Descobri, em
reportagem recente deste jornal, que 6 de Setembro é o dia internacional do sexo, data assim
escolhida como uma alusão à prática do 69. Complementando,
a reportagem informava o que tudo mundo,
mais ou menos, sabia: SEXO é o melhor
remédio.
As razões, explicadas
cientificamente, aqui não carecem ser esmiuçadas. Enumeram-se as doenças e
dores para as quais funciona que é uma maravilha: 1) Para
enxaqueca, 2) Para fortalecimento dos ossos 3) Para combater a incontinência
urinária 4) Para aliviar as cólicas de TPM. 5) Para melhorar o aspecto da pele
6) Para melhorar o sono 7) Para aliviar o estresse 8) Para queimar calorias 9)
Para aumentar a imunidade contra infecções , gripes e resfriados 10) Para envelhecer
melhor e... Enfim, trata-se de um remédio tão eficiente que não é exagero se conjecturar
que o sexo seja bom também para morrer melhor.
Com tantos atributos o que se
lamenta é que ainda não seja reconhecido como tal pela ANVISA, o que só pode
ter origem preconceituosa a partir do que se admite como politicamente correto.
Uma primeira providência para desconstruir o ‘pecaminoso’ que ronda a atividade
sexual seria passar a reconhecer melhor seus propagadores e agentes. Urge, por
exemplo, que os motéis deixem de ser instalados
apenas em avenidas e locais obscuros e passem a existir em locais de grande
visitação vindo a denominar-se , ao invés de motéis, clínicas de saúde. O mesmo
vale para prostitutas que passariam a ser reconhecidas como profissionais da
saúde pública com direito a aposentadoria por tempo de serviço e direitos equivalentes
aos que lidam com a saúde como médicos, enfermeiros e farmacêuticos.
Restaria ao Ministério de Saúde
distribuir bulas explicativas à população mais ou menos da forma que segue:
Composição: Trata-se de um remédio
natural cujos principais componentes
químicos e físicos são trilhões de células desenvolvidas a partir de um código de
crescimento chamado DNA até se constituírem seres
humanos. A otimização dos efeitos de
SEXO como remédio exige que haja conjunção de dois indivíduos para tanto,
preferencialmente.
Posologia: Embora aplicado e
ingerido comumente em horários noturnos, SEXO não tem restrição de horário,
podendo ser consumido a qualquer hora do dia. Quanto ao local dá-se preferência
para locais pouco movimentados e com baixa visibilidade. Essa restrição tem a
ver com certo grau de paroxismo e excitação que, surgindo logo em seguida a
aplicação do remédio, pode fazer com que seja confundida sua forma de
utilização com a de alguém sob o impacto de alguma possessão ou loucura.
Precauções: Embora liberado sem a
obrigatoriedade de receita médica, recomenda-se não exagerar na dose o que pode
viciar os pacientes tornando-os obsessivos. (Obs. Um exemplo disso foi a
cantora Anitta, presentemente sob cuidados
médicos).
Efeitos Colaterais: O principal
efeito colateral acontece depois de 9 meses e tem a ver com o surgimento na
barriga da receptora daquilo que convencionou-se chamar de filho, nem
sempre bem-vindo, infelizmente. Neste caso, para evitar, deve-se socorrer de
uma camisinha enquanto se estiver tomando o remédio. Os
demais efeitos colaterais são considerados contornáveis sem uso de outro
remédio: paixão, obsessão, perda temporária de raciocínio e outras manias.
José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis
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