quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O A-B-C BEM-HUMORADO DE SÃO LUIS




E, na véspera dos quatrocentos anos, segue esta segunda edição do A-B-C bem humorado de São Luis, sobre nosso maranhês, por aqui ainda falado antes que a Globalização, com a imposição nacional do seu idioma noveleiro acabe com tudo.


                   Banquete de Cachorro – Almoço oferecido somente a cachorros, como pagamento de  promessa a São Lázaro. Era tão concorrido que muita gente boa ficava à esperando a sobra de um ossinho. Hoje a coisa ficou tão sofisticada que o fundo musical é o do disco “ Banquete dos Mendigos “ dos Rolling Stones O que significa que o Banquete dos Cães está melhor servido do que o Banquete dos Ricos pelas bandas do Calhau, onde só toca forró e axé. Sem falar no que se come.  

                   Banzeiro – Onda provocada pela passagem de uma embarcação. Seu similar, à seco, é a passagem dos trios elétricos., com a diferença que as ondas humanas preferem se afogar com álcool, mesmo. 

                   Barata – Empregada doméstica. Do tempo em que se dizia que estas eram baratas porque tinham o casco duro para agüentar cheiro pior que o de detefon ( dos mauricinhos que davam em cima delas). Uma injustiça! Todo mundo sabe que empregada doméstica é hoje  é uma espécie em extinção. Ao contrário, aliás, das baratas, que sobreviverão aos séculos.
                  
                   Borroada. Colisão contra algum obstáculo, muitas vezes, veículos. Hoje o que há de mais comum em São Luis é borroada com moto. Aliás, em termos de borroada e moto, o campeão de borroada é o  Moto Clube. Levou tanta borroada que virou sucata de moto e   foi parar na quinta divisão.

                   Base. Botequim , geralmente na periferia das cidades. Muito usado por garotas especialistas também em usar “base” no rosto para manter o básico: assim, enchem os olhos dos coroas e a bolsa.

                   Berimbela. Penduricalho. Segundo Freud as mulheres sempre tiveram especial atração  por berimbelas por que não nasceram com nenhuma natural, como os homens.

                   Bazugar. Arremessar, jogar. O oposto do que os grandes craques fazem com a bola, bazugar é muito típico de um jogador cabeça de bagre . O maior jogador de futebol nascido no Maranhão foi Canhoteiro ponta-esquerda que jogava no São Paulo e que era quase tão bom quanto Garrincha.  Hoje Canhoteiro não tem sequer uma estátua na frente do Nhozinho. Também, pudera,  por aqui, só restaram bazugadores. Na bola e na Federação de Futebol. 
                   Caverna. Forma depreciativa de homem. Nada a ver com homem das cavernas. Está muito mais para homem que nunca saiu das cavernas. Mas, dizem, as mulheres adoram. Vai entendê-las...

                   Cemitério. Pratinho que se põe à mesa, ao lado do comensal, para colocação de ossos, espinhas etc. Isso em casa de rico. Na mesa de quem mora em rincão que está prestes a virar município por oportunismo dos políticos o cemitério é o prato principal e olhe lá...

                   Chamego. Atração, encanto, fascínio. Quando é pelo parceiro(a) chama-se assim. Quando é por time de futebol chama-se Chamengo. O chamengo, por aqui bem mais forte do que o chamego,  é capaz de agüentar tudo: desde apanhar de quatro para time do Chile,  até o Luxemburgo.

                   Chapar. Encher algo até o máximo. Quando alguém fica chapado da vida se suicida. Assim fez Amy Whinehouse.

                   Chavelho. Chifre. Originou-se na época de São João,  para não ficar enjoado e repetitivo, quando as maranhenses se soltavam cada vez mais  e seus parceiros enchiam-se de chifres, O curioso é que  tem uns que levam chifres e ainda levam chavelhos.

                   Coronel. Urinol. Penico. Gabriel Garcia Marques só escreveu “Ninguém escreve ao coronel” porque nunca veio a São Luis.

                   Cujuba. Hérnia escrotal quando muito avolumada. Essencial para a vocação política tanto é assim que dizem que mais da metade dos políticos maranhenses são cujubentos. Quando não é por herança genética, passa a ser por ação dos puxa-sacos.

                   Cutiagem. Busca de mulher para programa sexual. Internetiagem, que no mundo virtual significa mulheres se oferecendo para as celebridades,  portanto, não é uma evolução de Tietagem, mas de Cutiagem.

                   Desistir. Defecar. Para quem sofre de prisão de ventre é a desistência mais gloriosa que existe.

                   Destabocar. Sair em disparada atabalhoadamente, fugir. Teria se originado quando em tempos remotos os maridos, pegos em flagrantes, fugiam “desta boca” que os acusavam.

                   Engrisilha. Enrolação, trapaça. Termo maranhense que cairia muito bem nacionalmente para substituir o termo  corrupção, que está ficando muito manjado. De ministro em ministro da Dilma, agora é o do Transportes que está todo engrisilhado. Não fica, pelo menos, mais engraçado?

                                                                  ewerton.neto@hotmail.com

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