sábado, 1 de março de 2014

E A JARDINEIRA VIROU EX-BBB



artigo publicado na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal o Estado do Maranhão

Ah, os personagens das marchinhas de carnaval e dos sambas que fizeram a alegria de tanta gente! Como eram simpáticos, divertidos e... eternos, tanto é assim que continuam fazendo sucesso. Mas, será mesmo que continuam iguais? Não precisariam reagir ao mundo atual? Como estarão se comportando?

1.A jardineira. “OH, jardineira porque estás tão triste? Mas o que foi que te aconteceu? Foi a Camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu”.

A jardineira, que já não gosta de ser chamada de jardineira e prefere ser chamada  de Graziela, Cacau ou Sabrina, faz tempo que não liga para Camélia, sua amiguinha da infância que preferiu estudar e ser professora. Essa, coitada, tá cheia de filho e pegando buzu todo dia, rezando para não ser queimada a qualquer hora. Jardineira, ou  melhor Graziela, preferiu ser burra mesmo, participar do BBBrasil e se envolver com Sérgio Justus,  um coroa empresário  podre de rico e de botox , de quem virou ‘ficante’ e que lhe paga uma faculdade, onde ela não precisa  se formar, mas se informar.



                                   



Mas, não é que  esse coroa, que quebrava seus galhos, acabou de ter um infarto, deu dois suspiros e depois morreu? Não é para chorar mesmo? Chora  jardineirinha!

2.O mendigo. “Ei, você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí. Não vai dar, não vai dar não, você vai ver a grande confusão. Eu vou fazer beber até cair, me dá, me dá me dá, oi, me dá um dinheiro aí.”

Como todos sabem, já não existem mais mendigos neste país, existem pedintes, ou melhor, mandantes já  que os mendigos de hoje não pedem, ordenam. Por isso mesmo o mendigo dessa música virou guardador de carro, jamais pede um dinheirinho aí, e, pelo contrário,  ordena é que lhe passem logo os cinco realzinhos, senão...

3.O que adora mamar. “Vestiu uma camisa listrada e  saiu por aí. Em vez de tomar chá com torrada ele bebeu Parati. Levava uma canivete no cinto e um pandeiro na mão e saiu dizendo: Mamãe eu quero mamar , mamãe eu quero mamar, mamãe eu quero mamar”.

                                       


A camisa pode até ser de listinhas, mas por cima dela, agora o mamador veste um terno. Não, nada de chá com torradas ou de beber para ti. Ele bebe é para si mesmo, uma dose de Buchanan’s  que ninguém é de ferro. Daqui a pouco tem votação na Assembleia para aprovarem mais uma lei de aumento do próprio salário, portanto, mais um carnaval por lá.
Só que, ao sair, ele continua dizendo como antes “Mamãe eu quero mamar, mamãe eu quero mamar, mamãe eu quero mamar!” ao que a  mãe, complacente com o caráter ‘edificante’ do filho  responde: “Vai meu filho que eu quero mamar também.”

4.O Selecionador. “Solteira, eu não  quero, casada traz complicação, a viúva tem saudades, a desquitada é a minha solução.”
Desquitada, que diabo é isso? Nos dias atuais em que no perfil do Facebook existem 52 variedades de opções sexuais para que alguém possa definir a sua, entre as centenas de tipos de relacionamentos possíveis o melhor que existe para homem, só pode ser gigolô de perua, de preferência da  Globo.
Certo, ter de aguentar Suzana Vieira, Ana Maria Braga etc., de noite, na cama, é uma hora extra que precisa de indenização trabalhista muito além de periculosidade, mas há uma vantagem inegável: a aposentadoria será precoce porque o futuro do  empregador é menor ainda. 

5.A máscara negra. “Quanto riso, oh, quanta alegria, mais de mil palhaços no salão, Arlequim está chorando pelo amor de Colombina [...] Na mesma máscara negra que esconde teu rosto, eu quero matar a saudade...”



                                   



A única máscara negra que existe  hoje  prefere matar gente do  que saudade. Virou black-bloc. Ao invés de riso, tiro; ao invés de alegria, reclamação. Os palhaços, presos em seus automóveis, são aqueles retidos pelas manifestações. Se você quer mesmo se apaixonar por ela é problema seu, mas, por segurança, prenda-a não no seu coração, mas na cadeia porque do que menos ela está a fim, é de beijo, paz e amor.

6. Vocação. “Mamãe  eu vou ser soldado de Israel. Não tem água no cantil, mas tem mulher no quartel. Além  disso guerra é guerra , mamãe, e vai ser sopa no mel”.
Faz muito tempo que ser soldado por aqui deixou de ser aspiração, que dirá em Israel. O que dá vontade mesmo de ser é laranja de traficante e componente de gangue. O futuro é garantido. Na cadeia  não tem água (mas isso é em todo lugar) e mulher por lá é o que não falta, com a vantagem de que você pode ficar com a mulher bonitona de outro preso mais fraco, numa suruba bem melhor do que aquelas do BBBrasil que passam, ao vivo para criancinhas, na rede Globo.
Quanto à sopa no mel só se você for preso como mensaleiro. 


                                   



Mas aí já é querer demais!
                                                                       ewerton.neto@hotmail.com

                                   http://www.joseewertonneto.blogspot.com

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