copa a técnicas esportivas de transmissão de jogo, tomaram como modelo de referencia Galvão Bueno (o de maior número de ouvintes por país).
A conclusão que salvou as vuvuzelas foia a de que “se mais de cem milhões de habitantes de um país, agüentam com prazer o berro insuportável de Galvão Bueno gritando gol, porque não seria possível suportar o transtorno causado pelo som de uma tímida vuvuzela?”.

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