Artigo publicado hoje, sábado, na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal o Estado do Maranhão
Findo o carnaval é hora de recolher o lixo e o luxo que ficou
de mais um Carnaval.
1.LIXO. Mais um herói nacional.
O cantor Marcio
Vitor, da banda baiana Psirico, entrou no Hospital em pleno Carnaval para fazer
uma operação de apêndice e de lá saiu como um novo herói nacional. Sim, porque
não é qualquer um que logo depois de uma cirurgia corre para cumprir com suas
obrigações profissionais. Pois Marcio Vitor, o criativo inovador da musica
brasileira com canções do tipo Lepo-Lepo, assim procedeu numa atitude ousada. Nem bem
saiu da cirurgia se mandou para cima do trio, demonstrando uma coragem, uma
abnegação e uma dedicação peculiar aos heróis nacionais recentes e,
particularmente, baianos. Sua pungente profissão de fé no trabalho e no futuro
de nossa nação, pode ser resumida em
palavras: “Baiano que é baiano não nega seu trio elétrico, nem doido, nem
doente”. E haja bravura ao cantar a música Xenhenhen , cantando, rebolando e
pulando diante de seus fãs mais do que celulite em bunda de popozuda.
Os locutores da rede Globo, emocionados e com a voz embargada
diante de tanta coragem, disputavam com os fãs exaltados onde haveria mais lágrimas
jorrando dos olhos. Inscreveu-se assim, Marcio Vitor, nessa pequena, mas seleta
galeria dos recentes heróis da nação brasileira: Eike Batista, Felipão, ex
BBBs, Faustão (em quem, segundo Lula, todo brasileiro deveria se espelhar) etc.
Certamente, nem vai precisar morrer para virar estátua, já no próximo carnaval.
(Quem jamais vai ter esse direito é a moça que
morreu atropelada por um trio elétrico no Rio Grande do Sul, até mesmo porque ninguém sabe seu nome nem se preocupou em saber). Pra quê?
2.LUXO. O
carnaval de Sabrina Sato
E a japonesa
Sabrina Sato, exibindo belíssima fantasia de cor preta, encantou, seduziu e
mostrou que está completamente curada dessa terrível doença contagiosa que é
ter participado do BBBrasil. Hoje, ao
invés, todos os marmanjos querem ser contagiados por ela.
Dando de dez
a zero nas louras de ocasião: Claudia Leite, Ana Hickman etc.; Sabrina mostrou
que japonesa também sabe sambar e
encantar fazendo surgir uma nova preocupação nos nacionalistas de prontidão:
“Que não permitam que seja repatriada para
outras plagas por empresários corruptos, como fazem com os nossos jovens
craques do futebol, sob pena de perdermos também a primazia no samba.”
Faz sentido.
Se de tanto levarem nossos jogadores de futebol – e aprenderem com eles – nos
arrebataram o posto de melhores do mundo e nos arrebentaram de 7 a 1 não poderia acontecer o mesmo com o samba (
que foi só o que nos restou) ? Segurem, portanto, as nisseis graciosas
e sapecas como Sabrina Sato, senão em breve passaremos a apanhar deles, desta vez no samba. De
japonês.
3.LIXO. O
bumbum poliédrico.
Depois de
infinitas variedades, inventadas por aqui, de alterações no bumbum original das
mulheres, eis que adentrou a passarela carnavalesca, este ano, um inovador
formato de bum-bum: o poliédrico, de
Renata Pinheiro da Acadêmicos de Tucuruvi. Poliédrico sim, mas por falta de um
formato mais parecido, ou seja, identificável na matemática e algures, já que nenhum
especialista foi capaz de sugerir uma figura a que se assemelhe. Seriam dois
balões saltando das nádegas? Seriam dois troncos de esferas, desunidas entre si?
Ou dois big-bangs em pleno século XXI dando origem a dois universos de carne,
silicone e celulite, em paralelo? O que se sabe é que os especialistas deram
tratos è bola para nominar um título para o “formato” do dito cujo até chegar a
Poliedro, por inanição imaginativa. Segundo um médico, tal bizarrice na
traseira da mulher somente foi possível
à custa de muita prótese de silicone na base de 500 a 600 ml.
Pobre
matemática! Até quando apanhará de nossos carnavais? Pensava-se que sofresse
apenas nas notas dos jurados das Escolas de Samba que, extravagantemente, vão
até à precisão de centésimos de milésimos para tentar diferenciar uma escola da
outra, e consagrar uma campeã; mas,
agora, provou-se insuficiente também para qualificar geometricamente o bumbum
de uma verdadeira popozuda.
4. LIXO e
LUXO. Ano Internacional da LUZ.
O que
fizeram as mulheres brasileiras, começando por Dilma, para homenagear à LUZ, neste ano
internacional a ela dedicado?
Quando todos
pensavam que elas, (cuja precisão de memória para guardar fatos e datas
é de dar inveja a todos os animais
restantes, entre eles o homem) haviam esquecido disso , eis que finalmente transpareceu
durante o carnaval de que forma o
fizeram.
Dilma
Roussef: Resolverá o problema de como homenagear a luz fazendo-a descansar a partir do segundo
semestre, apagando-a completamente dos lares verde-amarelos.
Quanto às
demais mulheres brasileiras, a maioria jura que se esforçou pra valer durante o carnaval para dar
à lUZ daqui a nove meses.
Que ninguém diga
que elas se esqueceram.
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