artigo publicado na seção Hoje é dia de...Caderno Alternativo,
jornal o Estado do Maranhão, hoje sábado
Neste melhor e mais culto país do
mundo (depois de Lula) uma Bruna Surfistinha é pouco, duas é bom e três, dez,
cem mil... é bom demais. E deve ser por isso que surgiu, uma segunda Bruna
Surfistinha, Lola Benvenutti, que ganhou destaque na mídia há mais de mês, como
a mais notável sucessora da primeira. Vamos a que veio.
1.Teoria da
Evolução. Teoria da Evolução é assim mesmo e Lola (a segunda Surfistinha
aprimorada) estudou um pouco mais, tanto é assim que se formou em letras pela
Universidade de São Carlos. Dedicada e sábia logo aprendeu que é melhor um
passarinho na mão (ou um pinto?) que dois voando, e lá se foi seguir a carreira de acompanhante,
preferindo essa solução à de ralar em sala de aula para empurrar goela abaixo
de estudantes coisas que eles pouco estão interessados em saber. (Como todo mundo sabe no Brasil de hoje os
estudantes só não têm mais raiva de livro não apenas porque o dia tem apenas
vinte e quatro horas, mas porque o alfabeto só tem 23 letras).
2.Lola, a
Benvenutti. Lola Benvenutti, nome artístico de Gabriela Natália Silva já havia
decidido se tornar garota de programa desde os dezessete anos, ou seja, 4 anos
atrás, demonstrando uma vocação precoce, mas nem tão surpreendente assim neste
século. É de se imaginar que, na pré-adolescência, quando os pais lhe perguntavam
que curso ela gostaria de seguir ela respondesse que queria ser professora - deixando de especificar o que gostaria de ensinar
. Se tivessem insistido talvez tivesse dito que queria ser Bruna Surfistinha. Afinal
de contas, profissão de mais glamour e sucesso para mulher, neste país, do que
a de ‘acompanhante’, só de perua de telenovela ou de popozuda de Funk.
3.Formada em Letras. Quando decidiu cursar Letras,
portanto, Lola já era garota de
programa. Ao ingressar na graduação passou a fazer jornada dupla quando, como
qualquer trabalhador(a) passou a exigir
o pagamento das horas extras.Versátil, chegou até a exercer a profissão
alternativa (de professora), mas, embora querida por seus alunos, optou pela
principal, onde era mais querida ainda. Uma questão muito pessoal de dinheiro, vocação,
carinho, amor e a famosa sabedoria de Nelson Rodrigues: “Dinheiro compra tudo,
até amor verdadeiro.”
5.Nome de
Guerra. Lola, além do bonito nome poético mostra veleidades intelectuais
exibidas no corpo, onde estão incrustadas tatuagens, uma contendo um poema de
Manoel Bandeira e outra, fragmentos de um texto de Guimarães Rosa. Com isso faz
mais pela literatura brasileira do que muitos
professores por aí que jamais escreveram sequer um poema no
quadro-negro, que dirá na própria pele. Além
disso, é autora da frase “ Faço porque gosto”, onde ao mesmo tempo que
proclama sua profissão de fé, responde a quem a critica. Diz que detesta o
rótulo ‘prostituta’, preferindo ser chamada de acompanhante. Se tivesse lido
Bandeira um pouco mais, uma solução seria deixar-se chamar de Vulgívaga, como
no belo poema do autor pernambucano Mas, hoje em dia, quem sabe o que é isso?
4. Agora é
Tarde. No programa da Band Agora é Tarde,
Lola confessou que chegou a transar com seus alunos na época em que lecionava,
mas nunca chegou a cobrar por isso,
demonstrando um desapego que nem todo
profissional tem. Poderia ter acrescentado: “Nunca fiz greve” o que
demonstraria mais heroísmo ainda. Tanto desprendimento deveria credenciá-la, no futuro, a ser convidada, como Xuxa foi, pelo Governo Federal para liderar campanhas
contra a exploração da prostituição infantil. Afinal de contas, experiência
como Xuxa nesse ramo de atividade ela tem com uma vantagem: enquanto Xuxa,
seduzia menores, baixinhos e pequenotes
no primeiro filme pornô que aparecesse,
Lola jura de pés juntos – e coxas abertas – que jamais transou com aluno
com menos de dezoito anos. Enfim, uma dama se comparada à outra!
5.O futuro. Apesar
da correria do dia-a-dia, Lola ainda consegue arranjar um tempinho para o
lazer. Diz que transa com as pessoas que gosta ( homens, mulheres, casais e
travestis), e que “tamanho não é documento, o que importa é a desenvoltura”.
Desenvoltura
à parte o futuro da nova Surfistinha é fácil de delinear no horizonte do
panteão nacional destinado às nossas grandes mulheres: capa da Playboy,
entrevista no Faustão, novela e filme contando a sua biografia, de preferência com Débora Secco (se ainda estiver
suficientemente úmida). Que ninguém duvide: assim como um ex-presidente (Lula)
já disse que todo brasileiro deveria se orgulhar de por aqui ter nascido alguém
como Faustão é de se esperar que logo haja outro presidente (a) para enaltecer
os méritos de uma heroína tão jovem e tão capaz de fornecer diariamente uma
cota tão generosa de exemplos edificantes
a serem imitados por uma juventude tão carente– de sexo. Dá-lhe
Bruna! (Ops, Dá-lhe Lola!)
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