quinta-feira, 14 de abril de 2016

ZIKA , DENGUE, CHIKUNGUNYA, H1N1







Artigo publicado no jornal O Estado do Maranhão,
hoje, quinta-feira

Se você ainda não teve uma, caro leitor, em breve você será convidado a se tornar hospedeiro de uma doença chamada de dengue,  ou zika, ou chicungunya ou ...
            Esta é a sua grande certeza (talvez a única) que lhe garantem neste ano de dúvidas de 2016. Quanto a  saber qual delas lhe caberá, aí é querer demais, não é? Dois diálogos abaixo, em circunstâncias  tão extemporâneas quanto reais , explicitam melhor esse estágio  de sua triste sina, caro leitor, expondo duas faces cruéis e tragicômicas dessa sua destinação de vítima, como cidadão do Brasil e do Universo.  

            1.O DOENTE EM CONSULTA

            “O que é mesmo que eu  tenho, doutor?”
            “Você acabou de dizer. Febre, dor de cabeça, dor no corpo, coceira, inquietação  e...”
            “Acho que disso eu já sabia. Queria saber era a  origem da doença  e o que devo fazer para ficar bom.”
            “Bem, como médico posso dizer com absoluta confiança e 99,5 % de certeza, primeiro  de que você foi picado por um mosquito e segundo que esse mosquito lhe causou ou Dengue, ou Zika, ou Chicungunya, ou ( taí o 0,5 % de incerteza ) uma H1N1.”
‘           “Mas...”
            “Mas o quê?”
            “O remédio que você vai me receitar não deveria ter direção certa? A pontaria do mesmo não deveria ser pelo menos igual a do mosquito que me ferrou? Como vou poder me aplicar um remédio se o senhor  não sabe exatamente o que eu tenho?”


                                                       



            “Bem, se você não se deu ao trabalho de identificar o mosquito que lhe vitimou: seu endereço, C.P.F, motivação,  carteira de ferrador etc. a medicina não pode fazer nada. Vou lhe receitar um Tylenol, que dá pra todo tipo de febre e você vai ter de esperar calmamente.”
            “Calmamente? E se as dores continuarem?”
            “Não se preocupe. Logo saberemos se estamos no melhor caminho.”
            “De que jeito? Não consigo entender.”
            “Se você não morrer até lá.”

            2. REUNIÃO NO CÉU. DEUS E SEU AGENTE PARA ASSUNTOS EXPEDITOS (São Expedito)
            “Bom Deus, sua onipotência não acha que já estaria na hora de exterminar de vez os humanos? Milhões de anos se passaram e não tivemos muito progresso com essa turma.”
            “Humanos? Quem são???!!Não me lembro deles.”
            “Estou me referindo aos humanos, também chamados terráqueos. Aqueles que vivem num planetinha chamado Terra, ao redor de um sistema de quinta categoria que chamam Solar e numa galáxia vagabunda de nome até bonito: a Via Látea.”

                                                  



            “Ah, sim, agora me lembro. Aqueles que se consideram à minha imagem e semelhança e que tantos e tantos anos depois que lhes pus no mundo não conseguiram exterminar inimigos como mosquitos, centenas de vezes menores que eles. E que de tão imundos não se livram do próprio lixo? Uma lástima!”
            “E então? Mando providenciar  um asteroide para acabar logo com eles? A verdade é que temos milhões de seres muito mais inteligentes para nos preocupar em todo o Universo. Precisamos definitivamente resolver esse  nosso problema de termos  de nos  lembrar de espécies que nem deveriam mais existir.”  
            “Não precisa, não desperdicemos asteroides. Vamos deixa-los com seus lixos e mosquitos. Logo serão exterminados por eles.”
                                                                                  ewerton.neto@hotmail.com

                                                           http://www.joseewertonneto.blogspot.com

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