Artigo publicado no jornal o Estado do Maranhão,
Difícil precisar quando a bunda começou, justamente porque os
seres humanos até hoje não sabem exatamente quando começaram. O fato é que ela veio
logo a seguir, ou seja, atrás , já que
não lhe deram outra alternativa.
Dizem os
evolucionistas que bundas arredondadas são causadas pelo estrógeno, o que torna
o traseiro das fêmeas tão desejável para
o sexo oposto. O fato é que esse tal de estrógeno fez com que, desde o
princípio, a bunda feminina causasse sempre maior reboliço na mente dos homens que o inverso, e isso durou por séculos
e séculos até cerca de dez anos atrás quando,
pela primeira vez, um homem deu-se ao luxo de assombrar-se com a bunda
de outro: Caetano Veloso, o baiano que , empolgadíssimo com o traseiro do cantor, Shandy, lá de
suas bandas ( eu disse banda?), proclamou que esse era o bumbum mais bonito do universo.
Como ia
dizendo, embora machos e fêmeas sejam dotados de nádegas, fica claro que o ornamento
cai muito melhor nelas. Embora a quantidade de bunda seja a mesma nos dois
sexos sempre se imagina que a mulher, pelo deslumbramento em torno, a possua mais em abundância . Na verdade, algumas
chegam a parecer que têm até mais de vinte (como a Mulher Maravilha, a Mulher Melancia e outras frutas).
À história:
1.26 mil
anos atrás um escultor desconhecido fez uma boneca de 11 cm, dotada de um
enorme traseiro, batizada em 1904 de Vênus
de Willendorf. A peça, veio comprovar que o ideal feminino – peitos grandes e
ancas largas – já era o mesmo do atual e
as bundas disputadíssimas.
4 mil anos atrás, Ló foi visitado por anjos disfarçados, para salvá-lo
da destruição de Sodoma, a terra da perdição. Ao descobrirem que anjo pode até não
ter sexo, mas tem bumbum sedutor, sodomitas tarados resolveram abusar dos
mesmos. Revoltado Deus mandou destruir
Sodoma , a cidade onde Ló morava, donde nasceu o termo sodomizar, com suas
variadas interpretações. Portanto, quando alguém no auge da sodomia, hoje diz
para sua parceira “Meu anjo, você tem uma bunda diabólica”, isso tem raízes históricas muito profundas e
bote profundeza nisso.
2. A bunda
não poderia deixar de ser parte íntima das grandes batalhas humanas. A disputa bunda versus bunda, hoje tão comum nas praias, nos bailes funk e
nos concursos de miss bumbum, parece ter começado em Sira-cu-sa, 200 a.c. quando
duas gêmeas de traseiros invejáveis acabaram dando origem ao termo Vênus
Calipígia, uma estátua esculpida no museu de Nápoles, em homenagem à vitoriosa.
Igualmente, a bunda teve participação tanto na Guerra de Cem Anos, quando
soldados franceses exibiram os seus aos ingleses (sem muito sucesso, como era
de se esperar), como quando anos depois, a lavadeira francesa Catherine Ségurane exibiu a sua para os
turcos e fez com que a batalha fosse ganha. Se alguém perguntar se isso foi
causado pelo horror ou pela sedução, basta lembrar os filmes com a mais famosa
bunda francesa, a de Brigite Bardot, para intuir que a segunda hipótese deve ter
sido a verdadeira.
3. Ao mesmo tempo, as bundas influenciaram os gênios. Jean Jaques Rousseau publicou em
suas memórias que seu hobby predileto era ser espancado no traseiro. Mozart,
por sua vez escreveu Leck mir den Arsch
Fein Recht Schon Sauber que em tradução livre significa “Lambe meu rabo bem
limpo e legalzinho”. Não é de espantar que em 1830, na Inglaterra durante a Era
Vitoriana o tapa na bunda tenha virado moda (Imagina se eles já conhecessem o
funk, suas dançarinas e o fundo musical “um tapinha não dói’!”). Foi por essa
época, por volta de 1820, que Carlota
Joaquina, esposa de Dom João VI oficializou
no Brasil, bem antes de Sandy, a história de que era possível, sim, ter prazer
anal. Tanto prazer tinha a mulher que os
cadetes do palácio faziam fila para serem incluídos no cardápio principal do
Palácio: “Imperatriz, de pé, e de costas, ao molho Madeira, ou melhor, da
madeira”
4. Até que veio
o século 20, o poder das nádegas crescente, agora devidamente estimulado por
uma descoberta de 1904, por acaso: o KY, que era destinado apenas para lubrificação em
cirurgias. Assim como o Viagra, anos depois também descoberto por acaso, há de se acreditar que tudo veio depois apenas
por acaso: Marilyn Monroe na primeira capa da Playboy motivando o comentário de
Grouxo Marx : “
Essa garota tem um baita futuro pelas costas”; as duas polegadas
a mais de Marta Rocha; a carreira solo da bunda de Gretchen; até culminar no
grupo musical é o Tchan, cuja única melodia lembrada até hoje é a do traseiro de Carla Peres rebolando. Por
acaso, por acaso...
As bundas continuam
atrás nas necessidades, mas colocaram-se à frente, nos desejos.
Jose
Ewerton Neto
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