sábado, 10 de janeiro de 2015

A BUNDA: SUA VERDADEIRA HISTÓRIA




Artigo publicado no jornal o Estado do Maranhão,



Difícil precisar quando a bunda começou, justamente porque os seres humanos até hoje não sabem exatamente quando começaram. O fato é que ela veio logo a seguir, ou seja,  atrás , já que não lhe deram outra alternativa.

            Dizem os evolucionistas que bundas arredondadas são causadas pelo estrógeno, o que torna o traseiro das fêmeas  tão desejável para o sexo oposto. O fato é que esse tal de estrógeno fez com que, desde o princípio, a bunda feminina causasse sempre maior reboliço na mente dos  homens que o inverso, e isso durou por séculos e séculos até cerca de dez anos atrás quando,  pela primeira vez, um homem deu-se ao luxo de assombrar-se com a bunda de outro: Caetano Veloso, o baiano que , empolgadíssimo  com o traseiro do cantor, Shandy,  lá  de suas bandas ( eu disse banda?), proclamou que esse era o bumbum mais bonito do universo.

            Como ia dizendo, embora machos e fêmeas sejam dotados de nádegas, fica claro que o ornamento cai muito melhor nelas. Embora a quantidade de bunda seja a mesma nos dois sexos sempre se imagina que a mulher, pelo deslumbramento em torno,  a possua mais em abundância . Na verdade, algumas chegam a parecer que têm até mais de vinte (como a Mulher Maravilha,  a Mulher  Melancia e outras frutas). 






                                                               




À história:

            1.26 mil anos atrás um escultor desconhecido fez uma boneca de 11 cm, dotada de um enorme traseiro, batizada em 1904 de  Vênus de Willendorf. A peça, veio comprovar que o ideal feminino – peitos grandes e ancas largas –  já era o mesmo do atual e as bundas disputadíssimas. 




                                                           




4 mil anos atrás, Ló foi  visitado por anjos disfarçados, para salvá-lo da destruição de Sodoma, a terra da perdição. Ao descobrirem que anjo pode até não ter sexo, mas tem bumbum sedutor, sodomitas tarados resolveram abusar dos mesmos. Revoltado Deus  mandou destruir Sodoma , a cidade onde Ló morava, donde nasceu o termo sodomizar, com suas variadas interpretações.  Portanto,  quando alguém no auge da sodomia, hoje diz para sua parceira “Meu anjo, você tem uma bunda diabólica”,  isso tem raízes históricas muito profundas e bote  profundeza nisso.

            2. A bunda não poderia deixar de ser parte íntima das grandes batalhas humanas.  A disputa bunda versus bunda,  hoje tão comum nas praias, nos bailes funk e nos concursos de miss bumbum, parece ter começado em Sira-cu-sa, 200 a.c. quando duas gêmeas de traseiros invejáveis acabaram dando origem ao termo Vênus Calipígia, uma estátua esculpida no museu de Nápoles, em homenagem à vitoriosa. 





                                                    






Igualmente, a bunda teve participação tanto na Guerra de Cem Anos, quando soldados franceses exibiram os seus aos ingleses (sem muito sucesso, como era de se esperar), como quando anos depois, a lavadeira francesa  Catherine Ségurane exibiu a sua para os turcos e fez com que a batalha fosse ganha. Se alguém perguntar se isso foi causado pelo horror ou pela sedução, basta lembrar os filmes com a mais famosa bunda francesa, a de Brigite Bardot, para intuir que a segunda hipótese deve ter sido a verdadeira. 





                                                     







            3. Ao mesmo tempo, as bundas influenciaram os gênios. Jean Jaques Rousseau publicou em suas memórias que seu hobby predileto era ser espancado no traseiro. Mozart, por sua vez escreveu Leck mir den Arsch Fein Recht Schon Sauber que em tradução livre significa “Lambe meu rabo bem limpo e legalzinho”. Não é de espantar que em 1830, na Inglaterra durante a Era Vitoriana o tapa na bunda tenha virado moda (Imagina se eles já conhecessem o funk, suas dançarinas e o fundo musical “um tapinha não dói’!”). Foi por essa época, por volta de 1820, que  Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI  oficializou no Brasil, bem antes de Sandy, a história de que era possível, sim, ter prazer anal.  Tanto prazer tinha a mulher que os cadetes do palácio faziam fila para serem incluídos no cardápio principal do Palácio: “Imperatriz, de pé, e de costas, ao molho Madeira, ou melhor, da madeira”

            4. Até que veio o século 20, o poder das nádegas crescente, agora devidamente estimulado por uma descoberta de 1904, por acaso: o KY, que era  destinado apenas para lubrificação em cirurgias. Assim como o Viagra, anos depois também descoberto por acaso,  há de se acreditar que tudo veio depois apenas por acaso: Marilyn Monroe na primeira capa da Playboy motivando o comentário de Grouxo Marx : “





                                                






Essa garota tem um baita futuro pelas costas”; as duas polegadas a mais de Marta Rocha; a carreira solo da bunda de Gretchen; até culminar no grupo musical é o Tchan, cuja única melodia lembrada até hoje  é a do traseiro de Carla Peres rebolando. Por acaso, por acaso...
            As bundas continuam atrás nas necessidades, mas colocaram-se à frente, nos desejos.            

                                                                                              Jose Ewerton Neto

                                                                                  ewerton.neto@htomail.com                                                                         http://www.joseewertonneto.blogspot.com

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