sábado, 29 de março de 2014

BRASILEIROS ( COMO SOBREVIVER A ELES)



artigo publicado na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal o Estado do Maranhão, hoje sábado


Acredite, a  FIFA, preocupada com o que está vendo – e, principalmente  com o que não está -  divulgou pelo mundo um pequeno manual  preventivo para os potenciais turistas que virão ao Brasil.  Tentemos  julgar se o manual erra, ou não.

1.Um “sim” não significa sempre um “sim”. É a entonação de voz que define se o “sim” é realmente um “sim” ou um “talvez”.
Têm razão. Tanto assim que no Brasil, os casamentos,  cujos cônjuges dizem talvez,    costumam durar muito mais do que aqueles  cujos parceiros dizem sim. O “sim”,  e consequentemente  o “não”,  para os brasileiros são apenas meras conjecturas a serem ajustadas de acordo com a conveniência do momento.  “Sim” de verdade no Brasil só aquele que responde  se determinado  candidato, que você não conhece ainda,  é corrupto ou não.                                             


2. O tempo é flexível para o brasileiro. Não espere pontualidade. Se duas pessoas marcam para se encontrar às 12h30 é porque se encontrarão a partir das 12h45.
Verdade, mas o Manual está sendo otimista.  O tempo, por aqui, é mais  flexível do que uma corda. Uma prova disso são  os ‘enforcamentos’ entre os feriados, que transformam 24 horas em 48 ou  mais. Se no Congresso, 5  dias.


3.Contato corporal é coisa comum. Os brasileiros não estão acostumados com o jeito educado dos europeus de manter alguma distância entre os corpos. Os brasileiros falam usando as mãos e, a partir daí...
Certo. Usam tanto as mãos,  e tão bem, que o desavisado terá sorte se , pelo menos, souber a hora em que foi tocado. Via de  regra, só toma conhecimento disso depois que dá por falta da carteira ou do celular.


                                                


4. Impera a lei de sobrevivência dos mais fortes. Nas ruas os pedestres são ignorados e, mesmo na faixa reservada, raramente um motorista vai parar.
Em parte. Se o motorista for homem e o pedestre, por acaso,  for uma boazuda pode acreditar que o carro para. E passa tanto tempo esperando a passagem da moça que nem se incomoda com as buzinadas dos carros, e  do engarrafamento que se forma  atrás de si.

5.Fazer topless pode causar problemas. Corpo nu pode ser visto em Carnaval, mas não todos os dias. Os biquínis no Brasil possuem poucos tecidos, mas  não são usados o tempo todo. Em algumas capitais não se espante se deparar com alguém urinando em público.
Meia verdade. Os biquínis, realmente, possuem tão  pouco tecido que as celulites é que são usadas para proteger a nudez, especialmente nos desfiles do Carnaval. Quanto a urinar em público, os homens praticam à vontade, de preferência se tiver plateia por perto. E  costumam pedir uma gorjeta pela exibição.



                                            


6. As coisas são feitas no último minuto. De estádio de futebol, passando por prisão ou cemitério.
Verdade. Inclusive para morrer o brasileiro  deixa sempre pro último minuto. Mas... existe em algum lugar quem faça isso de forma diferente?

7.Sem espanhol: o idioma nacional, lembre-se é o Português. Se você falar que Buenos Aires é a capital do Brasil você pode ser deportado.
Mais ou menos. O brasileiro não tem tanto orgulho assim do seu idioma, tanto assim que fala o que lhe dá na cabeça, ou melhor, o que dá na tevê,  que não tem nada a ver com Português. Quanto a não gostar de argentino isso aos poucos está mudando, depois do Barcelona de Messi etc. Por exemplo, depois de tudo que a Dilma fez com a Petrobrás etc.  já tem gente achando  a  Cristina Kirchner menos pior.

8.Não deixem de experimentar um açaí. Dizem que tem os mesmo efeitos de uma bebida energética.
Verdade indiscutível. Mas será que alguém precisa de energia extra para encarar   as popozudas assanhadas que andam por aí? Pelo que se sabe, alguns dólares fazem muito mais efeito.


                                              


9. Filas não foram feitas para serem respeitadas. Esperar pacientemente não está no DNA dos brasileiros que preferem cultivar o caos.
Certíssimo. A única fila que o brasileiro respeita é fila de enterro. Desde que esteja dentro do caixão.
                                                                                              ewerton.neto@hotmail.com

                                                               http://www.joseewertonneto.blogspot.com

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