quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O BEABÁ DE SÃO LUIS




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A seguir, mais pérolas do linguajar maranhense a serem inseridas, este ano,  na próxima edição de O ABC bem-humorado de São Luís, escolhidas segundo o potencial de sátira que norteou a primeira edição.

1.COCHICHOLO. Pequena casa, casinhola.
            No Maranhão 3 cochicholos + uma rua e + um quebra-molas, são suficientes para improvisar  um 4º cochicholo ,  a partir de então denominado de Prefeitura Municipal,  com um espertalhão enfiado lá dentro. 

2.COURO. Mulher velha e feia.




                                




            Mais uma dos machões empedernidos da Terra . Para justificar que não davam no couro, os homens passaram a apelidar suas pobres mulheres de couros. Couro neles!

3.DANISCA. Mulher de mau gênio, resmungona e birrenta.
            Ex. “O Brasil levou tanto tempo para ter uma presidente do sexo feminino, chamada Dilma, só para se descobrir que no Maranhão há um nome mais  apropriado para ela: Danisca.

            4.DERRESSOL. Doce feito de mel de cana e coco  ralado.
            Nada a ver com sol. Originou-se no tempo do  réis. Os meninos  saiam e a maior parte deles se dirigia à venda para comprar “de-réis-só”

            5.DISGROTA. Infortúnio, desgraça.
            Como bem disse Dante na sua Divina Comédia: “Não há pior disgrota na vida do que recordar os tempos áureos da juventude, na velhice.”

            6.DORDOLHO. Nome popular de conjuntivite.
            Auto-explicativo: dor de olho fica bem mais inteligível. Esse negócio de conjuntivite parece mais Conjunto de Vinte. Ou de vítimas.

            7.EGUAGEM. Sutileza, manha.
            A palavra égua serve pra tudo no Maranhão, até para elogiar políticos safados.  Mas, por que será então que “Pai D’Égua” é elogio, e “Filho de égua” é insulto?  Dizem que é porque ao invés do avô pai d’égua que está pra morrer, os filhos de égua têm mais tempo para serem insultados.

            8. PRAGA. Mosquito.
            Denominação dos maranhenses aos mosquitos. Já houve registros de maranhenses em visita ao Sul do Brasil que levaram  tapa na cara por perguntarem à vendedoras feias  se elas tinham remédio pra praga.

9.QUALIRA. Gay, veado, baitola.
            O Wikipédia jura de pés juntos que o nome artístico de qualira nasceu porque houve em tempos idos um bloco de carnaval em que se destacava um rapaz efeminado que tocava uma lira ( instrumento de cordas dedilháveis de larga difusão na antiguidade) Então a plateia dizia: “Lá vem ele com a Lira”. A Frase foi diminuindo até chegar a “com a lira” e, daí a qualira.
            Sugere-se que a coisa foi um tanto diferente e que houve também, nos tempos do império um português abastado que morava em São Luis chamado Lira, e que  tentava desesperadamente  cumprir seus dons masculinos diante de uma mulher portuguesa muito fogosa. A mulher, diante de suas tentativas vãs gritava pra quem quisesse ouvir “ Qual,  Lira, não vai adiantar!” De tanto Quál Lira!,  no ouvido Lira acabou virando qualira acompanhado, hoje, por uma uma pá de assemelhados bem maior do que o estádio do Castelão.

            10.REGADA. Linha de intercessão das nádegas.
                                            


            Essa linha, que faz parte do imaginário masculino e não tem vida real, às vezes é substituída por um artifício que as mulheres usam, denominado fio dental. E que tem vida real menor ainda.

            11.SORONHO. Cigarro feito de maconha.
            Teria se originado da expressão muito usada pelos praticantes. “Melhor que isso, só em sonho!” Deu em Soronho.

            12.SOBROSSO. Susto, medo.
            Teria se originado da expressão: “Tremia tanto que a carne fugiu e só sobrou o osso”. Daí, o sobrosso.


                                                                                  ewerton.neto@hotmail.com

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