artigo publicado na seção Hoje é dia de...
Caderno Alternativo, jornal O Estado do Maranhão, hoje, sábado
Violência, violência, violência! O elementar direito à vida, de todo cidadão,
está sucumbindo diante do quotidiano de sombras, ou da banalidade do mal, como
queira. Mas, o que fazem as autoridades? Onde estão a ‘presidenta’ da república
e seus ministros que não se socorrem do aparato
militar que toda nação deve possuir, para planejar uma reação a esse estado de
coisas?
Será que precisam de um pequeno
dicionário para ensinar-lhes que o significado da violência não é mais o mesmo?
1.CADEIA.
Lugar que foi concebido para manter a sociedade protegida de assassinos e
meliantes, mas que parece ter evoluído no Brasil para se tornar uma espécie de escola, que
garante aprendizado suficiente para aprimorar a grande vocação dos bandidos, que
é a matança de inocentes.
2.LEIS.Conjunto
de normas que no Brasil zelam pelo direito de facínoras, preferencialmente aos direitos
das pessoas honestas.. Seu fundamento básico consiste no irrestrito apoio ao
marginal em qualquer circunstância proporcionando: afrouxamento da vigilância; abrandamento
das penas, doação de regalias, enfim todo um arcabouço de regras que se escora
numa espécie de postulado, assim enunciado: “Por mais nocivo que seja um
marginal, no Brasil vale sempre mais que
sua vítima”. Ou, por outra: “Um marginal vivo goza da solidariedade da justiça
e da sociedade, mais que o melhor dos mortos assassinados por ele”.
3.CONDENAÇÃO.
Menor que zero para grandes ladrões de terno e gravata (tipo mensaleiros e autores
do petrolão). Para os demais criminosos comuns: dura até o próximo túnel se for
prisioneiro de Pedrinhas; até o próximo sábado se for traficante; até o próximo
feriado se for assassino; até o próximo passeio em casa, se for estuprador.
4.FUGA (DA
PRISÃO). Antigamente acontecia em casos raríssimos, sempre envolta em espetacularidade. Hoje o
termo caminha para o desuso porque, a rigor, não existe mais fuga, mas sim passeios e
férias consentidas na maioria dos feriados. Após passearem livremente, divertindo-se
pelas ruas da cidade com o seu passatempo preferido que é o de ceifarem a vida
de inocentes, a escolha é livre: só voltam para a cadeia se estiverem enjoados
da vida comum. Afinal de contas, nesta, precisam trabalhar.
5.PENA. Palavra
que introduz no linguajar criminal um extraordinário paradoxo expresso pela
sentença: QUANTO MAIS PENA MENOS PENA. Explica-se: Quando mais pena (no sentido
de condolência) manifesta a sociedade e suas leis por bandidos e marginais
(caso do Brasil) , menores serão suas penas (no sentido de condenação). Enfim,
o Brasil é o único país do mundo em que as condenações são tão irrisórias que dá ate pena das penas.
6.COMPAIXÃO.
Ato de sentir e mostrar solidariedade a outro, mas que no nosso país se disponibiliza,
preferencialmente, para marginais, ao invés dos familiares de suas vítimas. Ato
exemplar dessa compaixão discriminatória a favor de marginais é a ação movida
pelo MP de Mato Grosso pleiteando indenização do Estado, para presos, devido às
péssimas condições carcerárias, a ser
julgada pelo STF. É a lei da relativização do pensamento aplicada à desfaçatez.
“Para marginais, tudo. Para as vítimas de suas crueldades, nada!”
7.MAIORIDADE
PENAL. Discussão em moda na sociedade, na qual a grande maioria se preocupa em
discutir a idade do indivíduo e não o
grau de degeneração de sua patologia ou seu instinto cruel e assassino.
Esquecem de que monstro é monstro, tenha
10,11,12,13,14,15, 16 anos ...até 120. Assim se manifestam presidenta,
políticos do PT e grupos religiosos, cultores públicos da hipocrisia, como
moeda de captação da simpatia. Em nome disso distorcem conceitos religiosos e
praticam ação similar à dos corruptos. Enquanto
estes dão esmola com o dinheiro que usurparam, os defensores da continuação da atual
maioridade penal não se pejam em conceder esmolas de perdão, às custas da dor alheia.
8.LIBERDADE.
Conceito de abrangência filosófica fundamental para o bem-estar humano, mas que
no Brasil de hoje comprimiu-se para se tornar uma copia sombria do direito de ir e vir de
marginais.
Cada bandido
brasileiro (se for de Pedrinhas, mais ainda) tem o direito de sair da cadeia à hora
que bem lhe convier seja furando túnel, derrubando muro, corrompendo diretores
de prisão, pegando carona em sequestro etc. etc.
Por sua vez,
essa mesma liberdade não se aplica ao
cidadão honesto comum que cada dia mais se vê privado de liberdades que
antigamente possuía, tais como: atender a um celular no centro da cidade;
trocar um pneu num borracheiro depois das dez horas da noite; trocar cheque em
banco; passar um fim de semana em Panaquatira, etc. etc.
Nunca foi
tão atual o libelo dos mineiros na bandeira da inconfidência, Libertas quae sera tamen. (liberdade, ainda
que tardia!).
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