sábado, 1 de junho de 2013

SURFANDO COMO BRUNA SURFISTINHA



artigo publicado na seção Hoje é dia de...Caderno Alternativo,
jornal o Estado do Maranhão, hoje sábado

Neste melhor e mais culto país do mundo (depois de Lula) uma Bruna Surfistinha é pouco, duas é bom e três, dez, cem mil... é bom demais. E deve ser por isso que surgiu, uma segunda Bruna Surfistinha, Lola Benvenutti, que ganhou destaque na mídia há mais de mês, como a mais notável sucessora da primeira. Vamos a que veio.

1.Teoria da Evolução. Teoria da Evolução é assim mesmo e Lola (a segunda Surfistinha aprimorada) estudou um pouco mais, tanto é assim que se formou em letras pela Universidade de São Carlos. Dedicada e sábia logo aprendeu que é melhor um passarinho na mão (ou um pinto?) que dois voando,  e lá se foi seguir a carreira de acompanhante, preferindo essa solução à de ralar em sala de aula para empurrar goela abaixo de estudantes coisas que eles pouco estão interessados em saber.  (Como todo mundo sabe no Brasil de hoje os estudantes só não têm mais raiva de livro não apenas porque o dia tem apenas vinte e quatro horas, mas porque o alfabeto só tem 23 letras).  

2.Lola, a Benvenutti. Lola Benvenutti, nome artístico de Gabriela Natália Silva já havia decidido se tornar garota de programa desde os dezessete anos, ou seja, 4 anos atrás, demonstrando uma vocação precoce, mas nem tão surpreendente assim neste século. É de se imaginar que, na pré-adolescência, quando os pais lhe perguntavam que curso ela gostaria de seguir ela respondesse  que queria ser professora  - deixando de especificar o que gostaria de ensinar . Se tivessem insistido talvez tivesse dito que queria ser Bruna Surfistinha. Afinal de contas, profissão de mais glamour e sucesso para mulher, neste país, do que a de ‘acompanhante’, só de perua de telenovela ou de popozuda de Funk.

                                             
                                     

3.Formada em  Letras. Quando decidiu cursar Letras, portanto,  Lola já era garota de programa. Ao ingressar na graduação passou a fazer jornada dupla quando, como qualquer  trabalhador(a) passou a exigir o pagamento das horas extras.Versátil, chegou até a exercer a profissão alternativa (de professora), mas, embora querida por seus alunos, optou pela principal, onde era mais querida ainda. Uma questão muito pessoal de dinheiro, vocação, carinho, amor e a famosa sabedoria de Nelson Rodrigues: “Dinheiro compra tudo, até amor verdadeiro.”

5.Nome de Guerra. Lola, além do bonito nome poético mostra veleidades intelectuais exibidas no corpo, onde estão incrustadas tatuagens, uma contendo um poema de Manoel Bandeira e outra, fragmentos de um texto de Guimarães Rosa. Com isso faz mais pela literatura brasileira do que muitos  professores por aí que jamais escreveram sequer um poema no quadro-negro, que dirá na própria pele. Além  disso, é autora da frase “ Faço porque gosto”, onde ao mesmo tempo que proclama sua profissão de fé, responde a quem a critica. Diz que detesta o rótulo ‘prostituta’, preferindo ser chamada de acompanhante. Se tivesse lido Bandeira um pouco mais, uma solução seria deixar-se chamar de Vulgívaga, como no belo poema do autor pernambucano Mas, hoje em dia, quem sabe o que é isso?
                                              
4. Agora é Tarde. No programa da Band Agora é Tarde, Lola confessou que chegou a transar com seus alunos na época em que lecionava, mas nunca chegou a cobrar  por isso, demonstrando  um desapego que nem todo profissional tem. Poderia ter acrescentado: “Nunca fiz greve” o que demonstraria mais heroísmo ainda. Tanto desprendimento deveria credenciá-la,  no futuro, a ser convidada, como Xuxa foi,  pelo Governo Federal para liderar campanhas contra a exploração da prostituição infantil. Afinal de contas, experiência como Xuxa nesse ramo de atividade ela tem com uma vantagem: enquanto Xuxa, seduzia menores, baixinhos e pequenotes  no primeiro filme pornô que aparecesse,  Lola jura de pés juntos – e coxas abertas – que jamais transou com aluno com menos de dezoito anos. Enfim, uma dama se comparada à outra!
                                       
                                     

5.O futuro. Apesar da correria do dia-a-dia, Lola ainda consegue arranjar um tempinho para o lazer. Diz que transa com as pessoas que gosta ( homens, mulheres, casais e travestis), e que “tamanho não é documento, o que importa é a desenvoltura”.
Desenvoltura à parte o futuro da nova Surfistinha é fácil de delinear no horizonte do panteão nacional destinado às nossas grandes mulheres: capa da Playboy, entrevista no Faustão, novela e filme contando a sua biografia, de preferência  com Débora Secco (se ainda estiver suficientemente úmida). Que ninguém duvide: assim como um ex-presidente (Lula) já disse que todo brasileiro deveria se orgulhar de por aqui ter nascido alguém como Faustão é de se esperar que logo haja outro presidente (a) para enaltecer os méritos de uma heroína tão jovem e tão capaz de fornecer diariamente uma cota tão generosa de  exemplos edificantes a serem imitados por uma juventude tão carente– de   sexo. Dá-lhe Bruna! (Ops, Dá-lhe Lola!)
                                                                                              ewerton.neto@hotmail.com

                                                               http://www.joseewertonneto.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário