artigo publicado na seção Hoje é dia de...Sábado, 6 de junho
na seção Hoje é dia de...Caderno Alternativo, jornal o Estado
do Maranhão
Dia dos
namorados à vista, as namoradas estão cada vez mais à beira de um ataque de
nervos. Trata-se de conseguir um bom presente para ele ou de se sentir objeto
de alguma atenção, seja lá como for.
Vai compreender
as mulheres pós-modernas! Difícil entender
que depois de terem obtido, a muito custo,
a emancipação, a igualdade de direitos, o profissionalismo e a
independência ainda careçam tanto assim de um namorado, apenas para exibir às amigas como se fosse um adorno .
E que façam questão de preservá-los mesmo quando são, cafajestes, gigolôs, pretensiosos,
ou...
Aliás, nem precisa que sejam homens, não é mesmo
Daniela Mercury? Como canta Erasmo Carlos, antes mal-acompanhada do que só, parecendo
ser mais importante para elas, hoje em dia, ter um namorado do que um homem, mostrando que
o grande dilema da mulher ( como de resto , o de todo o ser humano, é o de não
suportar a própria companhia). Como
dizia Montagne o maior problema da humanidade - e em especial o das mulheres - é o de não
conseguir ficar sozinha em seu próprio
quarto. Às namoradas então, segundo a faixa etária:
Tipo 1. Com mais de 50 anos, a que adora dar de mamar.
(à La Suzana Vieira)
57 anos
incompletos e dois maridos também, a única queixa que tem da velhice que chega é
a coluna, porque faz tempo que não aparece nas colunas sociais. Diz pra todo
mundo que adora seu namoradinho de vinte porque este substitui seu neto com
vantagens na hora de ir pra cama, já que dorme bem mais rápido. Não teme as
estripulias do rapaz porque sempre fez
sexo seguro: tanto assim que traiu seus
maridos várias vezes, mas com o segurança . Gaba-se do seu namorado mais jovem porque
com este descobriu rapidamente, sem precisar de analista, a causa do imenso vazio que começou a perceber nas coisas que a rodeiam. A
começar, pelo da carteira.
Tipo 2. De
treze a vinte cinco a popozuda quebra-barraco ( à la Anitta do funk).
Trabalha numa
loja de shopping , mora no subúrbio. Popozuda e independente (acha que o
segundo adjetivo não passa de um complemento do primeiro) topa qualquer parada,
desde que não seja de ônibus. Julga que encontrou o namorado certo, porque este
sempre lhe acerta o olho toda vez em que
se excede rebolando a bunda na balada.
Sempre fez de tudo para aparecer, inclusive, desaparecendo com as roupas da butique
onde trabalha. De todas as qualidades do amado, a preferida, além de ele ser do torcedor do
Coríntians é a de ser aprendiz de traficante. Adora tatuagens. Tem uma na nádega esquerda
que foi, aliás, sua única veste no último desfile da escola de samba.
Tipo 3. Entre
25 a 50: A intelectual pós-moderna ( à La Regina Cazé ou Preta Gil)
Acha que
fazer ginástica é uma forma de ser intelectual. Depois de muito ralar diz que finalmente
está perto de encontrar a si mesma, mas reconhece, um tanto tardiamente, que essa opção para namoro não serviria. Depois
de correr feito uma desesperada de manhã,
de tarde, de noite, encontrou o atual
namorado: um ex-flanelinha, ex-jogador de futebol , ex-cantor de forró,
ex-cordeiro de trio elétrico, enfim, um ex-croto. (como as ‘intelectuais’
gostam ). Baixinha, gordinha e corajosa , adora um livro de auto-ajuda, mas, em
matéria de acrofobia ( medo de altura) só passou a ter medo disso depois que
caiu de um salto de 50 cm. Quanto à leitura prefere 50 tons de cinza, a lista telefônica e os recadinhos do celular do
namorado, embora desconfie de que sejam apenas
cópias. ( Compreensiva, faz de conta que entende: “ é que o rapaz, como
todo namorado, não gosta de gastar o
cérebro, coitadinho!”)
ewerton.neto@hotmail.com http://www.joseewertonneto.blogspot.com
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