artigo publicado na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal o Estado do Maranhão, hoje,
sábado
Quando se
pensa que tudo já estava resolvido sobre o projeto de legalização da profissão
de domésticas eis que, volta e meia, o
assunto volta à tona nos telejornais:
desemprego para um lado , custos impraticáveis para o outro, o que faz surgir a
indagação: se é tão complicado assim, porque não deixar as partes se
entenderem, como sempre? Para que tanta lei em cima de lei?
Já que a
sanha regulatória do governo PT é tão atuante ‘em defesa dos direitos dos mais fracos e oprimidos’ que tal
lembrar-lhes de mais algumas profissões marginalizadas,
para que tenham mais com o que se preocupar?
1.Masturbação
profissional.
Recente
notícia divulgada esta semana dá conta de que a China acaba de regulamentar a
profissão de masturbadora profissional para obtenção de sêmen (vulgo
punheteira). Ou seja, enquanto em outros países dá-se uma revista pornográfica
para que o cliente se excite, na China, as mulheres têm de encarar o batente , ao que parece, suando muito para
obter o ‘produto’. Antecipando-se à insatisfação das trabalhadoras o governo regularizou-lhes a atividade oficializando um salário equivalente a três mil e quinhentos
reais. Levou em consideração:
O salário. Uma mulher tem eficiência reconhecida muito maior do que uma revista
pornográfica ( já pensou se o cliente recebe a edição da Hortênsia?), portanto a profissional não pode depender da boa-vontade do marmanjo para
receber o que tem direito. Ora, se os homens ( No Brasil, na China, ou em Alfa Centauro) são tão caras-de-pau a ponto de relutarem em
pagar por uma transa consumada , que dirá por uma masturbação. Nada mais justo
que o Governo tome a si essa tarefa.
O grau de
risco. O grau de risco foi considerado, por lá, de nível 4 ( o máximo é cinco) levando-se em consideração
a repetição cansativa do gesto, o que pode
causar danos irreversíveis . (obs. Nem foi considerada a hipótese de a mulher ficar cega em
decorrência da força do jato, como aconteceu recentemente nos USA, após uma
relação de sexo oral). No Brasil, além desse, há de se considerar outros riscos
como os de que o sujeito - prestes a gozar – queira estuprar a profissional, bater na mesma ou xingá-la de vagabunda , como
é tão corriqueiro por aqui e faz tanto sucesso nos bailes funk. Ou seja, o grau de risco no Brasil é mais
elevado, o que implica em dizer que o salário deveria ser três vezes maior.
2.A profissão
de ex-BBB.
Já são mais
de dez mil os ex-BBB que vagam por aí,
sem rumo definido e sem carteira assinada. Impõe-se a regulamentação imediata
da profissão para que estes
profissionais (embora vagabundos por
talento e vocação) não se confundam com os mesmos, e não se
tornem mais prejudiciais ainda à sociedade.
O salário. O
salário terá que ser digno, afinal de contas não é fácil ter ficado enjaulado numa casa, ou ter de agüentar o Pedro Bial , além de outros
sacrifícios. È sempre bom lembrar que para alguém ser escolhido para o programa
e conseqüentemente para ser, no futuro,
em ex BBB, não basta ser burro, tem que
parecer burro. E, quanto às mulheres, caso não consigam posar nuas para as
revistas, de que vão viver?
3.Gigolô de
Perua.
A profissão
de gigolô de perua jamais foi regulamentada neste país, embora sejam muitos os que vivem disso. Das periferias às
telas da tevê, na vida real das celebridades ou na ficção, é só que se vê. A regulamentação imediata
dessa profissão se faz, portanto,
impositiva para que se evite, assim como acontece com a droga, as distorções oriundas do submundo dessas
relações.
Salário.
Embora a maioria dos profissionais ganhe rios de dinheiro diretamente das
contratantes (as peruas) a profissão ainda não é regulamentada, o que faz com
que estas tenham que recorrer a artifícios para justificar que o trabalho
exercido pelos gigolôs sejam tão bem remunerados. Assim elas dizem que um é mágico, outro jogador de futebol e
outro analista de mercado, sem tornar explícito - para o imposto de renda - que
mágica e que mercado são esses e com que
bola (talvez duas ?) jogam.
O grau de
risco. Embora muita gente considere o contrário, por conta da sombra e água
fresca que são o principal ambiente de
trabalho desses empregados, o grau de risco é alto. Quer desespero maior do que
acordar de madrugada e ter que encarar uma perua da Globo, sem photoshop? E ainda por cima ser
intimado a cumprir suas obrigações profissionais?
Sem contar a
imponderabilidade do futuro incerto. Afinal de contas, como elas mesmas dizem
umas da outras; “Fulana de tal? Essa já morreu e não sabe.”
ewerton.neto@hotmail.com http://www.joseewertonneto.blogspot.comMASTURBAÇÃO: pela legalização urgente!
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