sábado, 19 de fevereiro de 2011

A LIBIDO DA MULHER SANLUIZENSE

Artigo publicado no jornal O Estado do Maranhão,
seção Hoje é dia de...Caderno Alternativo

A LIBIDO DA MULHER SANLUIZENSE

José Ewerton Neto



Uma revista semanal deu-se ao trabalho de pesquisar a quantas anda a libido das sanluizenses. Eis alguns dos tipos encontrados:

1. Dependente: “Preciso de sexo para suportar as pressões do cotidiano”.
Catarina, 22 anos, estuda computação, trabalha numa loja de shopping e se diz modelo. Tal é o estresse causado pelas pressões do dia a dia que Catarina (Kathy para as amigas ) confessa para todo mundo, inclusive para o padre - com quem teve um caso-, que só se alivia com sexo. A avó, com quem morava desde criança, não aceitou o remédio que ela usa para baixar a pressão e a expulsou de casa. Uma semana atrás Kathy descobriu, pesarosa, que vai ter que se mudar do seu apartamento porque quem não agüentou a pressão do sexo foi a parede do quarto, que desabou.

2. Erótica: “Só me sinto ligada emocionalmente a pessoas que tenham comportamento sexual muito passional”.
Dalila, profa. de educação física, 25 anos, mora no João Paulo. Nunca confessou a ninguém, mas desconfia que essa estranha fixação significa que, na prática, gosta mesmo é de apanhar. Tudo começou na adolescência quando “apanhava” pra valer dos livros de matemática, mas achava mais interessante levar uns tapas dos meninos de rua, com os quais jogava futebol. Ultimamente anda muito frustrada porque, segundo suas próprias palavras “Se está difícil encontrar homem de verdade, um que saiba bater é muito mais difícil ”.

3. Por Direito: “Mereço ter minhas necessidades sexuais satisfeitas sempre que estou numa relação estável”.
Erolena, advogada, mora no Calhau, 37 anos, casada. Para ter exata noção dos seus direitos – sexuais inclusive - formou-se em Direito, mas se equivocou ao casar com um advogado para se garantir. Há duas semanas iniciou um processo de separação que corre o risco de emperrar porque quem está dizendo agora que não tem suas necessidades sexuais satisfeitas é ele. O problema é que o porteiro do prédio – a quem ela recorria para suprir suas carências– supria as do marido também. Resultado: agora passam as noites estudando as leis para saber quem leva a melhor (com a lei e com o porteiro) e por isso a coisa vai mal, muito mal...

4.Reativa: “Minha satisfação sexual vem apenas do prazer que dou ao meu parceiro ou parceira”.
Vercília, 45 anos, tem um brechó, mora no Cohatrac. Só goza se ver os outros gozarem. Confessa que sempre foi assim desde adolescente, na época não podia ver um rapaz comendo pitomba. Hoje, oje, diz que tem prazer até quando vê Lula chorar e, flamenguista, também não pode ver Ronaldinho Gaúcho fazer um gol e sair dançando, que tem orgasmos compulsivos. A coisa complicou para o seu lado porque o gigolô que ela arrumou há cerca de dois anos lhe avisou que só tem prazer quando ela libera o cartão de crédito para ele. O pior é que o cara só aceita de Prime Internacional para cima.

5. Desconectada: “Sexo não faz parte de minhas preocupações. É mais fácil aliviar o desejo recorrendo à masturbação”.
Priscila, 28 anos, diplomada em segurança do trabalho, mora no Centro. Diz que aprendeu a se masturbar durante o curso. Não porque a masturbação fizesse parte do currículo (proteção sexual) mas porque não conseguia prestar atenção às aulas. Daí para a frente, os outros desejos ficaram para trás, mas não tanto assim... Defendeu, no seu artigo de pós-graduação a tese de que a grande vantagem da masturbação é que você transa e goza com o homem – ou a mulher - que você quer, sem correr risco.
6. Compulsiva: “Tenho dificuldade de me excitar e ter prazer se não criar uma situação ou usar objetos específicos”.
Marta, 32 anos, professora do ensino médio, mora no São Francisco. Tudo teria começado com um lápis. Pensou, na época, que era apenas uma coceira que dava na ponta do dedo. Lembra que a coisa ficava ainda mais excitante quando havia um quadro-negro por perto, razão porque tentou namorar um negão, até descobrir que não tinha a nada a ver. Consultou revistas, macumbeiro e cartomante antes de procurar um psiquiatra que lhe sugeriu, como solução, um dos maracujás-pênis do sítio de Dona Maria, em Ribamar.

7. Desinteressada: “Para mim não faria qualquer diferença se eu nunca fizesse sexo na vida”.
Lucinda, 25 anos, professora de inglês mora no Turu. É tão desinteressada que, às vezes, ensina tricô aos alunos, pensando que é inglês. Os alunos adoram. De tão desligada, outro dia, quando estava fazendo cooper, caminhou tanto que esqueceu o caminho de volta. Resolveu ficar por lá mesmo e se casou, embora o marido não ficasse sabendo. Voltou, mas, por falta do que fazer, ficou vagando num shopping da ilha por mais de uma semana. Não estranhou porque descobriu que metade da população que circula pelos shoppings também faz a mesma coisa. Parece conformada com sua sina de nunca fazer sexo na vida. Otimista, diz que depois disso, quem sabe...


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